tag:blogger.com,1999:blog-54236788377386010472024-03-13T10:42:17.311-07:00Talk About The PassionTATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.comBlogger503125tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-10184547897637780792017-02-14T13:33:00.001-08:002017-02-14T15:34:10.108-08:00(Sua) vida segundo Jens Lekman<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Cada vez mais, precisamos dar conta, além das responsabilidades
profissionais e das satisfações de nossas necessidades afetivas, de acompanhar
semanalmente novos episódios de séries vendidas como fantásticas, assistir aos
filmes concorrentes ao Oscar, ler os livros novos (e antigos) acumulando na
estante e ouvir os novos lançamentos de álbuns nacionais e estrangeiros que
parecem mais promissores ou relevantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Acabamos, com tantas opções, deixando passar muita coisa boa,
perdendo tempo com obras menores ou não conseguindo a imersão que o trabalho
exige. Foi justamente o que aconteceu na minha primeira audição de <i>Life Will See You Now</i>, novo disco do
excelente Jens Lekman. Ouvi preparando aulas, com a cabeça longe e o que ficou
foi certo incômodo com a sonoridade eletrônica, que a princípio me pareceu
frouxa, ao contrário, por exemplo, dos excelentes resultados obtidos por
grandes compositores pop como John Grant ou Sufjan Stevens ao utilizar
artifício semelhante em álbuns recentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Não fosse por uma mensagem recebida pelo meu amigo Hugo
Oliveira, provavelmente não voltaria tão cedo ao álbum de Lekman. De forma
simples, como convém às mensagens eletrônicas trocadas em intervalos de
trabalho, Hugo mostrava-se encantado com a qualidade das letras, “beirando o
genial”, escritas por Jens em seu mais recente trabalho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Atentei para o fato de que o ritmo acelerado imposto pela
contemporaneidade – correria inclusive
responsável por ter transformado esse blog em um deserto nos últimos tempos –
fez com que eu não tivesse ouvido de verdade o disco, deixando de lado
provavelmente a faceta mais interessante do autor do trabalho, seu talento como
letrista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Logo eu, que passei grande parte da vida a exaltar a
importância da paciência e das segundas (e terceiras e quantas mais precisar)
chances a obras que pudessem valer a pena; que sempre dei importância (muitas
vezes até mesmo exagerada) a letras de canções e seus criadores; que considero
Bob Dylan o sujeito mais relevante e talentoso a ter pisado nesse planeta; logo
eu, aparentemente, estava me transformando no ouvinte vazio e distraído que
sempre critiquei.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Serviu, no entanto, como aviso. Voltei ao disco, sem nada a
dividir minha atenção, com as letras em mãos e só posso concordar com a
exultante recomendação recebida. Musicalmente o álbum ainda me incomoda em
alguns momentos – ainda que bem menos do que na desatenta primeira audição, mas
liricamente é quase irrepreensível. Lekman canta o amor, medos, saudades,
amizades, sentimentos. Retrata a vida, enfim, de forma ao mesmo tempo simples e
sofisticada, emocionante na medida certa a ponto de gerar identificação
imediata no ouvinte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;">Faça um favor a si mesmo. Tire quarenta minutos de seu dia,
desligue o telefone, resista à tentação das abas abertas em sites de notícias
ou de conferir às novas polêmicas estéreis e o exibicionismo fruto da carência
de seus “amigos” das redes sociais e, acompanhado das letras das canções,
escute o que Jens Lekman tem a dizer em </span><i style="font-size: 12pt;">Life
Will See You Now</i><span style="font-size: 12pt;">. Relembre o quanto “apenas um cantor” pode ainda emocionar
e gerar empatia com suas palavras, “enquanto o caos segue em frente / com toda
a calma (?) do mundo”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-7T47Gc5N2D0/WKN3ZiayoxI/AAAAAAAABbM/zONkq1s27MwjTlweVj67tSljxtMTcihcQCLcB/s1600/jenslekmanlifewillseeyounowalbumart.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://2.bp.blogspot.com/-7T47Gc5N2D0/WKN3ZiayoxI/AAAAAAAABbM/zONkq1s27MwjTlweVj67tSljxtMTcihcQCLcB/s320/jenslekmanlifewillseeyounowalbumart.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br />Por Ricardo Pereira</span></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-33727998927749368622016-06-23T10:58:00.003-07:002016-06-23T10:58:37.567-07:00A Fita como ela é... Ou melhor, como ela foi – Fita 2016<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O blog Talk About The Passion se
despede da cobertura da 12ª Festa Internacional de Teatro de Angra – Fita com
impressões sobre quatro espetáculos encenados nas duas tendas instaladas na
Praia do Anil, nos dias 18 e 19 de junho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No sábado, 18, O “coadjuvante de
luxo” Tarcísio Meira e grande elenco subiram ao Palco Sesc – Mostra de Sucesso
às 19h30, para a encenação da peça <i>O camareiro</i>. Dá-lhe emoção, profissionalismo e inventividade. A história do
experiente ator que vê a saúde decair de um dia para o outro, tendo ainda assim
que continuar atuando nos espetáculos da companhia teatral que trabalha, é uma
homenagem à arte e a todos que, mesmo que de forma indireta, mantem funcionando
as engrenagens do show.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Neste caso específico, quem merece
todas as honrarias é o personagem Norman, o camareiro do grande “sir”.
