"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

terça-feira, 22 de março de 2016

Sessões Talk About The Passion apresenta… “Vinícius”

Criado pelo jornalista Hugo Oliveira e pelo professor Ricardo Pereira, responsáveis pelo blog Talk About The Passion, o “Sessões Talk About The Passion” é um evento voltado à exibição de documentários e filmes inseridos no universo da cultura pop, com a realização de um bate-papo após cada sessão, entre os responsáveis pela iniciativa e o público.

As sessões acontecem na sala de vídeo do CCTM, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro – no mesmo prédio do Teatro Municipal. O próximo documentário a ser exibido no “Sessões” será Vinícius (2005), de Miguel Faria Jr., sobre o poeta e letrista Vinícius de Moraes. A exibição vai acontecer no sábado, 23 de abril, às 18h. A Entrada é gratuita, com os ingressos sendo disponibilizados ao público a partir das 16h. Classificação etária: 12 anos.

Sinopse: Vinícius de Moraes, o sublime poeta do cotidiano, autor de 400 poesias e 400 letras de músicas, está de volta em filme dirigido por Miguel Faria Jr. e produzido por Susana de Moraes. Para celebrar a vida e a obra de um criador multifacetado - autor teatral, poeta, parceiro dos nomes mais importantes da MPB e, acima de tudo, um iluminado personagem da história cultural do país -, o diretor Miguel Faria Jr. reuniu um incomparável elenco de parceiros, intérpretes, amigos e raras imagens de arquivo que relembram a genial simplicidade de Vinícius com a espontaneidade, humor e liberdade de quem conversa em uma mesa de bar, exatamente como gostaria o eterno Vinícius.




quinta-feira, 10 de março de 2016

Audições Talk About The Passion

Responsáveis pelo blog cultural Talk About The Passion, o jornalista Hugo Oliveira e o professor Ricardo Pereira vão organizar no domingo, 3 de abril, na galeria de arte Pro-Cidade, no centro de Angra dos Reis, um evento inovador e também ambicioso, culturalmente falando: é o Audições Talk About The Passion, que tem como objetivo a apresentação de um disco clássico de determinado artista, através de histórias, música ao vivo e discotecagem.

A intenção é oferecer ao público presente uma imersão profunda relacionada ao artista e ao disco homenageados. A primeira edição do “Audições” será dedicada ao disco Grace (1994), do cantor, compositor e guitarrista americano Jeff Buckley. Grande nome – e talvez a grande voz – musical da década de 90, a carreira do artista foi encerrada abruptamente, quando ele morreu afogado em 1997. Grace segue como um disco clássico, influenciando as novas gerações de músicos e mostrando que o talento de Buckley não foi em vão.

O evento, que será iniciado às 17h, vai funcionar da seguinte forma: a abertura será feita pelo professor Ricardo Pereira. Bacharel em Letras pela UFRJ, ele vai apresentar um breve histórico do artista e informações sobre o processo de gravação de Grace, finalizando com observações sobre os últimos dias de vida de Buckley. Além disso, Ricardo também vai efetuar intervenções ao longo de todo o projeto.

Em seguida, o músico internacional Miguel Bestard, de Montevidéu, no Uruguai, vai oferecer uma apresentação musical intimista e exclusiva. Ele tocará o disco Grace na íntegra, na ordem como o álbum foi gravado, munido apenas de voz e guitarra. Considerado um dos maiores guitarristas de seu país, e em processo de ascensão profissional no Rio de Janeiro, onde vive atualmente, Miguel também vai oferecer seu depoimento como grande fã do trabalho de Buckley.

Por fim, o jornalista e discotecário Hugo Oliveira, pós-graduado em Jornalismo Cultural pela Estácio de Sá, finaliza o evento com uma discotecagem especial. No repertório, canções e bandas que influenciaram Jeff Buckley, além de músicas de artistas que foram influenciados pelo músico americano.

O Pro-Cidade fica localizado na Avenida Júlio Maria, nº 16, no Centro. No dia do evento, serão comercializados no local bebidas e algumas opções de lanches. A classificação etária é 18 anos. “Com o ‘Audições’, estendemos ainda mais a atuação do blog Talk About The Passion, que também já oferece um evento dedicado à exibição de documentários ligados à cultura pop. E assim, com ambição intelectual e humildade, vamos tentando transformar a cidade em que vivemos num lugar melhor, criando um público de arte ainda mais crítico e informado”, declara o jornalista Hugo Oliveira, um dos criadores do evento.

O álbum Grace, de Jeff Buckley, será o primeiro disco analisado na série de eventos Audições Talk About The Passion


Importante: ficou interessado, caro leitor? Entre em contato com a gente! Escreva o seu endereço de e-mail nos comentários desta postagem e receba maiores informações sobre o "Audições" - as vagas são limitadas.

terça-feira, 8 de março de 2016

A natureza é selvagem

Acompanhei com atenção às notícias relacionadas ao desaparecimento e à busca de Rian Brito, neto de Chico Anysio. A história começou a se desenrolar no dia 23 de fevereiro, quando o jovem de 25 anos, ao ser deixado na frente da autoescola que cursava, faltou à aula e deixou a família em estado de alerta ao não dar mais nenhuma informação sobre seu paradeiro.

