“Lembre-se que ninguém é um fracasso se tem amigos”. Uma dedicatória num livro, com essas palavras, na última cena de um longa-metragem. Foi o golpe derradeiro para que as lágrimas fossem derramadas. O filme? "A felicidade não se compra", do diretor Frank Capra.
A história é simples. George Bailey - interpretado com maestria por James Stewart - é o típico gente fina da cidade de Bedford Falls... Aliás, gente fina nada: ele é a bondade em pessoa. Desde pequeno sempre ajudando o próximo e, muitas vezes, anulando seus sonhos para que outros possam concretizar os seus, ele vê a vida passar sempre esperando pelo momento certo de ser feliz. Vai dar merda, certo? Vai.
Em um determinado momento, George, já casado e com filhos, entra numa furada envolvendo uma grande quantia de dinheiro, que foi perdida por um tio - na verdade, não foi bem assim. Ele precisa dessa grana, pois, do contrário, terá que pagar pelo erro do parente com uma estadia na prisão. George quase enlouquece com a possibilidade de ter que ficar atrás das grades e, num momento de desespero, pensa em se matar jogando-se de uma ponte.
E aí, aparece um anjo... Um bem engraçado, diga-se de passagem. Ele ajuda George a entender que, apesar de tudo o que está passando, sua vida foi - e é - absolutamente importante ao povo da cidade. De que forma? Mostrando a ele como seria a vida da pacata cidadezinha se o próprio não existisse... E esse cenário não é nada agradável. George se arrepende dos pensamentos negativos, e resolve voltar para casa mesmo sabendo que vai ser preso por causa da confusão monetária. Paro por aqui.
Lançado em 1946, "A felicidade não se compra" é um filme atemporal, com uma mensagem que não vai envelhecer nunca. Pode não ser um longa ágil para os padrões destes tempos, mas acredito que a molecada - ao menos, a esperta - não vai ter problemas em descobrir esta obra-prima. Mais ainda: absorver o importante ensinamento que é transmitido na película.
Num mundo de espertalhões, filhos-da-puta, invejosos e inescrupulosos de todos os tipos, ser do bem é ser verdadeiramente rebelde, é promover a real revolução que esse mundo maluco precisa.
Você pode dizer que eu sou um sonhador, claro. Mas é aquilo: eu não sou o único.
Ser do bem não tem nada a ver com ser "coxinha" |
Por Hugo Oliveira
Importante: comprei o DVD na última terça-feira, quando viajei a trabalho para o Rio. Vou rever nesse final de semana, e o choro é certo. Aliás, se você resolver assistir e não se emocionar com a última parte do filme, passe a comer fritura todos os dias, fumar cinco maços de cigarro por hora e não se esqueça de adotar o sedentarismo para o resto de sua vida. Você não deve ter coração.
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