Interpretado magistralmente pelo ator Kiko Mascarenhas, ele vive através das
roupas, maquiagens, rituais e interpretações de seu chefe. Ele sabe o que o “sir” pensa e sente; sabe o
que é melhor para ele e o que deve ser feito por ele. Norman sabe. Tudo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>O camareiro</i> é uma peça dentro de uma peça. Em ambas, a cenografia é
matadora, um primor. Primoroso também é o texto do dramaturgo britânico Ronald Harwood,
que não deixa espaço para clichês ou informações desimportantes. “Sir” vai
conseguir encenar Rei Lear? Os aviões nazistas bombardearão o teatro onde o
espetáculo está sendo encenado? Norman será lembrado no final? Sim para todos
os questionamentos. Para a vida, para a arte. Sim, valeu a pena.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OO9w7ThI6ZY/V2wiQ_0AEeI/AAAAAAAABZk/Vymk9-vtkRUdUyeG-8loLGAXuc3IunWWACLcB/s1600/O%2Bcamareiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-OO9w7ThI6ZY/V2wiQ_0AEeI/AAAAAAAABZk/Vymk9-vtkRUdUyeG-8loLGAXuc3IunWWACLcB/s320/O%2Bcamareiro.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O camareiro</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na mesma noite, às 21h45, no
palco Sessão Transpetro, os atores Mariana Xavier e Paulo Mathias Jr. levaram a
engraçada história de amor de Berenice e Dagoberto ao público, através da peça <i>O último capítulo</i>. Por mais que alguns
momentos do espetáculo tenham sido realmente hilários, principalmente por conta
das boas atuações, a peça não mantem uma regularidade na qualidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Alguns trechos do espetáculo não
conseguem fugir do lugar comum “comédia de suburbanos que falam alto”. O texto
também não escapa de algumas obviedades ligadas a peças do tipo. Ainda assim, o
resultado final é ok, já que não foi preciso apelar para palavras de baixo
calão e demais artifícios de terceira para fazer o público aplaudir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-n3L7N52TQ5k/V2wieP496nI/AAAAAAAABZs/YamwiOMDZgIhtEh_aYQbYnFpuQYDR9kGwCLcB/s1600/o_ultimo_capitulo_03-276203.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://2.bp.blogspot.com/-n3L7N52TQ5k/V2wieP496nI/AAAAAAAABZs/YamwiOMDZgIhtEh_aYQbYnFpuQYDR9kGwCLcB/s320/o_ultimo_capitulo_03-276203.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O último capítulo</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No domingo, 19, último dia da
Fita, a peça encenada no Palco Sesc – Mostra de Sucesso foi <i>Otelo</i>, que oferece um dos textos mais
famosos de Shakespeare. Com um grande elenco capitaneado por Mel Lisboa –
intérprete de Desdêmona – e Samuel de Assis – Otelo –, a história, sobre um
plano diabólico para fazer com que Otelo desconfie da fidelidade de sua esposa,
é tensa e dramática.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Num crescendo de acontecimentos e
lances maliciosos, assistimos a uma trama dolorida, defendida com talento pelos
atores que participam da peça. Mesmo que a duração do espetáculo ofereça alguns
momentos menos interessantes ou que a trilha sonora de Caetano Veloso não
funcione a contento, a força do clássico texto mantem o público ligado até o
final. E, aliás, que final.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-ecPQJxXPJM4/V2wi1_oBT2I/AAAAAAAABZ4/F5AW2_ykwbo9iMVtokpVwGEnZLgKly-ZACLcB/s1600/Otelo.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://4.bp.blogspot.com/-ecPQJxXPJM4/V2wi1_oBT2I/AAAAAAAABZ4/F5AW2_ykwbo9iMVtokpVwGEnZLgKly-ZACLcB/s320/Otelo.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Otelo</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A última peça apresentada na Fita
2016 foi encenada no palco Sessão Transpetro, às 21h45. <i>A vida como ela é</i>, um apanhado de contos de Nelson Rodrigues,
ganhou uma versão dinâmica da Os 100 Talentos – Companhia de Teatro, mas isso
não foi o bastante para fazer do espetáculo um dos grandes da 12ª edição do
evento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com esquetes rápidos, onde o
elenco se revezou em diversos personagens, ficou claro o esforço empreendido
pelos atores e atrizes em dar vida ao universo <i>rodriguiano</i>... Ainda que alguma coisa, algo importante, não tenha
funcionado como deveria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma falsa impressão de obviedade
relacionada aos contos de Nelson Rodrigues encenados no espetáculo talvez
esteja diretamente ligada à capacidade de atuação dos atores, mesmo que eles tenham
executado a lição de casa. Ou seja: não é tarefa fácil oferecer verossimilhança
a personagens tão complexos como os de Nelson. Quando isso acontece, como
aconteceu no musical <i>O beijo no asfalto</i>,
sentimos logo de cara; do contrário, ficamos com aquela estranha sensação de
que algo está fora do lugar... Mesmo que não encontremos o motivo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-XiKr0UQtQQY/V2wjDISI5pI/AAAAAAAABaA/DwP4WO4kZQgnmEIhfoo1EJRyPubfJmkSQCLcB/s1600/A-VIDA-COMO-ELA-E3FOTO-SARAH-WANDERMUREM.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://2.bp.blogspot.com/-XiKr0UQtQQY/V2wjDISI5pI/AAAAAAAABaA/DwP4WO4kZQgnmEIhfoo1EJRyPubfJmkSQCLcB/s320/A-VIDA-COMO-ELA-E3FOTO-SARAH-WANDERMUREM.JPG" width="191" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A vida como ela é</i> (crédito da foto: Sarah Wandermurem)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> Por Hugo Oliveira</o:p></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-4255396558787060562016-06-15T22:27:00.001-07:002016-06-17T09:18:21.956-07:00Duas peças numa noite suja e um salto ornamental perfeito (e simples) – Fita 2016<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Terça e quarta-feira, 14 e 15 de
junho: mais dois dias de Festa Internacional de Teatro de Angra – Fita e uma
soma de três peças assistidas. Vamos a elas? Resumo à leitura dinâmica!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Para tão longo amor</i> – encenada na terça-feira, às 19h30, no Palco
Sesc – Mostra de Sucesso, o espetáculo reuniu os atores Regiane Alves e
Leopoldo Pacheco, que levaram ao palco a conturbada história de amor entre
Fernando, um maduro editor literário, e Raquel, uma jovem poetisa autodestrutiva...
