Assisti ontem ao filme “Contágio”, do diretor Steven Soderbergh. São 106 minutos de paranoia geral, ancorados na história de um novo vírus que ameaça a humanidade não apenas através da doença que dissemina, mas, principalmente, pela confusão que causa entre políticos, pesquisadores da área de saúde, imprensa e a população.
A trama principal tem a ver com a tentativa de descobrir como – e onde – o vírus surgiu. Mais do que isso: encontrar uma possível cura para o mal. Ao redor disso, subtramas se desenrolam. O ator Matt Damon interpreta um chefe de família que manteve contato com uma das primeiras vítimas do vírus, sua atual esposa, Beth Emhoff – personagem defendida por Gwyneth Paltrow –, que teria contraído a doença por causa de uma viagem de negócios a Hong Kong; o médico Ellis Cheever – Laurence Fishburne – e a doutora Erin Mears – Kate Winslet – lutam contra o tempo para desvendar, seguindo as ordens dos manda-chuvas do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, a questão que lhes foi colocada: o vírus, batizado de Mev-1, surgiu de forma acidental ou como uma arma biológica? Já a epidemiologista da Organização Mundial da Saúde, Leonora Orantes – Marion Cotillard –, recebe a missão de viajar a Hong Kong para pesquisar o provável local de origem da doença, e acaba sequestrada, dando início a um problema internacional.
O jornalista Alan Krumwiede – papel efetuado pelo ator Jude Law – é uma das personagens mais interessantes da película. Alan foi um dos primeiros que divulgou, em seu blog, o vídeo de uma pessoa aparentemente infectada pelo vírus. Daí em diante o jornalista vai ganhando credibilidade – ao mesmo tempo em que o Mev-1 vai se espalhando pelo globo –, chegando a apontar um remédio homeopático como a cura da doença e a pedir a seus leitores que não tomem a vacina produzida pelo governo.
“Contágio” não é um filme sobre uma doença. Tampouco a respeito de um vírus com o poder de devastar a humanidade. Na verdade, é uma obra que versa sobre uma espécie de “paranoia epidêmica”, expressão absolutamente plausível nos dias de hoje. Os sintomas, as mortes em massa, a tristeza pelas mortes dos entes queridos são itens secundários na criação de Soderbergh, que lança um olhar muito realista – e por vezes cruel – sobre o poder não de um, mas de vários “medos”. Para sair do cinema e lavar as mãos.
“Contágio” não é um filme sobre uma doença. Tampouco a respeito de um vírus com o poder de devastar a humanidade. Na verdade, é uma obra que versa sobre uma espécie de “paranoia epidêmica”, expressão absolutamente plausível nos dias de hoje. Os sintomas, as mortes em massa, a tristeza pelas mortes dos entes queridos são itens secundários na criação de Soderbergh, que lança um olhar muito realista – e por vezes cruel – sobre o poder não de um, mas de vários “medos”. Para sair do cinema e lavar as mãos.
Você nunca mais vai encostar numa maçaneta como antigamente... |
Por Hugo Oliveira
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