"Letras Traduzidas Bizz", edição de janeiro de 1993. Pois é: você, leitor, poderia até pensar que o meu amor pelo rock foi iniciado através de um disco ou de um show, mas não. Acredito que ao adquirir minha primeira revista sobre o assunto, aí sim, fui capturado por toda essa magia barata, esse mundo imperfeito e inesquecível da música.
Perdi a conta de quantos álbuns já ouvi. De quantas revistas especializadas e livros referentes ao tema eu já li. De quanto dinheiro eu gastei em shows. Principalmente, de quanto tempo eu perdi me dedicando a uma manifestação cultural que não tem serventia alguma na vida. Vale nada. Fato.
A rapaziada mais endinheirada da minha cidade - Angra dos Reis - tinha mobilete, roupa de marca e coisas do tipo. Eu, com 14 anos, tinha uma revista com letras traduzidas de bandas como Alice in Chains, L7, Red Hot Chilli Peppers e Nirvana. E era feliz demais por causa dessa aquisição. Continuo sendo, embora a vida adulta faça com que você questione muitas ações e decisões que tomou ao longo do amadurecimento.
Amadurecer. Palavrinha complicada essa. Mas é por aí: o rock não te ajuda a amadurecer. Pelo contrário. Transmite a "Síndrome de Peter Pan" aos seus fãs e seguidores. Sim, porque não há nada mais estranho do que assistir a um bando de trintões - ou quase - se emocionando, gritando e pulando no show de uma banda como o R.E.M, por exemplo - Eu, Pedro e Ricardo.
Mesmo assim, o rock fornece uma coisa absolutamente essencial à vida: ele dá carta branca ao sonho. O rock não impede que os sonhos envelheçam, mas permite que eles continuem existindo, ainda que modificados ou até mesmo baleados pelos obstáculos que vamos encontrando pela vida afora.
Uso topete e costeletas por causa do rock. Ainda me visto tentando mirar ídolos do estilo. Profissão? Jornalista... Na intenção de ser crítico musical. A maioria dos meus amigos são fãs dessa música simples e contagiante. Algo mais?
Ah, porra. É isso: o rock mudou a minha vida. Sem dúvidas.
Ainda sou um sonhador, mas tenho contas a pagar. O tesão por sons novos continua, embora um pouco arrefecido. O que não vai mudar nunca? O sentimento de dívida que terei eternamente com o estilo.
Eu faria tudo de novo, do mesmo jeito. Entraria na banca de jornal do "Texaco", pegaria a publicação cheia de cabeludos mal-encarados na capa e falaria ao atendente. "Quero essa".
Eu quis. Eu quero. Continuarei querendo.
Feliz Dia Internacional do Rock - atrasado!
Por Hugo Oliveira
Mesmo assim, o rock fornece uma coisa absolutamente essencial à vida: ele dá carta branca ao sonho. O rock não impede que os sonhos envelheçam, mas permite que eles continuem existindo, ainda que modificados ou até mesmo baleados pelos obstáculos que vamos encontrando pela vida afora.
Uso topete e costeletas por causa do rock. Ainda me visto tentando mirar ídolos do estilo. Profissão? Jornalista... Na intenção de ser crítico musical. A maioria dos meus amigos são fãs dessa música simples e contagiante. Algo mais?
Ah, porra. É isso: o rock mudou a minha vida. Sem dúvidas.
Ainda sou um sonhador, mas tenho contas a pagar. O tesão por sons novos continua, embora um pouco arrefecido. O que não vai mudar nunca? O sentimento de dívida que terei eternamente com o estilo.
Eu faria tudo de novo, do mesmo jeito. Entraria na banca de jornal do "Texaco", pegaria a publicação cheia de cabeludos mal-encarados na capa e falaria ao atendente. "Quero essa".
Eu quis. Eu quero. Continuarei querendo.
Feliz Dia Internacional do Rock - atrasado!
Hollywood Rock? Não conhece? Ah, deixa pra lá... |
Por Hugo Oliveira
Adorei esse post. E me fez lembrar de como eu comecei a gostar de rock: brigadão Legião Urbana.
ResponderExcluirrádio riviera. lembra??? o pai de uma amiga trabalhava lá; ele sempre colocava beatles e the cure. eu tinha uns 6-7 anos. e isso tudo começou quando meu pai comprou nosso toca-discos. nessa época, eu usava tênis da abelhinha.
ResponderExcluirEm 1993, eu tava na onda da fita K7 gravando tudo o q meus amigos tinham de vinil e fita demo... Conheci Mercenarias, Funk Fuckers, Piu-Piu e sua Banda, Poindexter, tudo nessa epoca. Praticamente nao ouvia nada internacional nessa epoca, era um mero consumidor de fitas demo e zines mesmo.
ResponderExcluirGrande postagem Hugo.Conheço muito bem essa Síndrome de Peter Pan, meu último contágio foi no show do Paul. Repentinamente (com meus 56) me pego pulando e balançando a cabeça ao som de All My Loving. Ridículo? Não. It's only rock roll.
ResponderExcluirAbçs.
é por tanta dedicação que rock é um estilo de vida! =D beijos
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