E o filme mostrou que sim. Primeiramente porque é a visão de um fã incondicional da banda, que consegue mostrar o que todo admirador espera. Há várias imagens até então inéditas e mesmo as já conhecidas são aqui valorizadas por enriquecerem o bom texto – narrado por Johnny Depp – que relembra os principais momentos da banda e de Jim Morrison, intercalados com os acontecimentos políticos e sociais mais relevantes da época.
Algumas imagens mostram um Morrison mais descontraído do que o retratado por parte dos documentaristas e os trechos de apresentações da banda são sensacionais. Um detalhe que gostei bastante foi poder assistir a banda em estúdio, gravando os discos que tanto me influenciaram. É como poder compartilhar por instantes da intimidade de uma de suas bandas preferidas.
Considero Jim Morrison a representação perfeita do rockstar: bonito, carismático, doidão e extremamente talentoso em equilibrar lirismo e revolta em letras algo enigmáticas. O filme, aliás, mostra o quanto os Doors eram diferentes do que rolava na época, tanto pelas temáticas quanto pela sonoridade, que misturava músicos de estilos e influências diferentes e que acabaram compondo o clima perfeito para os versos de Jim.
E podemos perceber também de forma mais aprofundada o quanto o abuso do álcool mais do que qualquer outra droga foi responsável pela degradação física e emocional do vocalista e consequentemente pelo fim de sua vida. Algumas cenas são impressionantes ao retratarem seu estado de espírito deprimido quando passou a abusar da bebida.
Hugo já falou aqui da influência da banda em nossa adolescência. Assistíamos compulsivamente ao filme do Oliver Stone. No auge da empolgação, mais de uma vez por semana, e aquela visão romantizada de tudo foi importante demais para nossa formação. Mas ontem fiquei imaginando, se este documentário existisse na época, o quanto não teria nos influenciado ainda mais, acho que o assistiríamos diariamente!
Recomendo aos que ainda não conhecem a banda. Poder se iniciar com esta visão mais próxima de como as coisas realmente aconteceram é uma experiência e tanto. E para os que já são fãs então, é praticamente obrigatório. Estes dificilmente escaparão de sentir um aperto no peito em sequências como a que o final da história é narrado ao som de ‘The Crystal Chip’. Foi como viajar no tempo quinze ou quarenta e três anos, tanto faz. O tempo não importa no indefinido palácio do exílio.
Death makes angels of us all and gives us wings where we had shoulders smooth as raven's claws |
Por Ricardo Pereira
Elixir da Juventude
ResponderExcluirQue banda é essa que transcende o tempo, nos faz levitar com os teclados de Manzareck, hipnotiza com a batera de John Densmore tudo acompanhado com composições alucinatórias de Jim e Robby Krieger tocando sua guitarra c/ estilo flamenco. E Mr Mojo Rising abrindo todas as portas com apresentações dignas de tirar o fôlego.
Caralho por 1 hora e meia tive 15 anos outra vez.
(Em tempo p/ quem não sabe eu sou o pai do Ricardo)
É bom saber, pai, que sentimos a mesma coisa, então. Pois me senti, ao assistir ao filme, o mesmo garoto que havia acabado de se mudar para Angra e descobria excitado o som dessa banda maravilhosa!
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