"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Circular

Acabei de ler o livro "A queda - as memórias de um pai em 424 passos", do escritor e jornalista brasileiro Diogo Mainardi.

Um dos recordistas de cartas na revista Veja, onde manteve uma coluna entre 1999 e 2010, Diogo deixa de lado o ex-presidente Lula - sua grande obsessão e principal alvo - para focar nas memórias relativas ao filho, Tito, nascido em setembro do ano 2000, em Veneza.

Por causa de um grosseiro erro médico, o primogênito de Diogo acaba tendo complicações no parto. Elas  resultam numa paralisia cerebral e, mais do que isso: numa nova forma de encarar a vida para aqueles que convivem diretamente com a criança - pai e mãe.

Ao longo de 150 páginas e 424 passos, o escritor utiliza citações históricas e artísticas ligadas ao tema, criando o ambiente ideal para um texto que foge das emoções baratas ou da autopiedade.

"A queda" é um volume de fácil assimilação, mesmo se tratando de um tema espinhoso. Muitos leitores poderão até se surpreender com a facilidade com que Diogo discorre a respeito de particularidades ligadas à situação do filho, mas, na verdade, não há motivos para qualquer tipo de polêmica. Dificuldades e boas novas vêm e vão, assim como os medos e as esperanças. A história de Tito, mais do que qualquer outra definição, é circular.

Não existem grandes mistérios ligados ao livro. "A queda" não versa a respeito de um pai diante de um filho diagnosticado com paralisia cerebral. É sobre o nascimento de um amor incondicional.

Felizmente, todos estão fadados a isso.






Por Hugo Oliveira








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