"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Cinco discos

Há meses tenho textos abortados sobre algumas obras que marcaram presença por aqui este ano. Como dificilmente vou terminá-los, que fiquem ao menos as indicações.

Dois discos de 2010 que pouco ouvi o ano passado cresceram bastante após audição mais atenta. O primeiro, High Violet, do The National é um álbum denso, angustiado, fechado, extraordinário. Não é um disco pra ouvir com atenção dividida, é pra se apreciar com calma, sorvendo cada palavra das boas letras e os timbres marcantes que a banda imprime às canções. O outro, The Sea, da Corinne Bailey Rae, é delicado, mais triste e reflexivo do que eu esperava de um álbum da cantora, que eu só conhecia através do hit "Put Your Records On", de seu álbum anterior.

Lançados este ano, há três álbuns que ouço frequentemente desde o lançamento. Suck it and see, do Arctic Monkeys é um dos grandes discos do ano. O mais coeso da carreira da banda, com ênfase nas bonitas melodias, faz o Alex Turner se aproximar mais do compositor sensível e pretensioso do Last Shadow Puppets do que do hitmaker nervoso de Whatever People Say I Am, That's What I'm Not.  Parte dos fãs mais radicais rejeitou, não acompanhando o amadurecimento e crescimento da banda. “Piledriver Waltz” é uma beleza de canção!

Um labirinto em cada pé chegou com a responsabilidade de suceder No chão sem o chão, um dos melhores trabalhos da música brasileira recente, do cantor Romulo Fróes. E o que era excesso e experimentação no álbum duplo de 2009, agora aparece mais bem formatado em um álbum viciante em que as guitarras peculiares de Guilherme Held casam-se perfeitamente ao cavaquinho de Rodrigo Campos. E as instigantes canções de Romulo consolidam também o trabalho de Clima e Nuno Ramos como dois dos letristas mais interessantes da MPB atual. Baixe aqui.

E Que isso fique entre nós, do Pélico, é o tipo de álbum que não tenho como não gostar. Canções pop influenciadas pela jovem guarda, tanto nas músicas, quanto nas letras carregadas de sentimentalismo, fazendo-se breguinhas na medida certa. São vários os destaques, “Levarei”, “Não éramos tão assim”, mas “Sete minutos de solidão” é provavelmente a grande música pop do ano até agora.

"Sabe quem sou / Sabe o que é / Um labirinto em cada pé"
 Por Ricardo Pereira

5 comentários:

  1. E aí, Ricardo! Eu gosto muito também do Suck it and see, sempre escuto enquanto me arrumo kkk
    Adoro o baixo de reckless serenade, muito bom.
    Beijos e continua com as boas resenhas. Eu sempre leio mas quase nunca comento.

    ResponderExcluir
  2. Piledriver Waltz me lembra a Cornerstone do Humbug, a qual gosto bastante, mas a que mais me agrada do Suck it and see é Black Treacle. Afinal, sou um fã radical do Alex hitmaker nervoso e não acompanhei o amadurecimento da banda, hahaha, gostei da sacada. Sou um desses, mas o álbum é bom sim. Conversamos sobre o álbum há um tempo atrás no Ampm, vê se lembra.

    ResponderExcluir
  3. Oi Fernanda, é um discaço mesmo! Obrigado pelas leituras! Beijos

    Anônimo é o Pepê, né? rs Cara, eu gosto dos dois primeiros tb, mas acho que através do Humbug é que a banda se encontra mesmo. Na verdade, me encantei mesmo com o Alex compositor no Last Shadow Puppets e esse 'Suck it and see' foi o primeiro dos Monkeys que senti necessidade de ter o original. Abs

    ResponderExcluir
  4. Adoro esse disco do The National. Comecei a ouvi-lo nesse ano, e adoro as primeiras músicas (principalmente). Essa banda é um cover descarado do Joy Division, mas fazer o que, coisas tristes chamam minha atenção, hehe. Minha favorita é Sorrow.
    Esse disco novo do Arctic eu preciso ouvir, mesmo não tendo ouvido os outros (inteiro pelo menos) ainda, rsrs.
    Estou baixando esse álbum que você escreveu tão bem, do Rômulo Fróes, e que eu particularmente não conhecia.

    ResponderExcluir
  5. É Mayra, mas já foi mais Joy Division antes, eles estão aos poucos 'abrindo' um pouco isso e adquirindo uma personalidade própria. Sorrow é linda, gosto muito da última, Vanderlyle crybaby geeks, meio folk e muito mesmo da Little Faith. Discaço!

    Depois me conta o que achou do Romulo!

    Bjs

    ResponderExcluir