E extremamente chata. Lembrei-me do tresloucado Jim Morrison interpretado pelo
ator Val Kilmer na cinebiografia <i>The
Doors</i> (1991). A diferença é que na película, ainda que de forma rasa,
vislumbramos um pouco da genialidade de Jim como letrista e cantor; na peça, o
único talento promissor de Raquel que aparece é o de beber várias doses de
birita e transformar a vida de Fernando num inferno. Vale ressaltar a
cenografia inteligente, quase genial, de André Cortez, assim como as
interpretações corretas dos protagonistas da peça.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-SyACELD8nyQ/V2I4EJ81iaI/AAAAAAAABY8/RHxQt4eSWVs7ckcZbi1C_aOEjz89_obAwCLcB/s1600/Para%2Bt%25C3%25A3o%2Blongo%2Bamor.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-SyACELD8nyQ/V2I4EJ81iaI/AAAAAAAABY8/RHxQt4eSWVs7ckcZbi1C_aOEjz89_obAwCLcB/s320/Para%2Bt%25C3%25A3o%2Blongo%2Bamor.jpeg" width="249" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Para tão longo amor</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>A Santa Joana dos Matadouros</i> – iniciado às 21h45 na tenda da Sessão
Transpetro, terça-feira, o longo, ousado e denso espetáculo baseado num texto
do dramaturgo Bertold Brecht mostrou que continua atual ao levar crítica
social, política econômica, cobiça e o funcionamento do “sistema”, como um
todo, ao palco da Fita 2016. Utilizando-se de efeitos sonoros e visuais, a
direção de Marina Vianna e Diogo Liberano conseguiu dar contemporaneidade à
peça, mesmo que o texto e os diálogos muitas vezes complexos não seguissem por
este caminho, acarretando em estranhezas para o bem e para o mal. Ainda que o
resultado final seja regular, dá gosto de ver um elenco tão jovem – e talentoso
– defender com unhas, dentes e camisas, muitas camisas, um texto tão
desafiador.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-LsqeLD79fcE/V2I4O3miufI/AAAAAAAABZE/hpglrLpec4IiW9cyOJ0gsieT79fZo5RewCLcB/s1600/1_a-santa-joana-dos-matadouros_credito-ricardo-brajterman.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="248" src="https://2.bp.blogspot.com/-LsqeLD79fcE/V2I4O3miufI/AAAAAAAABZE/hpglrLpec4IiW9cyOJ0gsieT79fZo5RewCLcB/s320/1_a-santa-joana-dos-matadouros_credito-ricardo-brajterman.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A Santa Joana dos Matadouros</i> (Crédito da foto: Ricardo Brajterman)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Estúpido cupido</i> – Imagine uma competição de saltos ornamentais. O
próximo atleta a saltar já recebeu duas notas altíssimas. Para faturar o
primeiro lugar, agora, só precisa efetuar um salto simples, de forma correta.
Foi isso que a atriz Françoise Forton e o grande elenco de <i>Estúpido cupido</i> fizeram na peça encenada às 19h30, no Palco Sesc –
Mostra de Sucesso, na quarta-feira. O espetáculo, um musical sobre o reencontro
de amigos que tiveram a adolescência embalada pelas músicas da Jovem Guarda, numa
festa de confraternização marcada pelo Facebook, muitos anos depois do auge da
juventude, funciona que é uma beleza. Atores talentosos e afinados, banda de
apoio competente, cenas ágeis e uma trama tão boba quanto deliciosa. Sim,
leitor: no teatro, em muitas ocasiões, o menos também é mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-okPu-ijdJxw/V2I4hKNeGYI/AAAAAAAABZM/tGsHsA0FihASPQvygW2dAzXL1Wyt_x_GwCLcB/s1600/estupido_cupido-1-23_-_leve.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="171" src="https://4.bp.blogspot.com/-okPu-ijdJxw/V2I4hKNeGYI/AAAAAAAABZM/tGsHsA0FihASPQvygW2dAzXL1Wyt_x_GwCLcB/s320/estupido_cupido-1-23_-_leve.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Estúpido cupido</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira<o:p></o:p></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-10542551105327167292016-06-15T13:05:00.001-07:002016-06-15T13:05:09.383-07:00Aos atores e atrizes, com amor – Fita 2016<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Aos atores e atrizes, com amor – Fita 2016<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Segunda-feira, 13 de junho: uma
noite dedicada à comédia na 12ª edição da Festa Internacional de Teatro de
Angra – Fita. Às 19h30, no Palco Sesc – Mostra de Sucesso, na Praia do Anil, os
atores Eduardo Martini e Bruno Lopes apresentaram o espetáculo <i>O filho da mãe</i>, sobre a relação entre
uma mãe e seu filho, focando na adolescência do menino até o começo da idade
adulta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A peça funcionou, embora
lentamente. Apenas do meio em diante ela conseguiu oferecer ao público o que
prometia: gargalhadas e situações hilárias, como a do trecho em que a mãe desconfia
que o filho possa ser gay. Jogou contra o espetáculo a regulagem do som. Tanto
o das músicas incidentais quanto o do microfone dos protagonistas estava muito,
muito alto. Algumas pessoas tapavam os ouvidos quando as canções de Tim Maia,
de total importância no espetáculo, eram disparadas nas caixas de som.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O ator Eduardo Martini estava
muito bem nas cenas de comédia de Valentina, a mãe da peça; nas passagens mais
dramáticas, ele simplesmente brilhava, conseguindo transmitir emoção genuína ao
público. Este, aliás, retribuiu o ator com uma aclamação ao final do espetáculo
que o fez ir às lágrimas. Quando a
pessoa faz com o coração, quando joga sua vida em determinada realização, a
gente sente... E até mesmo esquece certos deslizes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-5fTDefq1MWY/V2G0xFy-3PI/AAAAAAAABYg/t6k9BnjmskwomTnMfIjaRxhdOce027sQgCLcB/s1600/O%2Bfilho%2Bda%2Bm%25C3%25A3e%2Bpe%25C3%25A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="256" src="https://3.bp.blogspot.com/-5fTDefq1MWY/V2G0xFy-3PI/AAAAAAAABYg/t6k9BnjmskwomTnMfIjaRxhdOce027sQgCLcB/s320/O%2Bfilho%2Bda%2Bm%25C3%25A3e%2Bpe%25C3%25A7a.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O filho da mãe</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O espetáculo que veio em seguida,
<i>O Pena carioca</i>, encenado também na
Praia do Anil – Sessão Transpetro –, às 21h45, levou ao palco três peças da autoria
de Martins Pena, considerado o fundador da comédia de costume no país.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Faço questão de citar cada ator
do elenco: Ana Paula Secco, Anderson Mello, Gabriela Rosas, Leandro Castilho,
Luiz André Alvim, Marcio Fonseca e Paulo Hamilton. Juntos, brindaram um público
com atuações primorosas e histórias que davam gosto de acompanhar, nos mínimos
detalhes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O pai que quer casar a filha com um
homem de posses; o caixeiro que sonha em ser sócio do bar, para mudar de status;
a corrupção das autoridades – ainda na primeira metade do século XIX. Cada
número encenado pelos atores mostrou beleza e talento nas interpretações, além
de jogar luz sobre a genialidade de Martins Pena e a respeito da direção
competente de Daniel Herz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-0Z-dWEh1Osc/V2G04OcE1tI/AAAAAAAABYo/uh3327UwBUAMJonxyVZKWGlQ_Ji5tKN9ACLcB/s1600/O%2Bpena%2Bcarioca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-0Z-dWEh1Osc/V2G04OcE1tI/AAAAAAAABYo/uh3327UwBUAMJonxyVZKWGlQ_Ji5tKN9ACLcB/s1600/O%2Bpena%2Bcarioca.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O Pena carioca</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira<o:p></o:p></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-29223487510312398182016-06-14T12:41:00.001-07:002016-06-14T12:41:20.205-07:00Abuso de poder como arte e a arte que abusa do poder – Fita 2016<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 72.0pt; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois de um final de semana
voltado a outras questões profissionais, eis que retornei à Festa Internacional
de Teatro de Angra – Fita na segunda-feira, 13 de junho, para assistir a dois
espetáculos do gênero comédia nas tendas instaladas na Praia do Anil. Porém,
antes de oferecer minhas impressões sobre as citadas peças, voltemos ao dia 10
de junho, sexta-feira, para algumas linhas a respeito do que assisti naquele
ótimo dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Às 19h30, o ator Thiago Lacerda
subiu ao Palco Sesc – Mostra de sucesso com um elenco afiadíssimo ao seu lado,
para encenar <i>Medida por medida</i>, uma
peça de Shakespeare que, por conta de sua temática, continua muito atual. A
história de um juiz que resolve colocar outro profissional em seu lugar, na
intenção de observar o que o homem faz quando tem o poder nas mãos, é, mais do
que uma crítica aos abusos causados pela falta de ética e de bom senso, uma
mensagem a nós mesmos: somos absurdamente parecidos com aqueles que criticamos.
