"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sobre Renato ou Ricardo?

Lembrei dos 15 anos da morte do cantor Renato Russo, vocalista da Legião Urbana, por causa de duas coisas. Primeiro, li um ótimo texto sobre o assunto, do jornalista Ismael Machado, no site Scream & Yell - http://screamyell.com.br/; segundo, encontrei o disco de estreia do grupo sendo vendido nas bancas de minha cidade por R$ 9,90, como parte de uma coleção que vai englobar toda a discografia do conjunto, em 15 fascículos.

Não sou um grande conhecedor da banda, confesso. Também não faço parte do time de fãs de primeira hora. Mas é aquilo: negar o impacto da Legião não apenas no cenário pop/rock nacional, mas na MPB, é um baita equívoco... Ou ranço de jornalista/crítico metido a besta.

Beleza: não é fácil aguentar fãs xiitas que acreditam que TUDO o que Russo - e sua turma - gravou é divino e maravilhoso; outro motivo que leva muitos ao afastamento total quanto à obra do conjunto brasiliense tem a ver com a postura messiânica, mesmo que não intencional, do vocalista. Quer saber? Esqueça os admiradores babacas e/ou os detratores superficiais. O que importa são as canções do grupo. Essas, meu amigo/amiga, em muitos casos são atemporais, arrasadoras, clássicas. Coisa da melhor banda de rock que o Brasil já teve notícia - Mutantes, Titãs, Raimundos e Los Hermanos que me desculpem.

Minhas primeiras lembranças relacionadas ao quarteto - além de Renato, do guitarrista Dado Villa-Lobos e do baterista Marcelo Bonfá, a formação ainda incluia o baixista Renato Rocha, que saiu do grupo antes do lançamento de "As quatro estações" -  datam de 1989, quando, depois de um período morando na casa de minha avó, voltei à residência onde havia nascido, que passara por uma reforma. Lá, reencontrei meus amigos de infância e descobri que eles gostavam muito de música. De rock, principalmente. E tome Titãs, Plebe Rude, Capital Inicial, Paralamas e, é claro, Legião. Por causa da influência deles na minha vida, naqueles primeiros anos, comprei uma coletânea em fita cassete - pirata - que juntava os grandes nomes nacionais da época. O conjunto de Brasília participava com "Tempo perdido", na minha opinião, a melhor faixa do disco. Guitarrinhas limpas, inofensivas; cozinha "feijão com arroz do bom"; a voz e as letras de Russo, marcantes, especiais. Para cantar junto e voltar a fita, várias vezes.

Outro momento. O ano era 1996. Meu círculo de amizades já havia aumentado consideravelmente, assim como o amor pela música. Montei uma bandinha com outros três companheiros, no final do ano, para um festival que aconteceria no começo de 97. Repertório? Duas músicas próprias e uma cacetada de covers. Entre as canções de outras bandas escolhidas para figurar no set list, duas da Legião, "Natália" e "Dezesseis", do álbum "A tempestade" - disco que, aliás, conheci por meio de outro grande amigo, Ricardo Pereira, que escreve comigo neste blog.

Ricardo, esse sim, é o cara certo para falar sobre a banda. Conhece cada canção gravada pelo conjunto, cada entrevista dada por Russo e seus companheiros. Há algum tempo, vi uma foto de Ricardo, bem novinho, numa reunião de família. Os primos lá, se divertindo com vários brinquedos, e ele sentado, usando uma camisa da Legião. Demais.

Aliás, a Legião Urbana foi a banda que selou a nossa amizade. Escutei o disco "A tempestade" por causa dele, que subiu as "montanhas" do Morro do Carmo para oferecer uma audição relacionada ao disco. Foi a primeira vez que trocamos uma ideia melhor sobre música etc. Viramos amigos. Para o resto da vida.

Eu poderia descrever várias histórias, envolvendo inúmeras canções do grupo. Também tenho bala na agulha para escrever um "tijolão" a respeito desse cara que vem dividindo alegrias e tristezas comigo, ao longo de nossa - curta - existência.

Mas eu não quero me alongar.

"(...) Sou eu mesmo e serei eu mesmo então/E não há nada de errado comigo, não/
Não, não, não/Não preciso de modelos, não preciso de heróis".

Eu tenho meus amigos.


Valeu, Renato; valeu, Ricardo


Por Hugo Oliveira

5 comentários:

  1. Tenho muito a agradecer a Legião Urbana.
    Devo meus primeiros passos no mundo no Rock'n'Roll a essa banda.
    E tenho também boas lembranças, apesar de não uma fã xiita!

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  2. Beleza de lembranças, cara. Meio que virou legal falar mal da banda, né? A Legião na minha infância/adolescência era pra mim o que é o Radiohead hoje... Melhor, era como é o Botafogo, é isso! rs

    Gostei do texto, mano!

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  3. Ah, e o título me lembrou até o casamento do Roma. Periga Pedrenrique entrar no blog e levar mais um susto rsrsrs

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  4. KKKKKKKKKKKKKKKKKK... Agora é que me dei conta, cara! Frase da festa: o Ricardo é nosso!

    Abraços, mano!

    Hugo Oliveira

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  5. Nem vou comentar muito... Pra resumir, gosto do Legião Urbana desde os oito ou nove anos. Tenho um montão de coisas, menos camiseta, hehe.

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