1 The Whole Love – Wilco
Após um álbum irregular, o Wilco volta à forma em um disco lindíssimo. A primeira música, a soberba “Art of almost”, até dá a impressão de que a banda voltou às experimentações dos clássicos Yankee Hotel Foxtrot e A Ghost is born, o que não se confirma no restante do álbum. Ainda assim, pra quem gosta de bonitas melodias, canções bem construídas e das letras geniais de Tweedy, o disco reserva pérolas como os rocks “Dawned on me”, “Born Alone” e “Standing O”; baladas da melhor safra como “Open Mind” e “Sunloathe”, e “Capitol City”, com clima Beatles circa 68. Discaço.
2 Collapse Into Now – R.E.M.
O último disco de carreira do R.E.M. serviu como despedida em grande estilo. Um álbum irretocável, equilibrando rocks vigorosos e lindas baladas, contendo pérolas pops tipicamente R.E.M. como “Überlin” e “Oh My Heart”. Após o término da banda, fica a impressão que eles quiseram, na despedida, buscar um pouco do clima de cada fase marcante da carreira. Aos fãs, a saudade e uma dose de frustração por não terem a oportunidade de ver estas canções ao vivo.
3 The King of Limbs – Radiohead
A banda mais importante do mundo deu as caras em 2011 com um disco curto, apenas oito faixas, e que desapontou os admiradores da fase The Bends/Ok Computer e encantou os que acompanharam a banda pós Kid A. Há lirismo e suavidade em “Codex” e “Give up the ghost”, balanço e certa sensualidade em “Little by little” e “Lotus Flower” e a maravilhosa “Separator”. Fosse lançado em disco o ao vivo “From the basement”, com versões mais orgânicas das músicas do álbum, acrescidas de “Daily mail” e “Starcaise” – a melhor música do ano – estaria facilmente encabeçando esta lista.
4 The Harrow and the Harvest – Gillian Welch
É um álbum minimalista, com instrumental restrito aos violões/guitarras, banjo e gaita a serviço de canções sensíveis e emocionantes, resgatando temas tradicionais do folk, country e bluegrass. E toda esta delicadeza abriga letras muito boas, buscando inspiração na lírica recorrente do country tradicional adaptando-a aos dias atuais. Como se, habilmente, com seu canto envolvente, Welch nos levasse a Nashville idealizada por tantas histórias e canções, e por lá encontrássemos, se não a solução, uma proveitosa reflexão sobre o que passamos nos dias de hoje.
Ouça: “Tennessee”, “Dark turn of mind” e “Down Along the Dixie Line”.
5 James Blake – James Blake
Disco trilha sonora de parte do meu 2011. Melancólico, cheio de silêncios, vazios, balbucios, repetições, tendo como moldura uma eletrônica algo minimalista. E um grande intérprete, que quando repete insistentemente que tudo que sabe é que está caindo, caindo, caindo..., não tenha dúvida, estamos nessa junto com ele.
Ouça: “Unluck”, “The Wilhelm Scream” e “I never learn to share”.
6 The King is Dead – The Decemberists
Disco com clima setentista, há uma leveza, uma certa descontração (mais nas músicas do que nas letras) que permeia o álbum, um certo bucolismo em lindas baladas como ‘Rise to Me’, January Hymn’ e ‘Dear Avery’ ou em números mais agitados como ‘Rox in the Box’ ou ‘All Arise!’, uma das minhas preferidas. Há ainda participações de Peter Buck, guitarrista do R.E.M., e Gillian Welch.
7 Suck it and See – Arctic Monkeys
Disco mais maduro da banda até agora, com ênfase em belas melodias e nas letras cada vez melhores de Alex Turner, que consegue trazer para sua banda de origem um pouco da sensibilidade e pretensão do The Last Shadow Puppets.
Ouça: "She's Thunderstorms”, "Piledriver Waltz" e "Love is a Laserquest".
8 Mockingbird Time – The Jayhawks
Outro com sonoridade setentista, englobando folk e country-rock, lindas harmonias vocais e melodias arrebatadoras.
Ouça: “Tiny Arrows”, “Mockingbird time” e “Black-Eyed Susan”.
9 Apocalypse – Bill Callahan
O folk de Callahan aparece aqui acrescido de mais guitarras, que acrescentam peso e ainda mais intensidade às canções melancólicas e sensíveis do compositor norte-americano. Ora resvalando no jazz, ora no rock n’ roll, as lindas composições destacam sempre a poderosa voz de Callahan.
Ouça: “Universal Applicant”, “Free’s” e “One Fine Morning”.
10 Helplessness Blues – Fleet Foxes
Um álbum clássico, desde a capa até cada detalhe das canções. O Fleet Foxes trabalha sem se importar com a época em que vive, não adianta procurar contemporaneidade aqui. O clima é bucólico, folk com passagens levemente psicodélicas e harmonias vocais inacreditáveis de tão bonitas. Além disso, as letras são um passo a frente em relação ao primeiro disco.
Ouça: “Montezuma”, “The Shrine/ An Argument” e “Helplessness Blues”.
Poderiam estar na lista:
Bon Iver – Bon Iver
Bad as Me – Tom Waits
Circuital – My Morning Jacket
Fuerteventura – Russian Red
Wounded Rhymes – Likke Li
Rome – Danger Mouse and Daniele Luppi
Por Ricardo Pereira
Bela lista. Preciso em alguns dos álbuns que tão aí. Mas me diz, o álbum Revelator do Tedeschi Trucks Band não tá aí porque você não ouviu né? rsrs.
ResponderExcluirValeu, Mayra! Não ouvi mesmo, mas vou procurar e já te falo!! rs
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