"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

sábado, 3 de setembro de 2011

Machete, o Mito

A primeira vez que tive contato com o cinema de Robert Rodriguez foi através do meu amigo Matheus. Ele vivia falando sobre El Mariachi, filme que me recomendava como supra sumo da tosqueira, até que um dia em uma reunião de amigos em sua casa, resolvemos assisti-lo, já tarde da noite. E o filme confirmou tudo que meu amigo comentara, morremos de rir, com direito a voltar determinadas cenas.

Um tempo depois, fui assistir ao Grindhouse, projeto de Rodriguez e Tarantino, e antes mesmo de começar o filme, fiquei super entusiasmado com o trailer fake de Machete. E, pelo visto, não só eu, pois o sucesso foi tão grande, que resolveram transformar a brincadeira em um longa. E daí chegamos a um dos filmes mais divertidos dos últimos tempos.

Machete parte de uma premissa batida, um homem com objetivo de vingar o assassinato de sua família, tendo como pano de fundo a relação entre imigrantes mexicanos nos Estados Unidos e americanos xenófobos. Mas o enredo é o de menos, o que importa são os diálogos nonsense (“Deus tem misericórdia, eu não”, vindo do padre assassino irmão do protagonista é demais!) e cenas absurdas abusando dos mais diversos clichês de filmes B para divertir o espectador. É tudo muito caricato, desde a canastrice dos violões interpretados por Steven Seagal e Robert De Niro, passando pelos cenários, figurino, situações forçadas e a trilha sonora que funciona que é uma beleza.

Mas o grande destaque é Danny Trejo, que normalmente atua como vilão e aqui é o protagonista, encarnando perfeitamente “a lenda" Machete. Imagine uma superdose de virilidade, grosseria e autoconfiança, e teremos as características de nosso herói. É ele quem rouba o filme com as cenas mais improváveis de violência e heroísmo, além de tiradas divertidíssimas como “Machete não manda mensagens”, “Você mexeu com o mexicano errado”, entre outras.

E foram essas as características que me fizeram, nas duas vezes a que assisti, sentir a empolgação parecida que sentia na infância ao “torcer” para outros heróis estereotipados como Stallone Cobra ou Rocky. Se estiver procurando filmes profundos, filosóficos, fique longe. Mas se quiser “apenas" diversão, é satisfação garantida!

"Pra que ser uma pessoa de verdade, se já sou uma lenda?"
 Por Ricardo Pereira

2 comentários:

  1. Esse filme é tão "bom" que eu me referencio a amiga que viu comigo o filme de "Puñeta" e quando demora-se a responder um SMS, o atrasado diz "Machete não texta!". XD

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  2. haha Muito bom, Maurilio! Nesse os caras acertaram a mão, podando os excessos de 'Planeta Terror', o que acabou melhorando ainda mais a caricatura. Abs

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