Aos atores e atrizes, com amor – Fita 2016
Segunda-feira, 13 de junho: uma
noite dedicada à comédia na 12ª edição da Festa Internacional de Teatro de
Angra – Fita. Às 19h30, no Palco Sesc – Mostra de Sucesso, na Praia do Anil, os
atores Eduardo Martini e Bruno Lopes apresentaram o espetáculo O filho da mãe, sobre a relação entre
uma mãe e seu filho, focando na adolescência do menino até o começo da idade
adulta.
A peça funcionou, embora
lentamente. Apenas do meio em diante ela conseguiu oferecer ao público o que
prometia: gargalhadas e situações hilárias, como a do trecho em que a mãe desconfia
que o filho possa ser gay. Jogou contra o espetáculo a regulagem do som. Tanto
o das músicas incidentais quanto o do microfone dos protagonistas estava muito,
muito alto. Algumas pessoas tapavam os ouvidos quando as canções de Tim Maia,
de total importância no espetáculo, eram disparadas nas caixas de som.
O ator Eduardo Martini estava
muito bem nas cenas de comédia de Valentina, a mãe da peça; nas passagens mais
dramáticas, ele simplesmente brilhava, conseguindo transmitir emoção genuína ao
público. Este, aliás, retribuiu o ator com uma aclamação ao final do espetáculo
que o fez ir às lágrimas. Quando a
pessoa faz com o coração, quando joga sua vida em determinada realização, a
gente sente... E até mesmo esquece certos deslizes.
O filho da mãe |
O espetáculo que veio em seguida,
O Pena carioca, encenado também na
Praia do Anil – Sessão Transpetro –, às 21h45, levou ao palco três peças da autoria
de Martins Pena, considerado o fundador da comédia de costume no país.
Faço questão de citar cada ator
do elenco: Ana Paula Secco, Anderson Mello, Gabriela Rosas, Leandro Castilho,
Luiz André Alvim, Marcio Fonseca e Paulo Hamilton. Juntos, brindaram um público
com atuações primorosas e histórias que davam gosto de acompanhar, nos mínimos
detalhes.
O pai que quer casar a filha com um
homem de posses; o caixeiro que sonha em ser sócio do bar, para mudar de status;
a corrupção das autoridades – ainda na primeira metade do século XIX. Cada
número encenado pelos atores mostrou beleza e talento nas interpretações, além
de jogar luz sobre a genialidade de Martins Pena e a respeito da direção
competente de Daniel Herz.
O Pena carioca |
Por Hugo Oliveira
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