Primeiramente, gostaria de pedir desculpas por me ausentar deste espaço no feriadão... Ao menos parcialmente, já que, mesmo não contribuindo com textos para o TATP, sempre que possível dava uma espiada no blog. Aliás, gostaria de parabenizar o meu amigo Ricardo, que não deixou a peteca cair e, pelo contrário: publicou ótimas postagens neste diário virtual.
O feriado de Finados, ao menos para mim, começou dentro de um ônibus. Aliás, dentro de vários. Primeiro, de Angra dos Reis ao Rio de Janeiro; depois, do Rio a Petrópolis. Isso sem contar com outros dois ônibus de linha – para chegar, finalmente, na casa da mãe da minha namorada. Mesmo assim, a empreitada valeu. E muito! Durante todo o percurso, ouvi muitas coisas no meu Ipod. O último disco lançado pelo Arcade Fire, “The Suburbs” – muito bonito, mas um pouco cansativo –, o mais novo álbum do Belle & Sebastian, “Write About Love” – irregular, mas com boas canções –, e "Lady’s Bridge”, de Richard Hawley, CD que foi lançado em 2007 e que eu só fui descobrir há dois meses, infelizmente. Hawley é um cara estiloso. Acima de tudo, é um cantor e compositor talentoso ao extremo. No trabalho dele, as influências de Roy Orbison, Johnny Cash, Morrissey e dos Elvis – Costello e Presley – são muito bem costuradas, e resultam num folk/rockabilly/country de qualidade, lindo de doer. Difícil não ouvir por trocentas vezes músicas como “Valentine”, “Serious” e “Tonight The Streets Are Ours”, esta última, uma das coisas mais bonitas que eu ouvi recentemente... Ouvi e também assisti, aliás: fiquei sabendo da existência de Hawley através do blog “Trabalho Sujo”, que estampou um vídeo da citada canção sendo apresentada ao vivo, no “Later With Jools Holland” – o melhor programa de/sobre música do mundo. Emoção pura. Hawley com seu topete e suas costeletas fora de moda, com seu violão e seu terno prateado. Hawley e sua banda tocando sem pose alguma, sem afetação. Hawley com sua voz límpida e profunda, brindando a plateia com uma declaração de amor dos nossos tempos, matadora. Talvez eu esteja viajando, já que, na opinião da minha namorada, a música lembra alguma coisa do Odair José. Eu discordo, mas afirmo que se ela citasse o Wando, faria mais sentido: esse cara merece uma saraivada de calcinhas, em todos os shows!
Saindo da música e indo para o terreno literário, durante a viagem fui devorando aquele que é considerado o volume mais importante do escritor mineiro Fernando Sabino, “O encontro marcado”. Já havia lido “O menino no espelho”, um livro sobre a infância, que é capaz de amolecer os corações mais duros – o meu, como não se encaixa nessa definição, já havia derretido na página cinco. Mesmo assim, o volume vai além, tratando não apenas da primeira etapa de nossa existência, mas dos anos em que nos sentimos perdidos, inseguros. Devo seguir qual direção? O que vai ser de mim? Qual é o sentido disso tudo? Minha definição sobre a ideia central da obra pode até parecer abrangente, mas não é. Sabino oferece, através de seu inesquecível personagem – Eduardo Marciano –, uma prova da dor que todo o ser humano sentiu/sentirá durante o período em que esteve/estiver por “essas bandas” – leia-se vida. Está sentindo essa dor agora? Mais um para o clube.
Ah, sim: já em Niterói, na casa da minha namorada, assisti a dois filmes. O primeiro foi muito bom, e contava a...
Peraê: muito bom o cacete! “A promessa” é um filme tão, mas tão perfeito, que merece um post a parte. E ele será publicado amanhã, sem falta.
Eu ia falar do feriado e acabei escrevendo mais sobre o tempo em que fiquei dentro dos ônibus. Também pudera: fiz tantas coisas legais que teria que ficar aqui a noite toda, escrevendo. Vamos por partes, como diria Jack, O Estripador.
Por Hugo Oliveira
Por Hugo Oliveira
Fala, Hugo!
ResponderExcluirJá baixando o Richard Hawley, pelo seu comentário não tem como não eu não gostar. Assim que ouvir com calma, comento!
'O encontro marcado' é simplesmente um dos livros da minha vida, e Eduardo Marciano um dos grandes personagens da literatura brasileira! Agora que leu o livro, recomendo um texto do João Paulo Cuenca, 'Eu, Eduardo Marciano', dá uma olhada:
http://algumacronica.wordpress.com/2007/09/10/eu-eduardo-marciano-o-globo-07102006/
Abraço!
Parabéns pelo texto, ainda não li este livro, mas fiquei com vontade de conhecer. Já em relação ao Richard Hawley, tenho que concordar com a sua namorada, rs. Mas este vídeo de Valentine é fora de série: http://www.youtube.com/watch?v=XVihcsjZKL4
ResponderExcluirPô, Norielem: a música é linda, vai! A propósito, o clipe de "Valentine" é realmente ótimo!
ResponderExcluirVISITE O BLOG HTTP://BLOGOLINO.WORDPRESS.COM
ResponderExcluirE LEIA ISSO.....
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Not everyone can carry the weight of the world
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Combien, combien, combien de temps?
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