"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

sábado, 31 de dezembro de 2011

All my lies are only wishes...

Mais um ano acabando. Inevitável pensar no que foi 2011 pra mim. 2011 foi o ano em que vi o Paul McCartney com meu pai; que mergulhei profundamente na obra do Bob Dylan e fui conquistado irreversivelmente; que Radiohead, R.E.M. e Wilco lançaram (bons) discos; que o R.E.M. acabou – ontem estava ouvindo o maravilhoso Live at Olympia e pensando que se tivesse que escolher cinco bandas da vida (e isso seria crueldade), Beatles, Radiohead e R.E.M. teriam lugares garantidos, Doors provavelmente também e a quinta eu deixo em branco para conseguir dormir em paz – e sinto orgulho enorme da obra que eles deixaram; que Almodóvar e Woody Allen lançaram filmes de que gostei muito; que Fringe e Sopranos ajudaram a ocupar o espaço que Lost ocupava serialmente na minha vida; que comecei a ler a ambiciosa e extraordinária biografia do Dostoievski escrita por Joseph Frank, estou no quarto volume, mas nesse terei que parar daqui a 150 páginas para reler O Idiota e daí a mais algumas para ler Os Demônios e depois, no meio do quinto volume, para reler O Adolescente, o que é garantia de mais alguns meses imerso neste projeto; que o Bloco fez dez anos, o V, vinte, e eu tinha certeza de que haveria um novo disco que seria tão impactante quanto esses pra mim e não rolou, mas provavelmente parte da culpa é minha; foi o ano em que fiquei mais só – e isso também é muito por minha responsabilidade – que me deixei de lado de uma forma incompreensível e só fui perceber há pouco.

...  I know I would die if I could come back new

No fim de uma espécie de retrospectiva do ano passado, afirmei 2010 ter sido um ano de despedidas – sim, todo ano é ano de despedidas... e de encontros e descobertas também, o que ajuda a vida a ser suportável – o fato é que listei algumas significativas e terminei o texto de forma até otimista. O que não contava era com sentir muito mais os efeitos de algumas daquelas despedidas durante este ano do que quando aconteceram, fazendo com que eu, sem perceber, esquecesse de mim. Isso comprometeu tanta coisa: trabalho, relações, minha saúde física e mental, a regularidade deste blog, enfim, diversos aspectos da minha vida. De, sei lá, outubro para cá, as coisas vêm, pouco a pouco, melhorando. Não posso deixar de citar pessoas que, de uma forma ou de outra, me ajudaram nos momentos complicados passados e me fizeram olhar para a frente: além dos seis aqui do núcleo familiar, Pedro Henrique, Hugo, Marcel, Camila, Marcella, Carol, Eugênia,  Isabella, Bartolomeu, Fábio, Roberto, Rodrigo, Loo e Cecel, Dani, Matheus, Sueli, Raquel... Nem todos vão ler ou ao menos têm ideia do quanto foram importantes em momentos específicos ou o tempo inteiro, mas fica aqui meu sincero agradecimento.

2011 foi um ano complicado a maior parte do tempo.

I survived
That’s good enough for now

Um 2012 melhor, mais feliz do que 2011, pra vocês e para mim.

Por Ricardo Pereira

2 comentários:

  1. Feliz Ano Novo Ricardo! Texto bem legal. E invejinha de você, mal comecei a ouvir o Dylan, haha.

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  2. Pra você também, Mayra! Vale investir no Dylan, pelo menos uns, sei lá, 12 discos fundamentais! Conhece o 'Blood on the tracks'? É meu preferido!!

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