"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Discoverer/Blue

O R.E.M., grupo de rock americano criado no início dos anos 80, anunciou o fim do conjunto ontem, 21 de setembro, através de um comunicado no site oficial – remhq.com.

Foram mais de três décadas de ótimos serviços prestados à música. Um EP, quinze álbuns de carreira e algumas coletâneas e discos ao vivo – além de participações em trilhas sonoras e compilações diversas.

Foi a banda internacional que eu mais assisti ao vivo – três apresentações. A primeira delas, no Rock in Rio 3, em 2001, permanece imbatível no quesito “excitação”. Era a turnê da coletânea “In Time: The Best Of R.E.M.  1988-2003”. Só clássicos. Abertura do show: “Finest Worksong”. Final: “It’s the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)”. No meio do concerto: “Fall On Me”, “The One I Love”, “Find the River”, “Losing My Religion”, “Man On the Moon” e “Everybody Hurts”, entre outras.

A segunda foi em Buenos Aires, na Argentina, no festival Personal Fest – 2008. Na época, o trio composto pelo vocalista Michael Stipe, pelo guitarrista Peter Buck e pelo baixista Mike Mills divulgava o disco “Accelerate”, roqueiro até a medula. Foi lindo e intenso. Tocaram duas canções que eu adoro, “Driver 8” e “Electrolite”, além de outras belas músicas. Um período inesquecível não apenas em relação ao show, mas à vida.

A terceira vez – e agora, tenho certeza, a última – que me deparei com a banda rolou uma semana depois do concerto em Buenos Aires. Foi na HSBC Arena, na Barra, Rio de Janeiro. O som não estava dos melhores, assim como o repertório. Mas foi a apresentação mais especial. Pessoas que eu amo estavam lá, assistindo ao show, do meu lado. Daqueles momentos de agradecer a Deus por estar vivo. Obrigado, pessoas.

Acabou. Ricardo, meu amigão e companheiro de blog, foi certeiro ao escrever em sua última postagem que “(...) não há luto, tristeza propriamente dita”, sobre o final da banda. Fica uma saudade danada e um orgulho indisfarçável, isso sim. Principalmente por saber que valeu a pena dedicar tempo e dinheiro ao conjunto.

Que trajetória honrosa. Irretocável. Um grupo que recebeu palmas da crítica e do público, do mainstream e do underground. Não acredito que haverá outro conjunto como o R.E.M..

Li em algum lugar, provavelmente na revista “Bizz”, que as bandas de rock foram feitas para acabar, têm prazo de validade. Passou do tempo, pronto: vira caricatura.

O R.E.M., que começou como um quarteto “college rock”, em Athens – contava com o baterista Bill Berry –, e terminou como um trio rock/pop mundialmente famoso, soube nascer, crescer e envelhecer com dignidade. E isso é mais difícil do que lançar uma obra-prima – eles lançaram –, unir popularidade e respeito – eles uniram – e manter um grupo junto por mais de três décadas – eles mantiveram.

Descanse em paz, R.E.M.. Missão cumprida.

... O R.E.M., grupo de rock americano criado no início dos anos 80, anunciou o fim do conjunto ontem, 21 de setembro, através de um comunicado no site oficial – remhq.com.

Para sempre

Por Hugo Oliveira

3 comentários:

  1. É, mesmo tendo encerrado as atividades, encerraram com classe, e foi até inesperado, pelo menos por mim.

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  2. Oliveira,
    Repasso a homenagem que o PJ fez ao REM no show de Calgary, Canadá.
    http://www.youtube.com/watch?v=CPr-UXHuGvI&feature=player_embedded
    As músicas do REM são obras-primas e irão sempre nos emocionar.
    Abração, pedrenrique
    Oliveira,
    Repasso a homenagem que o PJ fez ao REM no show de Calgary, Canadá.

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  3. Pois é, Mayra. Inesperado para todos.

    Pedrão: adorei a sacação do comentário - discoverer/blue - e o próprio comentário.

    Você é um cara muito importante pra gente - Hugo e Ricardo. Não tenha dúvidas. Abraços!

    Uma honra encontrar algo seu por aqui.

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