"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sobre o (e a falta de) tempo

O tempo corrido do mundo atual, que nos transforma a todos em maníacos ansiosos, tem, cada vez mais, jogado contra mim. Anteontem contei quantos já assisti do ‘1001 filmes para ver antes de morrer’ e cheguei à ridícula marca de 124 filmes (agora 126...), vou adiantar isso aí pra pelo menos chegar aos quinhentos o mais rápido que conseguir...

Mas como conciliar assistir filmes, ouvir os discos que sentir vontade e ainda conferir os lançamentos, ler romances, biografias, clássicos e livros de sua área de atuação, ter uma vida social, ver os amigos, dormir (olha o tempo perdido aí!!) e... ah, trabalhar, pra sustentar isso aí tudo?

Toda tranquilidade que eu tenho ou aparento ter tá indo embora por não conseguir organizar meu tempo de forma satisfatória. Tive aí praticamente uma semana de quase férias, acho que fiz bastante coisa, assisti a seis filmes (‘waking life’, ‘mary & max’, ‘os pássaros’, ‘chinatown’, ‘meu mundo em perigo’ e ‘cisne negro’ – só esse no cinema), ouvi vários discos (os doze do Roberto pra escrever as análises, várias vezes o novo do Camelo, algumas os últimos Wander Wildner, REM e outros aleatórios), interrompi a releitura do ‘Memórias do Subterrâneo’ para mergulhar na biografia do Roberto Carlos que o Cadu me emprestou, assisti a um bocado de futebol, andei voltando ao violão porque tenho que melhorar de novo... E ainda assim fui dormir puto ontem com a consciência pesada de estar perdendo tempo...

Eu sei, é fase de ansiedade, de querer fazer tudo ao mesmo tempo... Mas é algo que vez ou outra me angustia saber que a gente vai morrer sem ter lido todos os livros e assistido a todos os filmes que gostaria.

A sensação de estar perdendo tempo com inutilidades é que me arrebenta quando penso nisso. E sei que as pessoas estão absolutamente certas quando dizem que tenho que cuidar da minha saúde, ser mais saudável e toda essa conversa cada vez mais comum. Assim como entendo que vou ficar cada vez mais sozinho pra caralho por não querer abrir mão da minha individualidade e do meu egocentrismo “nem por você nem por ninguém” e também pelo medo de sofrer tudo de novo por uns parcos bons momentos.

Enfim... “na verdade continuo sobre a mesma condição, distraindo a verdade, enganando o coração”, como dizia uma canção daquela banda que gosto tanto e não tenho ouvido muito por falta de... tempo.

Por Ricardo Pereira

3 comentários:

  1. O tempo e a noção de perda de tempo são coisas meio subjetivas. Normalmente nossa noção de perda/falta de tempo está relacionada a necessidade que sentimos de fazermos algo que julgamos importante pra nós. Vc, por exemplo, sente a pressão do tempo pela vontade de ver mais filmes de uma lista. Pra mim isso já não é tão importante, porque eu quero meu tempo pra fazer outras coisas. Enfim, o tempo se relaciona com a ação, e para um bom aproveitamento do tempo vc tem que optar pelas ações certas. A questão é "como escolher as atividades certas?" Aquilo que vc considera importante hj pode se mostrar evasivo amanhã, ou vice-versa.

    ResponderExcluir
  2. Existem cursos e livros sobre administração de tempo que ajudam bastante. Mas a melhor lição sobre o assunto que eu já vi foi o Pink Floyd que deu, com a canção Time. Com ela eu virei fã.

    ResponderExcluir
  3. Fala, Alexandre. Na verdade é um texto meio exagerado, angústia de querer fazer tudo ao mesmo tempo no feriado rs

    A parada dos filmes é que eu julgava ter visto bem mais dos clássicos...

    E Time é maravilhosa, uma das letras de música mais fodas que já ouvi!!

    Abs

    ResponderExcluir