A apreensão inicial dos familiares e amigos se transformou em constatação: Rian havia sumido. Ele deveria ter ligado para a mãe, Brita Brazil, na intenção de que ela o buscasse na autoescola, mas não houve ligação – o celular de Rian estava em casa. Após 24 horas de espera, a negativa de um contato sequer partindo do filho fez com que Brita fosse à 15ª DP. No dia seguinte, Nizo Neto, o pai, procurou uma delegacia especializada para descrever o problema pelo qual a família passava. Seguiu-se o drama; formou-se a pergunta. Onde está Rian?

Choveram publicações na internet, divulgando o desaparecimento do jovem e também buscando quaisquer informações a respeito da localização dele. O pai, numa gravação veiculada num programa televisivo de grande audiência, fez um apelo emocionado por pistas que levassem ao filho. Sobrava esperança, mas faltavam dados concretos. Por pouco tempo...

A imagem de Rian saindo do Shopping Fashion Mall, em São Conrado, no Rio, para em seguida dar sinal a um táxi e adentrar o veículo, chegou a mim através de algum telejornal noturno. Na filmagem, realizada no dia do sumiço, às 13h20, o jovem caminha aparentemente tranquilo à saída do shopping, sozinho. Em seguida, acena com a mão direita para o táxi que passa, um Chevrolet Spin. E entra. O destino é desconhecido. Ao menos, ainda era.

Em entrevista ao RJTV, no dia 26 de fevereiro, Nizo falou sobre o desaparecimento do filho. “Tudo indica que não encaminha para sequestro ou morte. Ele gosta de fazer umas trilhas, gosta de passar um dia inteiro no mato às vezes, é uma coisa que ele curte. Mas já são três dias. Mesmo assim, ele foi para a aula, não entrou, sacou algum dinheiro, não se sabe a hora, mas foi nesse dia, no banco."
Estaria Rian querendo um momento de tranquilidade, ansiando por ficar longe de tudo –e de todos – por alguns dias? Acredito que este é um desejo comum a muitas pessoas, principalmente em determinadas fases e situações da vida. Mas não avisar sobre o paradeiro, estendendo o momento por mais de uma semana, a ponto de a família procurar pela polícia e apelar aos meios de comunicação e às redes sociais? Algo estava errado.

Vocalista da banda Call It Fornication, um grupo dedicado ao repertório do conjunto Red Hot Chili Peppers, Roko Souza falou à imprensa sobre o neto de Chico Anysio, já que o próprio havia integrado o grupo durante dois anos em meio, como baixista. Em entrevista ao site Ego, ele afirmou que Rian passou por tratamento psicológico, tendo inclusive sido internado em uma clínica.
"Nos anos que ele tocava com a gente, o Rian estava muito feliz. Ele morava no Rio e pegava vários ônibus para nos encontrar para tocar com a gente nos shows. Nunca demonstrou nenhum problema", lembrou o vocalista da banda. Rian deixou o conjunto há dois anos, e o contato entre ele e o grupo foi rareando. Em 2015, a mãe do ex-baixista procurou Roko, que declarou ao site o que aconteceu a partir disso.

“Ela pediu para levar o Rian no nosso show, em São Paulo. Quando eles chegaram, Rian estava irreconhecível. Trazia uma feição vazia. Parecia estar com depressão. Não assimilava as coisas em volta, não lembrava das brincadeiras que fazíamos e nem reconheceu o dono do bar no qual tocamos muitas vezes juntos. Parecia não estar muito bem. A mãe dele mesmo nos contou que ele havia sido internado para tratamento psicológico."

Procurado pelo mesmo veículo de comunicação, na intenção de oferecer a sua versão do que foi contado pelo vocalista da Call It Fornication, Nizo Neto esclareceu que o filho era adepto da terapia, mas que não apresentava nenhum problema psicológico. "Ele fazia terapia normalmente, como eu faço. Nada demais. Ele estava muito bem. Fazia faculdade, aula de autoescola. Normal."

Praia do Paulista, município de Quissamã – Norte Fluminense. No domingo, 28 de fevereiro, um rapaz caminha pelas areias da praia quando avista algo à frente. Chegando mais perto, ele vê que se trata de documentos pessoais, um cartão bancário, uma camisa e um par de chinelos. Ele leva o que encontrou para casa.

Dentro de sua residência, resolve assistir ao televisor. O apresentador de um programa jornalístico fala sobre as novidades do caso Rian: as imagens das câmeras de segurança da Rodoviária Novo Rio mostram que ele entrou num ônibus com destino a Quissamã, sozinho, numa data indeterminada a partir do desaparecimento. O portador dos pertences resolve verificar a identidade encontrada por ele, e vê as que a imagem do documento bate com o que ele viu no telejornal. Decide que no outro dia, segunda, irá até a delegacia mais próxima, para entregar os objetos encontrados à polícia.