Mais do que gostaríamos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando vemos em cena que as leis
que deveriam valer para todos, na verdade, atingem-nos de diferentes maneiras,
entendemos perfeitamente o que o escritor e jornalista inglês George Orwell
quis nos dizer através de uma passagem do livro <i>A revolução dos bichos</i>. Todos os animais são iguais, mas uns são
mais iguais do que os outros. E assim seguimos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-H3zulDTuSVY/V2BdH2W60pI/AAAAAAAABYE/Rz1Cl7qaTfIW-9eVb8UkP9a7WUTJPsHngCLcB/s1600/Medida_por_Medida_Thiago_Lacerda_Luisa_Thire_Marco_Antonio_Pamio_credito_da_foto_Adriano_Fagudes-910x657.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://3.bp.blogspot.com/-H3zulDTuSVY/V2BdH2W60pI/AAAAAAAABYE/Rz1Cl7qaTfIW-9eVb8UkP9a7WUTJPsHngCLcB/s320/Medida_por_Medida_Thiago_Lacerda_Luisa_Thire_Marco_Antonio_Pamio_credito_da_foto_Adriano_Fagudes-910x657.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Medida por medida</i> (crédito da foto: Adriano Fagundes)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mais tarde, às 21h45, a atrizes Beth
Zalcman e Simone Kalil subiram ao palco do Teatro Municipal de Angra dos Reis
para brindar o público com um dos espetáculos mais simples e emocionantes desta
edição da Fita, <i>Brimas</i>. Duas mulheres
imigrantes que vivem hoje no Brasil, vindas do Oriente Médio e oriundas de
cidades e correntes religiosas diferentes, relembram com alegria, dor e saudosismo
das passagens e pessoas especiais em suas vidas. Tudo isso, embaladas por
cheiros e sabores de uma cozinha que mais do que alimentar, pacifica o corpo e
a alma. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É muito fácil gostar de uma peça
que começa com as protagonistas distribuindo quibes à plateia, e que segue mesclando
trechos engraçadíssimos com interpretações assustadoramente fidedignas daqueles
que, por conta de conflitos variados, tiveram que sair de seus países e tentar
a vida em outros cantos do mundo; difícil é não se emocionar com um texto que
beira à perfeição e foge de fórmulas fáceis para fazer sorrir ou chorar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu estava na terceira fileira, do
lado direito de quem assistia ao espetáculo. Ester, interpretada por Beth
Zalcman, arrumava-se para um velório que, no meu entendimento, era o dela
mesmo. Sua prima, Marion – Simone Kalil –, pergunta para ela. “E agora? Quem é
que vai organizar o meu velório?” <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ester sorri, sabendo que tudo vai
se ajeitar. Pede um copo d’água e faz um brinde a todos que não tiveram chance
de beber quando estavam com sede. Sorve
o líquido enquanto a luz se apaga.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Então, no escuro do teatro, em
meio a uma salva de palmas, você entende que a arte vai além do encantamento. É
algo que nos dá esperança de um mundo melhor, de pessoas melhores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sigo acreditando na cultura.
Sempre.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-iP4GKdtbZPk/V2BdtMQjNtI/AAAAAAAABYM/LCPSlwxuMfEVTtrqOW56zm55D4r7sNpAQCLcB/s1600/comedia-brimas-foto-guga-melgar02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="220" src="https://3.bp.blogspot.com/-iP4GKdtbZPk/V2BdtMQjNtI/AAAAAAAABYM/LCPSlwxuMfEVTtrqOW56zm55D4r7sNpAQCLcB/s320/comedia-brimas-foto-guga-melgar02.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Brimas </i>(crédito da foto: Guga Melgar)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-49228235567774644822016-06-10T12:19:00.000-07:002016-06-10T12:38:49.631-07:00O mundo adolescente e a criação do mundo – Fita 2016<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Diálogo
de dois pais ao final da peça:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">–
Sua filha deve estar junto com a minha, lá dentro, tirando foto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">–
É verdade. Escuta só! (Barulho de multidão gritando).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">–
Tá doido! Eu não gosto desse negócio de teatro, ator de “Malhação”... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">–
Nem eu!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Mas
suas filhas gostam. Assim como as centenas de filhas, filhos e – sim! – pais que
abarrotaram o Palco Sesc – Mostra de sucesso, na Praia do Anil, às 19h30, para
assistir ao espetáculo <i>Sempre amigos</i>,
em estreia nacional. Com o texto e a direção de Pedro Jones, a peça ofereceu
uma história de amizade e amor com temática adolescente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Os
atores Camila Mayrink, Guilherme Hamacek e Rafael Vitti ensaiaram direitinho para
interpretar os papeis de três “BFF” – pergunte o significado para sua filha /
filho adolescente – que se veem num confuso triangulo amoroso. Show, quem deu
mesmo, foi a plateia. Desde o começo, quando a maior fila para entrar num
espetáculo da Fita 2016 foi formada, passando pelas manifestações histéricas da
ala feminina, que urrava de alegria e prazer cada vez que o ator Raf... EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
entrava em cena, o que se viu foi um ambiente bem diferente dos solenes locais
que recebem espetáculos do tipo. Eu entrei meio desconfiado, mas acabei
curtindo aquela loucura toda. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">–
Tio, tio! Você pode me ajudar? Eu e minhas amigas não estamos conseguindo achar
os nossos lugares, perguntou uma menina de uns 12 anos, que não tirava os olhos
do meu crachá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">–
Tio? Que isso, menina! Tá bom... Deixa ver se consigo te dar uma força, eu
disse, tentando encontrar a fileira relacionada ao número de série dos
ingressos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> – Ah, você não é da organização tio, é da
imprensa. Deixa pra lá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Acabaram-se
aí os meus cinco minutos de fama – mais sorte teve o jornalista Marcos Landim,
da TV Rio Sul, que foi requisitado pela molecada a posar para fotos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Molecagem
à parte, a peça foi correta, e ainda passou uma mensagem bonita ao público
presente: corra atrás dos seus sonhos, já que ninguém melhor do que você para
lutar por eles.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Contanto
que não seja namorar o galã da peça, que fez questão de mostrar que é comprometido.
