"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Cinco ‘baladas’ dos anos 80


Certamente já deve ter acontecido com você: caminhando por alguma rua, com a cabeça mergulhada em preocupações, uma caixa de som começa a tocar uma canção batida, daquelas que todo mundo já escutou. Mesmo assim, a imprevisibilidade do momento faz com que a música soe tão forte que a sensação é de que estamos ouvindo aqueles sons pela primeira vez.  E adorando-os.

A seleção que organizei aqui é voltada apenas às canções de bandas e artistas dos anos 80. Também não é uma lista definitiva, já que muita coisa boa da época ficou de fora, por esquecimento mesmo. Sem mais delongas, seguem as músicas dos anos 80 que, quando eu escuto na rua, na chuva ou na fazenda, tenho que parar o que estou fazendo para reverenciá-las. Prepare as ombreiras, modele os mullets e som na caixa!


“Kissing a Fool” – George Michael – Muita gente pode questionar, dizendo que “Careless Whisper” é mais famosa. Pode até ser, mas não a mais bonita. Michael canta sobre uma base que mistura Jazz, Pop e todo o bom gosto possível de se condensar em quatro minutos e 34 segundos.  A letra, que fala sobre uma decepção amorosa motivada por ‘intrigas’ de terceiros, é tão certeira que parece ter sido baseada numa história que qualquer um de nós já viveu. O final é devastador: Strange that I was wrong enough / To think you'd love me too / I guess you were kissing a fool / You must have been kissing a fool.” Do disco Faith (1987).



“There is a Light That Never Goes Out” – The Smiths – Quarteto inglês responsável pela popularização do indie rock, o The Smiths, de Manchester, rompeu as barreiras da música alternativa com a canção em questão, uma declaração de amor belíssima, que segue angariando fãs tanto pela parte instrumental quanto pela letra. Incluída num dos melhores discos da banda, The Queen is Dead (1986), ela abusa da perfeição no refrão. “And if a double-decker bus crashes into us / To die by your side is such a heavenly way to die / And if a ten-ton truck kills the both of us / To die by your side / Well the pleasure and the privilege is mine”.



“Hunting High and Low” – A-ha – Nunca duvidei do potencial pop do trio norueguês.  Acredito que a credibilidade do conjunto tenha sido colocada em xeque por causa do saudosismo avassalador – e duvidoso – dos órfãos da década de 80. Uma das faixas principais do álbum Hunting High and Low (1985), “Hunting” é grandiosa e melodramática, no bom sentido. A interpretação do cantor Morten Harket também é um dos triunfos da canção, alternando suavidade, agudos e falsete de forma perfeita. E se alguns teclados soam um pouco datados hoje em dia, o clipe criado para a música ainda emociona.



“Don’t Dream it’s Over” – Crowded House – Banda natural da Austrália, mas formada pelo neozelandês Neil Finn – voz e guitarra –, o trio lançou seu primeiro e autointitulado disco, Crowded House, em 1986. É de lá que vem “Don’t Dream it’s Over”, um arrasa-quarteirão emocional que fez muito sucesso no planeta, inclusive no Brasil, integrando a trilha sonora internacional da novela O outro. A guitarrinha chorosa de Finn abre a faixa, que segue num instrumental econômico e absolutamente certeiro, prontinho para embalar paixões impossíveis de adolescentes do mundo inteiro. “Hey now, Hey now / Don’t Dream it’s Over”.



“Save a Prayer” – Duran Duran – Mais do que colocar o quinteto inglês nas paradas de sucesso mundiais, a faixa “Save a Prayer”, oriunda do segundo e clássico disco do grupo, Rio (1982), carimbou o passaporte do conjunto para a nova geração de jovens que nascia com a MTV, no ano anterior, através de um videoclipe exótico e estiloso – para a época. De qualquer forma, nada disso seria possível se a canção não fosse tão boa. Ancorada pelos teclados de Nick Rhodes e pela voz charmosa de Simon Le Bon, a música tem um refrão marcante e uma “frase-cantada” esperta. “Some people call it a one night stand / But we can call it paradise”.




Por Hugo Oliveira

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