Com fortes indícios de que Rian poderia estar naquele local, policiais e bombeiros iniciam as buscas no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e em pousadas nos arredores. Na quinta-feira, 3 de março, numa região conhecida como Vala da Lagoa Preta, dentro do parque, um corpo sem vida é encontrado.

O tenente Amaro Garcias, coordenador de Defesa Civil de Quissamã, foi o primeiro a chegar ao local. “É ele. O local é distante, com muita areia, mas identificaram por causa da pulseira e da correntinha que ele estava usando. Pelas características, o corpo é dele. Com certeza ele morreu no mar", declarou o tenente ao globo.com.

De alguma forma, minhas suspeitas levavam a um desfecho deste tipo. Assim que li as informações divulgadas na mídia e assisti aos apelos de familiares e amigos pelas redes sociais, lembrei-me da história de outro jovem. Chris McCandless, um rapaz de família rica do Leste americano que largou tudo, viajou para o Alasca e acabou morrendo de inanição. A tocante – e verdadeira – trajetória de Chris foi contada no ótimo livro Na Natureza Selvagem, de Jon Krakauer. Além disso, a história também ganhou uma versão cinematográfica em 2007.

Para além de teorias exóticas ou generalizações injustas tanto à família de Rian quanto à memória do jovem, existe uma forte curiosidade – ao menos de minha parte – àqueles que decidem fugir da “vida normal” em busca de algo maior, que dê sentido à existência. Parecia-me que se tratava exatamente disso: um jovem que resolveu se afastar das preocupações mundanas, em busca do que é realmente essencial.

Mas agora, ao escrever o final deste texto, leio informações divulgadas pelo jornal Extra em que a mãe de Rian fornece dados importantes. Ela revela que ele tomava chá de erva alucinógena, do tipo Ayhuasca, numa seita intitulada Porta do Sol. O texto é longo, e inclui a carta exclusiva que Brita enviou ao jornal, além da opinião da dirigente-fundadora da seita no Rio. Sugiro que leia e tire suas conclusões – http://goo.gl/P8guVz.

Por aqui, permaneço com muitas dúvidas e algumas constatações. De qualquer forma, a natureza é selvagem, e os seres humanos, complexos. Dessa mistura, nascem histórias doloridas como a de Rian, onde não sabemos se existem culpados ou vítimas. Apenas que elas machucam.

Precisamos falar sobre Rian, mas não superficialmente. Respeitando a dor da família e dos amigos, assim como toda e qualquer religião, o caso abre precedentes à discussão sobre a utilização do chá de Ayahuasca – Santo Daime – para fins religiosos. Não é a primeira vez que a bebida aparece na mídia ligada a fatos negativos, mas também existem centenas de relatos alusivos aos benefícios de quem faz uso.

Livres para escolher, seguimos nossos caminhos.

Esta vida é mesmo estranha.




    
 Por Hugo Oliveira












terça-feira, 1 de março de 2016

Sessões Talk About The Passion apresenta... When You're Strange - A Film About The Doors

Criado pelo jornalista Hugo Oliveira e pelo professor Ricardo Pereira, responsáveis pelo blog Talk About The Passion, o “Sessões Talk About The Passion” é um evento voltado à exibição de documentários e filmes inseridos no universo da cultura pop, com a realização de um bate-papo após cada sessão, entre os responsáveis pela iniciativa e o público.

As sessões acontecem na sala de vídeo do CCTM, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro – no mesmo prédio do Teatro Municipal. O próximo documentário a ser exibido no “Sessões” será When You're Strange (2009), de Tom Dicillo, sobre a banda americana The Doors. A exibição vai acontecer no sábado, 19 de março, às 19h. A Entrada é gratuita, com os ingressos sendo disponibilizados ao público a partir das 17h. Classificação etária: 16 anos. 

Sinopse: When You’re Strange fornece um olhar sobre a banda The Doors, com destaque ao vocalista, Jim Morrison (1943-1971), desde a formação do grupo em 1965, quando estrearam no palco e lançaram o primeiro álbum, até a fatídica morte do cantor, após anos de uso exagerado de álcool e drogas.

Ao longo do turbulento percurso, vemos cenas de arquivo com ensaios, shows e os momentos mais íntimos da banda, incluindo um show em Miami, que resultou na prisão de Morrison, acusado por obscenidade.

Seu amor pelos holofotes, o desejo de se tornar um poeta e seu humor movido a álcool mostram a personalidade do astro, que variava nos altos e baixos, colecionando sucessos, escândalos e fracassos. A música da banda, que encantou toda uma geração, até hoje ainda pode ser escutada em todos os lugares do mundo.




 Por Hugo Oliveira