#adolescenteschateados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-J5hyeaxHYQ0/V1sSPYL6u8I/AAAAAAAABXo/KL_Kc2easvoKq-Vw7AML0GpuZ6fvr3x0gCLcB/s1600/Sempre%2Bamigos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://2.bp.blogspot.com/-J5hyeaxHYQ0/V1sSPYL6u8I/AAAAAAAABXo/KL_Kc2easvoKq-Vw7AML0GpuZ6fvr3x0gCLcB/s320/Sempre%2Bamigos.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Sempre amigos</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Como
o show tem que continuar, mais tarde, às 22h, o bonde do teatro seguiu para o
Teatro Municipal de Angra dos Reis, onde foi encenada a peça <i>A cabaça da existência</i>. O elenco formado
por Junio Bastos, Letícia Mendes, Ramon Souza e Vitória Lopes também era bem
jovem, mas a temática do espetáculo foi de gente grande: a criação do mundo de
acordo com um conto africano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Como
a própria diretora, Camila Rocha, explicou ao final da peça, o espetáculo foi
estendido para caber no formato da Fita. Talvez isto tenha acarretado um grande
problema, já que os trechos mais musicais, em que os personagens cantavam e
dançavam, alongavam-se por muito tempo – mesmo sendo efetuados com beleza e
total domínio de expressão corporal pelo elenco.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A
dicção de alguns atores – dos meninos, principalmente – também precisa melhorar,
mas isto é apenas um detalhe. O que importa é que a mensagem simples e também emocionante
do espetáculo – ancorada pela ótima trilha sonora de Jorge Moreno Filho, o “Etiópia”
–, de que Deus não é um ser vingativo, mas sim, uma entidade cheia de bondade e
amor, foi transmitida com louvor, independente da religião de cada um. Axé aos
integrantes do GP Artêros: a cabaça da existência de vocês já começou a dar
frutos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-iaQzpHUcQbs/V1sSYKscdNI/AAAAAAAABXw/CpTCaykZIjcPuGYwn2j0dHb-ZlSLMRH8QCLcB/s1600/a-caba%25C3%25A7a-da-existencia-04.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://3.bp.blogspot.com/-iaQzpHUcQbs/V1sSYKscdNI/AAAAAAAABXw/CpTCaykZIjcPuGYwn2j0dHb-ZlSLMRH8QCLcB/s320/a-caba%25C3%25A7a-da-existencia-04.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A cabaça da existência (crédito: focoincena.com.br)</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Por
Hugo Oliveira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-42200071720735396262016-06-09T10:43:00.002-07:002016-06-09T10:43:30.896-07:00Apesar de vocês – Fita 2016<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um grande elenco encabeçado pela
atriz Denise Fraga encenou ontem, quarta-feira, às 19h30, na Praia do Anil –
Palco Sesc - Mostra de sucesso –, a peça <i>Galileu
Galilei</i>, sobre a perseguição que o astrônomo e matemático italiano de mesmo
nome sofreu pela igreja, por conta de suas ideias revolucionárias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao longo do espetáculo, que cobre
várias passagens importantes da vida de Galileu, assistimos a ascensão e a
queda de um gênio que também não perdia a chance de dar uma malandreada, ops,
de “melhorar” certas invenções em voga naquela época – 1610 –, como o
telescópio, por exemplo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pela luneta deste espectador, a
dita comédia era, na verdade, um quase drama histórico, com uma cenografia
poderosa e um andamento não tão ágil, obrigando-nos a degustar cada diálogo com
atenção total. Por conta disso, os problemas sonoros que cismaram em aparecer do
meio do espetáculo em diante atrapalharam um pouco quanto ao entendimento do
que estava sendo encenado. Aí, já viu: para um público que, infelizmente, ainda
enxerga qualquer pingo como letra, foi o sinal para o início de uma debandada
modesta, mas sempre irritante. Uma pena. Apesar desses obstáculos, foi uma peça
importante para ontem, hoje e amanhã. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A trajetória de Galileu, que
passou por Veneza, Florença e Roma, encantando e também preocupando as
autoridades religiosas do país, não foi em vão. Mesmo que tenha renegado suas
ideias iniciais por conta do medo de ser torturado pela inquisição, no fundo,
mantinha-se fiel a elas. Manteve-se. O herege de ontem é a mente brilhante de
hoje. E a inquisição é prima de primeiro grau das ditaduras. Todas elas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-f6dzb64NT9g/V1mqgKVzMbI/AAAAAAAABXY/PTKIVgaobGYup56ARBgi4Y28jDVnZiYRgCLcB/s1600/Galileu%2BGalilei.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="188" src="https://2.bp.blogspot.com/-f6dzb64NT9g/V1mqgKVzMbI/AAAAAAAABXY/PTKIVgaobGYup56ARBgi4Y28jDVnZiYRgCLcB/s320/Galileu%2BGalilei.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Galileu Galilei</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-63642688301234708402016-06-08T13:08:00.001-07:002016-06-08T13:08:32.349-07:00Sobre o tempo – Fita 2016<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Duas peças encenadas na
terça-feira, 7 de junho, na 12ª edição da Festa Internacional de Teatro de
Angra – Fita, versaram sobre o tempo. A primeira, às 19h30, <i>Vianinha conta o último combate do homem
comum</i>, presenteia o público com a tocante história de Souza e sua mulher,
um casal na terceira idade que se vê às voltas com a possibilidade de ter que sair
da casa onde sempre moraram por conta de obstáculos de cunho financeiro. Eles
vão buscar nos filhos uma saída para a preocupante situação, e por conta disso,
encontram problemas ainda mais complexos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O texto de Oduvaldo Vianna Filho lança
luz não apenas à questão dos desafios e questionamentos dos idosos, mas também
sobre os conflitos familiares e as dificuldades de lidar com os diferentes “tempos”
de cada um. Além de contar com um elenco muito bem entrosado e com uma fundição
perfeita entre humor e drama, o grande mérito da peça é instigar a reflexão de
cada um sobre o assunto tratado. Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos
pais? Até o fim?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-xZHqVR2bawk/V1h6SheL0KI/AAAAAAAABW8/eBW9NFhT0xkpTX1QJGhILhGbe5rlYKd4ACKgB/s1600/Vianinha%2Bfoto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-xZHqVR2bawk/V1h6SheL0KI/AAAAAAAABW8/eBW9NFhT0xkpTX1QJGhILhGbe5rlYKd4ACKgB/s320/Vianinha%2Bfoto.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Vianinha conta o último combate do homem comum</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mais tarde, às 22h, o ator Roberto
Bomtempo subiu ao palco do Teatro Municipal de Angra dos Reis para a apresentação
da peça <i>Plínio – A história do maldito
bendito</i>, um espetáculo que conta a vida e a trajetória profissional / teatral
de Plínio Marcos, um dos grandes renovadores do cenário teatral brasileiro.
