"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

sábado, 15 de outubro de 2011

Pedaço de mim

Ando assistindo a muitos filmes, mas poucos me instigam a comentar por aqui. A árvore da vida, do diretor Terrence Malick, por exemplo, foi-me recomendado por muita gente, apontado como obra-prima, filme pra mudar vida, resenhas exageradas e superlativas. Fui assistir e não vi isso tudo. Há beleza ali, visualmente falando é lindo, mas o excesso de pretensão e aquele conhecido desejo de “ser difícil” não deixam o filme desenvolver o quanto pode.

Filme que mexeu de verdade comigo foi Dear Zachary: a Letter to a Son About His Father, documentário de 2008 de Kurt Kuenne. Fiquei sabendo de sua existência através de um post no blog do André Barcinski sobre seus documentários preferidos. O melhor amigo do diretor fora assassinado e Kuenne resolveu fazer um filme para que, através dele, o filho de seu amigo, ainda por nascer, soubesse quem foi seu pai, servindo-se da visão de pessoas queridas.

Achei fantástica a ideia, com um potencial emocional enorme. Mas nunca poderia estar preparado para o que o filme retrata, não obstante a recomendação de Barcinski do filme ser “uma das experiências mais arrasadoras do cinema nos últimos anos.” Isso porque novos fatos vão acontecendo à medida que o filme vai sendo feito e estes fatos (que omito aqui por respeito a quem se interessar em assistir, pois sabê-los diminuiria drasticamente o impacto do documentário) transformam o filme totalmente do que era para ser uma linda – ainda que triste – declaração de amor, em um relato amargo e angustiante sobre a vida, e do quanto a mesma pode ser tão ou mais sombria do que os retratos que a ficção nos oferece. O filme mais triste a que assisti até hoje.

 “Isso é somente uma canção, a vida realmente é diferente. Quer dizer… a vida é muito pior!”

Por Ricardo Pereira

3 comentários:

  1. e o fato de ser um documentário é muito aterrador. fiquei relutando em acreditar que era aquilo que iria acontecer. ia dando pause pra tentar respirar e conseguir chegar até o fim.

    aliás, quero nem lembrar mais desse filme.

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  2. Então, Manoel, aconteceu parecido comigo também. Dei pause e voltei pra ver se não havia entendido errado. Se fosse ficção já deixaria um incômodo, maso fato de ser real é que torna tudo tão destruidor.

    Ainda assisto novamente, mas não tão cedo.

    Abs

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  3. Uau! Depois de ler os comentários estou com medo de assistir o filme, rsrs.

    Mas acho que vou assistir mesmo assim... Mesmo ficando um pouco mais desesperançosa com as coisas.

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