Certamente já deve ter acontecido com você: caminhando por
alguma rua, com a cabeça mergulhada em preocupações, uma caixa de som começa a
tocar uma canção batida, daquelas que todo mundo já escutou. Mesmo assim, a
imprevisibilidade do momento faz com que a música soe tão forte que a sensação
é de que estamos ouvindo aqueles sons pela primeira vez. E adorando-os.
A seleção que organizei aqui é voltada apenas às canções de
bandas e artistas dos anos 80. Também não é uma lista definitiva, já que muita
coisa boa da época ficou de fora, por esquecimento mesmo. Sem mais delongas,
seguem as músicas dos anos 80 que, quando eu escuto na rua, na chuva ou na
fazenda, tenho que parar o que estou fazendo para reverenciá-las. Prepare as
ombreiras, modele os mullets e som na
caixa!
“Kissing a Fool” – George Michael – Muita gente pode questionar,
dizendo que “Careless Whisper” é mais famosa. Pode até ser, mas não a mais
bonita. Michael canta sobre uma base que mistura Jazz, Pop e todo o bom gosto
possível de se condensar em quatro minutos e 34 segundos. A letra, que fala sobre uma decepção amorosa
motivada por ‘intrigas’ de terceiros, é tão certeira que parece ter sido
baseada numa história que qualquer um de nós já viveu. O final é devastador: Strange that I was wrong
enough / To think you'd love me too / I guess you were kissing a fool / You
must have been kissing a fool.” Do disco Faith (1987).
“There is a Light That Never Goes
Out” – The Smiths – Quarteto inglês responsável pela popularização do indie rock, o The Smiths, de Manchester,
rompeu as barreiras da música alternativa com a canção em questão, uma
declaração de amor belíssima, que segue angariando fãs tanto pela parte
instrumental quanto pela letra. Incluída num dos melhores discos da banda, The Queen is Dead (1986), ela abusa da
perfeição no refrão. “And if a
double-decker bus crashes into us / To die by your side is such a heavenly way
to die / And if a ten-ton truck kills the both of us / To die by your side / Well
the pleasure and the privilege is mine”.
“Hunting High and Low” – A-ha – Nunca duvidei do potencial pop do trio
norueguês. Acredito que a
credibilidade do conjunto tenha sido colocada em xeque por causa do saudosismo
avassalador – e duvidoso – dos órfãos da década de 80. Uma das faixas
principais do álbum Hunting High and Low
(1985), “Hunting” é grandiosa e melodramática, no bom sentido. A interpretação
do cantor Morten Harket também é um dos triunfos da canção, alternando
suavidade, agudos e falsete de forma perfeita. E se alguns teclados soam um
pouco datados hoje em dia, o clipe criado para a música ainda emociona.
“Don’t Dream it’s Over” – Crowded
House – Banda natural da Austrália, mas formada pelo neozelandês Neil Finn –
voz e guitarra –, o trio lançou seu primeiro e autointitulado disco, Crowded House, em 1986. É de lá que vem “Don’t
Dream it’s Over”, um arrasa-quarteirão emocional que fez muito sucesso no
planeta, inclusive no Brasil, integrando a trilha sonora internacional da
novela O outro. A guitarrinha chorosa
de Finn abre a faixa, que segue num instrumental econômico e absolutamente
certeiro, prontinho para embalar paixões impossíveis de adolescentes do mundo
inteiro. “Hey now, Hey now / Don’t Dream it’s Over”.
“Save a Prayer” – Duran Duran – Mais
do que colocar o quinteto inglês nas paradas de sucesso mundiais, a faixa “Save
a Prayer”, oriunda do segundo e clássico disco do grupo, Rio (1982), carimbou o passaporte do conjunto para a nova geração
de jovens que nascia com a MTV, no ano anterior, através de um videoclipe
exótico e estiloso – para a época. De qualquer forma, nada disso seria possível
se a canção não fosse tão boa. Ancorada pelos teclados de Nick Rhodes e pela
voz charmosa de Simon Le Bon, a música tem um refrão marcante e uma “frase-cantada”
esperta. “Some people call it
a one night stand / But we can call it paradise”.
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