Considerado maldito por conta das temáticas e das personagens utilizadas em
suas obras, Plínio teve sucessos estrondosos e fracassos retumbantes, mas nunca
abaixou a cabeça para nada. Críticas pesadas, ditaduras, falta de dinheiro,
censura... Nada disso era capaz de abater o autor, interpretado – e defendido –
com dignidade por Bomtempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A reflexão sobre os tempos de
Plínio nesta vida termina de uma forma belíssima. Roberto / Plínio relembra
quando, sem lugar para dormir em São Paulo, é ajudado por uma pessoa que estava
no mesmo bar que ele. O homem permite que, temporariamente, ele passe as noites
de um terrível inverno na coxia de um teatro. Instalado no local, Plínio se
deita e, antes de dormir, lembra-se de todas as valorosas e também simples pessoas
que passaram por sua vida, dando a entender que, assim como eles, também não
vai desistir de lutar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Plínio fecha os olhos e tudo
escurece. A vida continua. Ele vive.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-cmwx9ummKJg/V1h64QPxJdI/AAAAAAAABXI/0TRrEs6FsmQkzKZ3woNK5f-dsbowZqH7ACLcB/s1600/Pl%25C3%25ADnio_Eduardo%2BTarran.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><i><img border="0" height="213" src="https://2.bp.blogspot.com/-cmwx9ummKJg/V1h64QPxJdI/AAAAAAAABXI/0TRrEs6FsmQkzKZ3woNK5f-dsbowZqH7ACLcB/s320/Pl%25C3%25ADnio_Eduardo%2BTarran.jpg" width="320" /></i></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Plínio - A história do maldito bendito (foto por Eduardo Tarran)</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira</div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-28198729451521269632016-06-07T11:51:00.005-07:002016-06-07T14:10:40.176-07:00Nada como um dia após o outro... Na Fita<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um domingo típico e uma
segunda-feira com cara de quinta, véspera de feriado e também data de
pagamento. Soaram-me assim, respectivamente, o terceiro e o quarto dia da 12ª
edição da Festa Internacional de Teatro de Angra – Fita. Em 5 de junho, às 19h30,
os atores Leona Cavalli e José Rubens Chachá se esforçaram muito para dar vida
aos personagens da peça <i>Frida y Diego</i>,
dirigida por Eduardo Figueiredo. Apesar do texto primoroso de Maria Adelaide
Amaral, da linda cenografia de Márcio Vinícius e da entrega dos atores na
interpretação de dois dos maiores nomes das artes plásticas do México, faltou
conexão emocional com o público. Leona suava, chorava e expressava
perfeitamente as dores do corpo e da alma de Frida; Chachá, por sua vez,
caprichava na canalhice e no jeitão conquistador de um artista que, assim como
Frida, dedicou-se ao comunismo. Mesmo assim, o túnel que conecta a entrega e a
emoção dos protagonistas ao público parecia estar obstruído. Foi um espetáculo
correto. E só.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-1Asd5T_xJas/V1cXMZ6RwHI/AAAAAAAABWQ/LlsbSTjDlSs-Kb_fZ71QFvJyLXgYh-eHQCLcB/s1600/frida-y-diego-peca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="166" src="https://2.bp.blogspot.com/-1Asd5T_xJas/V1cXMZ6RwHI/AAAAAAAABWQ/LlsbSTjDlSs-Kb_fZ71QFvJyLXgYh-eHQCLcB/s320/frida-y-diego-peca.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Frida y Diego</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na mesma noite, às 21h45, o
grande elenco da peça <i>Anti-Nelson
Rodrigues</i> fez com que a tenda da Sessão Transpetro, na Praia do Anil,
recebesse lotação máxima, num espetáculo que prometia muito... Mas entregou
pouco. Na verdade, talvez não seja este o ponto nevrálgico desta observação.
Estamos tão acostumados ao “Universo Rodriguiano” e, principalmente, aos
caminhos – e destinos – de seus bizarros e deliciosos personagens que, ao nos
depararmos com um texto atípico, acabamos nos decepcionando. Grosso modo, a
peça nos prega uma peça: oferece-nos outra faceta de Nelson, mas com elementos
e idiossincrasias típicos de sua obra. O machão cafajeste, o marido traído, a
mocinha pura e ingênua, estão todos lá, mas de forma diferente. Causa-nos
estranheza assistir a um tipo de final feliz num espetáculo de Nelson Rodrigues,
num sentido pejorativo. A peça é muito focada na tentativa de relacionamento
entre o perverso e também rico Oswaldinho – Joaquim Lopes – e a simples e incorruptível
Joice – Luiza Maldonado –, deixando-se em aberto ótimas subtramas. Quando chega
ao fim, <i>Anti-Nelson Rodrigues</i> deixa
na boca do espectador um gosto confuso, misto de Chicabon malchupado e pudor
meia bomba, se é que você me entende...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-wszAkG3ATkk/V1cXUvg54ZI/AAAAAAAABWY/2LQcGZK9hbYOXjIMKYFduKXNK2tTJRVCwCLcB/s1600/Anti%2BNelson%2BRodrigues.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-wszAkG3ATkk/V1cXUvg54ZI/AAAAAAAABWY/2LQcGZK9hbYOXjIMKYFduKXNK2tTJRVCwCLcB/s320/Anti%2BNelson%2BRodrigues.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Anti-Nelson Rodrigues</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nada como um dia após o outro. Na
segunda-feira, 6, a maior parte do elenco de <i>A morte acidental de um anarquista</i> recebeu o público de forma
despretensiosa e animada, com música ao vivo, na entrada do Palco Sesc – Mostra
de sucesso, a partir das 19h30. Apenas Dan Stulbach, “o louco”, permaneceu no
palco, espumando ansiedade e capturando a energia de uma multidão que imaginava
assistir a um bom espetáculo de comédia, mas viu muito, muito mais do que isso.
