"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dançando com a loucura

Finalmente consegui assistir ao filme "Cisne Negro", do diretor Darren Aronofsky. Beleza: sei que estou "um pouquinho" atrasado, mas a culpa não é minha. Eu moro em Angra dos Reis, e o cinema daqui... Deixa pra lá.
Voltando ao assunto: que espetáculo. Lindo e bizarro. A história de Nina, interpretada brilhantemente - e gostosamente - pela atriz Natalie Portman, vencedora do Oscar 2010 de Melhor Atriz, é daquelas que não dá para piscar os olhos. Mais de 100 minutos de puro suspense, beleza, medo e apreensão.
Partindo de um enredo relativamente simples, sobre uma bailarina que ganha um papel de destaque numa companhia de dança, a película nos leva a uma viagem pelo lado mais negro da psique humana, onde vocábulos como insegurança, inveja e insanidade são figurinhas fáceis.
Nina é perfeccionista; sua mãe, superprotetora. As duas nutrem uma relação estranha, em que a tensão está sempre presente - a personagem da atriz Barbara Hershey desistiu do balé para cuidar da filha... Desde então, passa a pintar quadros.
Aliás, a tensão é o fio condutor do filme. Conseguirá a bailarina interpretar os dois cisnes - o branco, "do bem", e o negro, "do mal", na nova  montagem de "O lago dos cisnes"? Seguirá Nina os conselhos do dono da companhia, Thomas Leroy - Vincent Cassel, em uma excelente atuação -, para que o seu lado, digamos, "devassa", aflore? Estaria a colega de turma descolada, Lilly - Milla Kuynis -, querendo a qualquer custo o lugar da nova primeira bailarina? Todas as respostas são respondidas ao fim da película... Que se não chega a surpreender, também não decepciona.
"Cisne negro" é um filme sobre os bastidores cruéis de uma companhia de dança. Melhor: é uma obra sobre os sórdidos sentimentos que mantemos escondidos na coxia da mente e que, quando revelados, podem causar tragédias.

Em algum lugar, Wellington Menezes de Oliveira, o responsável pelas mortes na escola de Realengo, sorri.
Tenha medo.




Danço eu, dança você, na dança da paranoia
 
Por Hugo Oliveira

2 comentários:

  1. ontem, dp do jogo do fluminense, andré marcou bobeira, e o faustão apareceu lá em casa. no programa, convidados falavam, é claro, daquele rapaz. a única pessoa dali que me chamou a atenção foi a psiquiatra ana beatriz barbosa silva, que disse gostoso pro povão (alienado sempre será um sinônimo?); "me surpreende a glamourização da mídia a respeito desse acontecimento". óbvio pra gente, né? mas não pra quem lê só o extra. lembrei da nina tb. e da hilda hilst falando da dificuldade - e do misto dor/constrangimento - de lidar com o pai esquizofrênico. ainda no embalo do domingão, veio o fantástico, que mostrou os manuscritos do wellington; neles, referências a seus amigos "abdul" e "philip", sobre os quais a polícia vai procurar saber mais. acho besteira o serviço de inteligência correr atrás disso, mas o cisne negro faz a gente acreditar no que ele acredita. eu, se fosse inventar um nome pro meu amigo islâmico imaginário, seria muhammad, mas ele mandou bem com abdul! pode ser que eu ainda fique pasma com essa história, assim como fiquei com o filme. papo pra mesa de bar, né? mas que bom que a internet faz a ponte. beijos!

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  2. Acho lindo citar o Fluminense no mesmo texto em que faz alusão ao "Cisne negro" e Hilda Hist!

    Beijão!

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