Lembrei dos 15 anos da morte do cantor Renato Russo, vocalista da Legião Urbana, por causa de duas coisas. Primeiro, li um ótimo texto sobre o assunto, do jornalista Ismael Machado, no site Scream & Yell - http://screamyell.com.br/; segundo, encontrei o disco de estreia do grupo sendo vendido nas bancas de minha cidade por R$ 9,90, como parte de uma coleção que vai englobar toda a discografia do conjunto, em 15 fascículos.
Não sou um grande conhecedor da banda, confesso. Também não faço parte do time de fãs de primeira hora. Mas é aquilo: negar o impacto da Legião não apenas no cenário pop/rock nacional, mas na MPB, é um baita equívoco... Ou ranço de jornalista/crítico metido a besta.
Beleza: não é fácil aguentar fãs xiitas que acreditam que TUDO o que Russo - e sua turma - gravou é divino e maravilhoso; outro motivo que leva muitos ao afastamento total quanto à obra do conjunto brasiliense tem a ver com a postura messiânica, mesmo que não intencional, do vocalista. Quer saber? Esqueça os admiradores babacas e/ou os detratores superficiais. O que importa são as canções do grupo. Essas, meu amigo/amiga, em muitos casos são atemporais, arrasadoras, clássicas. Coisa da melhor banda de rock que o Brasil já teve notícia - Mutantes, Titãs, Raimundos e Los Hermanos que me desculpem.
Minhas primeiras lembranças relacionadas ao quarteto - além de Renato, do guitarrista Dado Villa-Lobos e do baterista Marcelo Bonfá, a formação ainda incluia o baixista Renato Rocha, que saiu do grupo antes do lançamento de "As quatro estações" - datam de 1989, quando, depois de um período morando na casa de minha avó, voltei à residência onde havia nascido, que passara por uma reforma. Lá, reencontrei meus amigos de infância e descobri que eles gostavam muito de música. De rock, principalmente. E tome Titãs, Plebe Rude, Capital Inicial, Paralamas e, é claro, Legião. Por causa da influência deles na minha vida, naqueles primeiros anos, comprei uma coletânea em fita cassete - pirata - que juntava os grandes nomes nacionais da época. O conjunto de Brasília participava com "Tempo perdido", na minha opinião, a melhor faixa do disco. Guitarrinhas limpas, inofensivas; cozinha "feijão com arroz do bom"; a voz e as letras de Russo, marcantes, especiais. Para cantar junto e voltar a fita, várias vezes.
Outro momento. O ano era 1996. Meu círculo de amizades já havia aumentado consideravelmente, assim como o amor pela música. Montei uma bandinha com outros três companheiros, no final do ano, para um festival que aconteceria no começo de 97. Repertório? Duas músicas próprias e uma cacetada de covers. Entre as canções de outras bandas escolhidas para figurar no set list, duas da Legião, "Natália" e "Dezesseis", do álbum "A tempestade" - disco que, aliás, conheci por meio de outro grande amigo, Ricardo Pereira, que escreve comigo neste blog.
Ricardo, esse sim, é o cara certo para falar sobre a banda. Conhece cada canção gravada pelo conjunto, cada entrevista dada por Russo e seus companheiros. Há algum tempo, vi uma foto de Ricardo, bem novinho, numa reunião de família. Os primos lá, se divertindo com vários brinquedos, e ele sentado, usando uma camisa da Legião. Demais.
Aliás, a Legião Urbana foi a banda que selou a nossa amizade. Escutei o disco "A tempestade" por causa dele, que subiu as "montanhas" do Morro do Carmo para oferecer uma audição relacionada ao disco. Foi a primeira vez que trocamos uma ideia melhor sobre música etc. Viramos amigos. Para o resto da vida.
Eu poderia descrever várias histórias, envolvendo inúmeras canções do grupo. Também tenho bala na agulha para escrever um "tijolão" a respeito desse cara que vem dividindo alegrias e tristezas comigo, ao longo de nossa - curta - existência.
Mas eu não quero me alongar.
"(...) Sou eu mesmo e serei eu mesmo então/E não há nada de errado comigo, não/
Não, não, não/Não preciso de modelos, não preciso de heróis".
Eu tenho meus amigos.
Valeu, Renato; valeu, Ricardo |
Por Hugo Oliveira
Tenho muito a agradecer a Legião Urbana.
ResponderExcluirDevo meus primeiros passos no mundo no Rock'n'Roll a essa banda.
E tenho também boas lembranças, apesar de não uma fã xiita!
Beleza de lembranças, cara. Meio que virou legal falar mal da banda, né? A Legião na minha infância/adolescência era pra mim o que é o Radiohead hoje... Melhor, era como é o Botafogo, é isso! rs
ResponderExcluirGostei do texto, mano!
Ah, e o título me lembrou até o casamento do Roma. Periga Pedrenrique entrar no blog e levar mais um susto rsrsrs
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKKKKKKKK... Agora é que me dei conta, cara! Frase da festa: o Ricardo é nosso!
ResponderExcluirAbraços, mano!
Hugo Oliveira
Nem vou comentar muito... Pra resumir, gosto do Legião Urbana desde os oito ou nove anos. Tenho um montão de coisas, menos camiseta, hehe.
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