Junte um texto formidável de Dario Fo a uma direção competentíssima – Hugo
Coelho – e a um grupo de atores talentosos e sedentos pelo palco. Imaginou?
Pois é. Ainda assim, a descrição não consegue chegar perto do poderio artístico
oriundo da peça. A história do “suicídio acidental” de um anarquista italiano acusado
de ser um dos responsáveis por uma série de atentados em Roma e Milão adentra
por temas que permanecem atuais, importantíssimos, ainda hoje – justiça,
sensacionalismo, corrupção etc. –, gerando uma comédia inteligente e ácida. Que
o som e a fúria da vida sigam detonando com a fórmula palavrão + gritaria +
personagem suburbano + gostosa de vestido curto, tão comum nas comédias brasileiras.
Vida longa à arte; às favas com as simplificações. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-hDdgGZbPPGU/V1cXdjVi5eI/AAAAAAAABWg/qdNAaIgKkf0lk60Pmxuv0aKfKZN9vG6BgCLcB/s1600/Morte-Acidental-de-um-Anarquista-450-blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="233" src="https://4.bp.blogspot.com/-hDdgGZbPPGU/V1cXdjVi5eI/AAAAAAAABWg/qdNAaIgKkf0lk60Pmxuv0aKfKZN9vG6BgCLcB/s320/Morte-Acidental-de-um-Anarquista-450-blog.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A morte acidental de um anarquista</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mais tarde, às 22h, o palco do
Teatro Municipal de Angra dos Reis recebeu o ator Silvero Pereira para a
apresentação da peça/murro <i>Br-Trans</i>,
sobre o universo dos travestis e transexuais brasileiros. Espetáculo
doloridíssimo e impactante. Uma ode à dor e à delícia perigosa de ser o que é
num mundo cada vez mais intolerante, violento e doente. Sozinho, Silvero
interpreta Gisele, Bruna, Babi e tantas outras. Ri, chora, dança, enlouquece e
silencia. Olha o público nos olhos e enxerga a esperança de um povo mais humano
em cada lágrima derramada pela plateia – e são muitas. Enlouquece-nos com sua
entrega, seu talento; enlouquece com tanta tristeza, tamanha dor. É o triunfo
da tragédia em cartaz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No Brasil do futebol e do
carnaval, somos os campeões em assassinatos de travestis e transexuais. Somos o
7 a 1 da intolerância e a Sapucaí do preconceito. Enquanto não discutirmos
gênero e sexualidade de forma séria – e cada vez mais precoce – nas escolas, na
sociedade e em cada canto deste país, seremos o que sempre fomos: uma turba
embriagada de ódio, prontinha para apedrejar Geni, que está naquela mesa no
fundo do boteco, sozinha, com uma cerveja barata, chorando sem saber o porquê. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Joga pedra, bosta, cuspe, porra,
lixo e mijo na Geni. Foda-se ela. Glória a Deus nas alturas da nossa
ignorância.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-3SoJ2tb9Lic/V1cXoPAwv5I/AAAAAAAABWo/bEi2ahbHOtEvRMx6irzelXvkPU6-xdkigCLcB/s1600/teatro-BR-TRANS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://3.bp.blogspot.com/-3SoJ2tb9Lic/V1cXoPAwv5I/AAAAAAAABWo/bEi2ahbHOtEvRMx6irzelXvkPU6-xdkigCLcB/s320/teatro-BR-TRANS.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Br-Trans</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> </i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-56037252635562571922016-06-04T18:30:00.003-07:002016-06-04T21:06:10.342-07:00O beijo no asfalto ou Que mundo maravilhoso, não?<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Escrita em 1960 pelo dramaturgo
Nelson Rodrigues, <i>O beijo no asfalto</i>
é, ainda hoje, assustadoramente atual. Em montagem primorosa dirigida por João
Fonseca, com trilha original de Claudio Lins, o musical oferece ao espectador um
espetáculo ágil, emocionante e principalmente cruel.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Jornalismo sensacionalista,
homofobia, machismo, truculência policial e toda a hipocrisia dessa grande
família tradicional chamada Brasil desfilam pelo palco durante 150 minutos de <i>reality-horrorshow</i>. A história de
Arandir, um homem que socorre um rapaz atropelado por um ônibus e, atendendo ao
último dele, beija-o na boca, é apenas o estopim para um passeio por toda a
minha, a sua, a nossa sordidez.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A “bela, recatada e do lar” que
vai abortar a pedido do marido, para que não ganhe peso e barriga; o pai de
família que guarda a homossexualidade no fundo do armário, escondida entre a
moral de meia social furada e gravatas-borboleta que nunca, em hipótese alguma,
vão voar; o jornalista que carrega sua caneta com sangue e escreve em fonte cor
de merda, para um povo que sorve perversidade no café da manhã, com a família
reunida na mesa da cozinha, orando de mãos dadas pelo pão francês e o cadáver
nosso de cada dia; o policial corrupto que consegue improvisar um porão de
ditadura para cada vítima em potencial; a vizinha que preenche sua existência
vazia vasculhando fuxicos e segredos alheios, sabendo-se infeliz na vida, mas
radiante nas rodas – e redes – sociais. Conhecemos todos eles. Somos nós. Muito
prazer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nós, que somos eles, estamos por
aí, em todo e qualquer canto do mundo. Não era você naquele dia, comprando
jornais e revistas que pingavam sangue? Não era eu naquela vez, inventando uma
desculpa esfarrapada para ficar com o troco a mais que o atendente deu por
engano? Não era aquela sua amiga gritando por revolução e, num outro momento,
pedindo para prender manifestantes do “lado errado da luta”? Não era aquele religioso
fervoroso, que aponta o dedo indicador para os prazeres do mundo, em tom de
reprovação, e no outro mundo – digital – dispara cantadas e putarias mil para
toda e qualquer mulher, em línguas de safadeza ininteligíveis?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não, não era. Era o filho do
vizinho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Voltando à vaca fria, o asfalto
de Nelson Rodrigues continua quente. Quase 60 anos depois de o texto em questão
ganhar a vida, as páginas e os palcos brasileiros, uma multidão lotou o Palco
Sesc, na Praia do Anil, durante a estreia da 12ª edição da Festa Internacional
de Teatro de Angra – Fita, para duas horinhas de verdades nada secretas.
