"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Os cinco melhores livros de 2015

2015 foi um ano de muitas leituras, felizmente. Não posso dizer o mesmo quanto às audições de novos discos e às sessões de cinema, mas os livros estiveram presentes durante todo o período. Muitos volumes não foram lançados no ano em questão, mas daqueles que vieram à tona em 2015, separei cinco que considerei os melhores. Vamos a eles!



Rio de Janeiro – Histórias de Vida e Morte – Luiz Eduardo Soares – Em 256 páginas, o antropólogo Luiz Eduardo Soares usa a “cidade maravilhosa” como personagem principal de um livro que, infelizmente, contribuí com algumas pás de terra sobre o caixão da esperança relacionada a um país melhor, mais seguro e justo. Políticos da esquerda e da direita, policiais corruptos, milicianos sem escrúpulos, torturadores da época da ditadura, religiosos de araque... Ninguém é poupado nas histórias contadas por Luiz, o que faz com que o leitor finalize a leitura com um aperto no coração.



Ainda estou aqui – Marcelo Rubens Paiva – A família de Marcelo Rubens Paiva poderia ser definida pela palavra luta, mas ainda assim seria limitador demais. No seu mais novo volume, o escritor narra a história de sua mãe, Eunice, que a partir do desaparecimento do marido – preso por agentes da ditadura em 1971 –, reinventa-se na pele de uma advogada não apenas em busca da justiça, mas de um caminho a seguir. Diagnosticada com o Mal de Alzheimer na década passada, ela continua a encarar lutas aparentemente desleais, mas mostra que a coragem permanece intacta, independente da memória. Um livro emocionante.



Brasil: uma biografia – Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling – A antropóloga Lilia Moritz e a historiadora Heloisa Murgel, duas profissionais de peso, decidem biografar um dos personagens mais complexos do planeta, o Brasil. A chegada dos portugueses ao país, as revoltas, a independência, a época da ditadura e a redemocratização, para ficar apenas em alguns pontos essenciais, são descritos num texto claro, informativo e instigante. Um livro indispensável, indicado para todos aqueles que sempre quiseram entender um pouquinho mais sobre este país tropical, polêmico e cruel, mas que nunca souberam por onde começar.   



Joy Division – Unknown Pleasures – Peter Hook – O baixista de uma das bandas mais soturnas – e cultuadas – dos anos 80, a Joy Division, escreve sobre suas memórias dentro do conjunto. Do começo punk à consagração do segundo disco do grupo, “Closer”, e ao suicídio do vocalista do quarteto, Ian Curtis, o que temos é um documento rico em informações, histórias interessantes e risadas, muitas risadas. Quem imaginou um volume repleto de dor e angústia acabou se enganando feio. Hook desmistifica a imagem triste de seu conjunto, mostrando que o Joy Division era uma simples – e talentosa – banda de rock, com um produtor igualmente talentoso, Martin Hannett.



As quatro estações – Mariano Marovatto – Lançado pela editora Cobogó, numa série intitulada O livro do disco, As quatro estações é um livro sobre o quarto disco de estúdio da banda mais amada/odiada do Brasil, a Legião Urbana. O poeta e músico Mariano Marovatto mistura lembranças pessoais a informações colhidas diretamente com integrantes da banda e com gravações de ensaios da época. É um volume curtinho, de 88 páginas, mas que passa o recado de forma correta. Li muitas críticas negativas sobre o livro, mas como o álbum em questão era quase desconhecido para mim antes de comprar o volume, ele serviu como um guia às mensagens religiosas e por vezes enigmáticas de Renato Russo em As quatro estações.





Por Hugo Oliveira

Um comentário:

  1. Preciso comprar o Brasil: uma Biografia, li alguns capítulos dele pra uma disciplina esse ano, e é sensacional. E comprar também esse do Peter Hook, é sempre legal conhecer a banda através de um integrante, e ainda mais com essas histórias. E claramente o do Marcelo Rubens Paiva, que eu adoro, e dizem que agora ele está escrevendo ainda melhor.

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