"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Pequenas grandes canções do Britpop - "Heroine", Suede

As tão sonhadas férias trouxeram várias coisas boas. Voltar a escutar música, por exemplo. Mexendo na minha modesta coleção de discos, acabei descobrindo que tenho os principais trabalhos das bandas que bagunçaram o coreto inglês na primeira metade dos anos 90. Oasis, Blur, Pulp e Suede eram os cabeças por trás do Britpop, estilo musical que pagava tributo a grandes nomes britânicos do rock - Beatles, Kinks, T.Rex, David Bowie e The Smiths, acima de tudo. Tinha muita chupação e plágio, como não poderia deixar de ser. Mas também existiu espaço para novas ideias e até mesmo um revisionismo que se nivelava por cima. A farra foi boa, gerou ótimos discos e singles, mas chegou ao fim, já no final da década. A herança veio inicialmente em forma de nomes como Coldplay e Travis; mais à frente, toda uma cena indie que ia de Libertines a Franz Ferdinand, passando por Kaiser Chiefs e Arctic Monkeys, também sofreu influência, embora mais diluída. Mas isso é uma outra história. Vamos ao que interessa. O Suede nasceu do esperma de David Bowie... E foi gerado no útero de Morrissey, ex-vocalista dos Smiths. Lançaram cinco discos de carreira, entre eles, "Dog Man Star", segundo trabalho do grupo. É uma obra musical com muita história para contar, geralmente triste, como a saída do guitarrista Bernard Butler logo que o álbum foi finalizado. Ainda assim, restaram vários motivos para sorrir e ficar encantado, como "Heroine", terceira faixa do CD. Primeiro uns harmônicos misteriosos; depois, um dedilhado mortal, que vai serpenteando por toda música, graciosamente. Para finalizar, uma voz que eleva um rockão poderoso a hino, num piscar de olhos. Ou melhor, num abrir de boca. Feito um dândi destes tempos, quer dizer, daqueles, o vocalista e letrista Brett Anderson, 27 aninhos, jeitinho de "bissexual que nunca teve uma experiência homossexual" - as aspas são dele mesmo -, canta sobre a necessidade de ver sua heroína, que caminha linda como a noite. Sei, Brett... Por Hugo Oliveira

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