Um grande elenco encabeçado pela
atriz Denise Fraga encenou ontem, quarta-feira, às 19h30, na Praia do Anil –
Palco Sesc - Mostra de sucesso –, a peça Galileu
Galilei, sobre a perseguição que o astrônomo e matemático italiano de mesmo
nome sofreu pela igreja, por conta de suas ideias revolucionárias.
Ao longo do espetáculo, que cobre
várias passagens importantes da vida de Galileu, assistimos a ascensão e a
queda de um gênio que também não perdia a chance de dar uma malandreada, ops,
de “melhorar” certas invenções em voga naquela época – 1610 –, como o
telescópio, por exemplo.
Pela luneta deste espectador, a
dita comédia era, na verdade, um quase drama histórico, com uma cenografia
poderosa e um andamento não tão ágil, obrigando-nos a degustar cada diálogo com
atenção total. Por conta disso, os problemas sonoros que cismaram em aparecer do
meio do espetáculo em diante atrapalharam um pouco quanto ao entendimento do
que estava sendo encenado. Aí, já viu: para um público que, infelizmente, ainda
enxerga qualquer pingo como letra, foi o sinal para o início de uma debandada
modesta, mas sempre irritante. Uma pena. Apesar desses obstáculos, foi uma peça
importante para ontem, hoje e amanhã.
A trajetória de Galileu, que
passou por Veneza, Florença e Roma, encantando e também preocupando as
autoridades religiosas do país, não foi em vão. Mesmo que tenha renegado suas
ideias iniciais por conta do medo de ser torturado pela inquisição, no fundo,
mantinha-se fiel a elas. Manteve-se. O herege de ontem é a mente brilhante de
hoje. E a inquisição é prima de primeiro grau das ditaduras. Todas elas.
Galileu Galilei |
Por Hugo Oliveira
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