Vem rolando desde 14 de outubro, na Praia do Anil, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, a 8ª edição da Festa Internacional de Teatro de Angra, a Fita. Confesso que não consegui assistir a todas as peças que gostaria, mas o que deu para conferir não decepcionou. Um pouquinho sobre os espetáculos assistidos segue logo abaixo. Hoje tem mais, e a ideia é tentar intensificar a minha presença no evento nesta semana, que é a última.
"Flor de Mandacaru" - Acredito que quem faz teatro infantil bem consegue atuar em qualquer tipo de peça... E o pessoal da "Flor de Mandacaru" está aí para comprovar. Com texto de Jônea França e direção de Lu Gatelli, que também participa do elenco ao lado de Fernando Lopes, Diego Marques e Bruno Macedo, o espetáculo é divertido e lúdico na medida certa, sem arestas a serem aparadas. A história de dois malandros que planejam roubar a valiosa flor de mandacaru de um vilarejo devastado pela seca, às margens do Rio São Francisco, conquista até os espectadores com o coração mais gelado. Interpretações, canções, cenário, dicção, emoção... Tudo em seu devido lugar, prontinho para emocionar crianças e adultos. Nota 8.
Flor de Mandacaru |
"Música para cortar os pulsos" - Fica difícil não simpatizar com uma peça onde, ao chegar, você se depara com um trecho de uma das mais belas canções pop em cima do seu assento - neste caso, "There is a light that never goes out", dos Smiths. O espetáculo - texto e direção de Rafael Gomes -, sobre desencontros amorosos que acabam se entrelaçando, trata o tema de forma criativa e pop, onde as canções têm total importância. E que músicas! "God only Knows" - Beach Boys -, "Boys don't cry" - The Cure - e "As canções que você fez pra mim" - Roberto Carlos -, entre outras, fazem a alegrias dos fanáticos por música pop, enquanto o "bizarre love triangle" formado pelos atores Fábio Lucindo, Mayara Constantino e Victor Mendes vai apresentando suas dores, opiniões e sentimentos ao público, num cenário tão simples quanto certeiro. Nota 8.
Música para cortar os pulsos |
"Segredos" - A ideia de um espetáculo "work in progress" onde as histórias são criadas na hora, através de dados fornecidos pela plateia, é no mínimo interessante. E foi desse jeito que a peça chegou aos palcos da Fita, com o público depositando anonimamente seus segredos numa urna fornecida pelos atores, antes da apresentação. Na teoria, muito legal, mas na prática... Falhou. Quadros confusos, discrepância entre a atuação dos oito atores e um entrelaçamento de cenas que quase não funcionou deixaram uma dúvida no ar dos mais desconfiados: improvisar é arte ou enganação? Prefiro pensar que o andamento de "Segredos" não foi bom em Angra dos Reis. Nota 4.5.
Segredos |
Por Hugo Oliveira
Não sabia alguma peça fazia o mesmo que "Os Improváveis". Não, acho que isso não é peça, peça mesmo tem outro "esquema".
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