"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Aos atores e atrizes, com amor – Fita 2016

Aos atores e atrizes, com amor – Fita 2016

Segunda-feira, 13 de junho: uma noite dedicada à comédia na 12ª edição da Festa Internacional de Teatro de Angra – Fita. Às 19h30, no Palco Sesc – Mostra de Sucesso, na Praia do Anil, os atores Eduardo Martini e Bruno Lopes apresentaram o espetáculo O filho da mãe, sobre a relação entre uma mãe e seu filho, focando na adolescência do menino até o começo da idade adulta.

A peça funcionou, embora lentamente. Apenas do meio em diante ela conseguiu oferecer ao público o que prometia: gargalhadas e situações hilárias, como a do trecho em que a mãe desconfia que o filho possa ser gay. Jogou contra o espetáculo a regulagem do som. Tanto o das músicas incidentais quanto o do microfone dos protagonistas estava muito, muito alto. Algumas pessoas tapavam os ouvidos quando as canções de Tim Maia, de total importância no espetáculo, eram disparadas nas caixas de som.

O ator Eduardo Martini estava muito bem nas cenas de comédia de Valentina, a mãe da peça; nas passagens mais dramáticas, ele simplesmente brilhava, conseguindo transmitir emoção genuína ao público. Este, aliás, retribuiu o ator com uma aclamação ao final do espetáculo que o fez ir às lágrimas.  Quando a pessoa faz com o coração, quando joga sua vida em determinada realização, a gente sente... E até mesmo esquece certos deslizes.


O filho da mãe


O espetáculo que veio em seguida, O Pena carioca, encenado também na Praia do Anil – Sessão Transpetro –, às 21h45, levou ao palco três peças da autoria de Martins Pena, considerado o fundador da comédia de costume no país.

Faço questão de citar cada ator do elenco: Ana Paula Secco, Anderson Mello, Gabriela Rosas, Leandro Castilho, Luiz André Alvim, Marcio Fonseca e Paulo Hamilton. Juntos, brindaram um público com atuações primorosas e histórias que davam gosto de acompanhar, nos mínimos detalhes.
O pai que quer casar a filha com um homem de posses; o caixeiro que sonha em ser sócio do bar, para mudar de status; a corrupção das autoridades – ainda na primeira metade do século XIX. Cada número encenado pelos atores mostrou beleza e talento nas interpretações, além de jogar luz sobre a genialidade de Martins Pena e a respeito da direção competente de Daniel Herz.

O Pena carioca



Por Hugo Oliveira

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