Na semana passada, adquiri dois ingressos para o show que o
cantor inglês Morrissey vai efetuar no Rio de Janeiro, neste mês. A
apresentação cairia numa quarta-feira, 25 de novembro, mas, por conta de uma
confusão na agenda da casa de shows, teve que ser antecipada para um dia antes,
terça, 24.
Comprei as entradas por um valor promocional, duas pelo
preço de uma. Mesmo assim, desisti. Dei conta de que sair de Angra em direção
ao Rio de Janeiro – Barra da Tijuca –, no começo da semana, seria tão trabalhoso
quanto organizar a sonhada reunião do The Smiths, antigo grupo de Moz.
Trabalhoso e dispendioso. Eu e minha esposa não temos carro.
Teríamos, então, que ir e voltar de ônibus, assim como alugar um quarto de
hotel para passarmos o final da noite e o começo da madrugada, levantando
acampamento assim que o sol começasse a nascer.
Estive presente nas duas ocasiões anteriores em que
Morrissey se apresentou no Rio de Janeiro, em 2000 e 2012. O primeiro show foi
mágico por conta de ter ficado frente a frente com o ídolo pela primeiríssima
vez; o segundo, apesar de contar com um repertório melhor, foi um pouco
decepcionante do ponto de vista emocional, além de seguir um roteiro à prova de
surpresa. Nenhuma música diferente e nada de covers ou versões diferenciadas.
Tudo absolutamente ensaiado. E previsível.
Não tinha muitas
expectativas em relação ao próximo show. A motivação para comparecer ao
espetáculo estava diretamente ligada às entrevistas mais recentes que Morrissey
cedeu. Nelas, as pistas de que a aposentadoria musical estava chegando eram
claras, o que transformava a apresentação do dia 24 numa provável despedida dos
palcos brasileiros... Para sempre.
Caso o fim das apresentações e das gravações se configure,
nada de tristeza por aqui. Morrissey marcou seu nome na música através de sua
carreira com o The Smiths. Em voo solo, alternou bons discos e trabalhos
irregulares, mas nunca deixou de lançar canções inesquecíveis. Missão cumprida.
Ainda não adquiri o disco
World Peace Is None Of Your Business,
último lançado por Moz, que serve de base para a atual turnê. Provavelmente,
assistiria ao show sem conhecer o álbum, correndo o risco de prejudicar o
julgamento relacionado ao desempenho do cantor e sua banda. Mas isso não
importa; Moz será sempre Moz, para o bem e para o mal. E enquanto ele se despede
com um adeus, minha devoção, agora ‘reservista’, dá-se através de um eterno ‘olá’
às músicas escritas por ele e seus parceiros.
Love, peace and
harmony? Oh, very nice... But maybe in the next world.
Ótimo texto, cara! E melhor foto/legenda hahaha
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