Excetuando-se alguns aplausos empolgados durante as belas performances vocais
dos atores e atrizes, o que se viu foi um público em silêncio quase sepulcral. Capturado
pela excelência do espetáculo ou enxergando a si mesmo nos personagens da peça?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Difícil adivinhar. Ainda assim,
em pelo menos alguma coisa podemos fechar a conta e passar a régua: seja na
área VIP ou no fundo da tenda, no asfalto ou na estrada de terra, o beijo, meu
amigo, continua sendo a véspera do escarro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-YjX4vQ3r4Jg/V1OlFl-FaII/AAAAAAAABWA/FEFL8fJpbVUsYbYopLXc9Qa8WzqxWOCTwCLcB/s1600/O%2Bbeijo%2Bno%2Basfalto_Bruno%2BMachado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://2.bp.blogspot.com/-YjX4vQ3r4Jg/V1OlFl-FaII/AAAAAAAABWA/FEFL8fJpbVUsYbYopLXc9Qa8WzqxWOCTwCLcB/s320/O%2Bbeijo%2Bno%2Basfalto_Bruno%2BMachado.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O beijo no asfalto - O musical - Crédito: Bruno Machado</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Por Hugo Oliveira<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-31121709460303198502016-06-01T08:45:00.003-07:002016-06-01T08:45:46.850-07:00Fita – Cinco peças imperdíveis<div class="MsoNormal">
O blog Talk About The Passion raramente oferece postagens a
respeito de peças teatrais. Isto acontece, infelizmente, por conta da
dificuldade relacionada à produção de espetáculos do tipo na cidade onde os
responsáveis pelo diário virtual residem.
Mesmo assim, uma vez por ano, voltamos nossas atenções a um evento
dedicado exclusivamente ao teatro, a Festa Internacional de Teatro de Angra –
Fita, e conseguimos colocar as opiniões em dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A 12ª edição da Fita vai ser iniciada no dia 3 de junho. Serão
52 peças divididas em três palcos – dois na Praia do Anil e um no Centro, no
Teatro Municipal de Angra dos Reis. Num universo de espetáculos variados,
seleciono aqui cinco que deverão valer cada centavo investido. Ah, e uma ótima
notícia: os responsáveis pelo blog vão participar da cobertura do evento,
postando neste espaço resenhas sobre cada peça assistida. Enquanto a festa não começa, vamos às
indicações.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
1 – <i>Frida y Diego </i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com direção de Eduardo Figueiredo, a peça oferece um
vislumbre <i>pop</i> e básico a respeito da
relação explosiva – em todos os sentidos – entre os artistas mexicanos Frida
Kahlo e Diego Rivera, dois ícones da pintura que entre brigas, declarações de
amor, cumplicidade e desentendimentos, levaram adiante uma parceria emocional
de 25 anos. Os atores Leona Cavalli e José Rubens Chachá interpretam o casal de
protagonistas, enquanto o texto primoroso é de Maria Adelaide do Amaral. Será
encenada no domingo, 5 de junho, às 19h30, no Palco Sesc – Mostra de Sucesso.
Duração do espetáculo: 70 minutos. Classificação etária: 12 anos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-_GqhIywrNXo/V08Cf3v2AiI/AAAAAAAABVM/r07fT12aIvsOLMzXTwqq4XC8kI0OBR3nQCLcB/s1600/Frida%2By%2BDiego.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="179" src="https://1.bp.blogspot.com/-_GqhIywrNXo/V08Cf3v2AiI/AAAAAAAABVM/r07fT12aIvsOLMzXTwqq4XC8kI0OBR3nQCLcB/s320/Frida%2By%2BDiego.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Frida y Diego</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
2 – <i>Galileu Galilei</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Costumo fugir de comédias, sejam elas em formato fílmico,
teatral, televisivo etc. Isso não quer dizer que não existem obras do tipo de
qualidade, mas sim, que muitas pessoas envolvidas em espetáculos do gênero
investem num apanhado de clichês e fórmulas fáceis e pobres, culturalmente
falando. Felizmente, este não parece ser o caso de <i>Galileu Galilei</i>, peça protagonizada pela atriz Denise Fraga e
eleita a melhor comédia de 2015 pelo prêmio Arte Qualidade Brasil. Deitando e
rolando num texto de Bertold Brecht – direção de Cibele Forjaz –, Denise Fraga
interpreta o astrônomo e matemático italiano Galileu Galilei, defensor de
ideias revolucionárias que foi perseguido por conta de suas opiniões e teses.
Em tempos como este, de radicalismo religioso, é uma ótima pedida conferir o
espetáculo. Em cartaz na quarta-feira, 8 de junho, às 19h30, no Palco Sesc –
Mostra de Sucesso. Duração do espetáculo: 130 minutos. Classificação etária: 12
anos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-yJrmiEiAbQE/V08CoTbuO-I/AAAAAAAABVQ/_M2kUcsZ3UgwYCNBEYL6BdVTVLhNW-KEwCLcB/s1600/Galileu%2BGalilei.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://4.bp.blogspot.com/-yJrmiEiAbQE/V08CoTbuO-I/AAAAAAAABVQ/_M2kUcsZ3UgwYCNBEYL6BdVTVLhNW-KEwCLcB/s320/Galileu%2BGalilei.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Galileu Galilei</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
3 – <i>A cabaça da
existência</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Hora de bater no peito e sentir orgulho de ser angrense, por
conta de ter uma turma talentosa da cidade apresentando uma peça primorosa na
Fita. <i>A cabaça da existência</i> conta
com o texto de Felipe Gustavo Barbosa e direção de Camila Rocha. É um
espetáculo que narra a formação do mundo, livre de conceitos pré-estabelecidos,
de acordo com a mitologia ioruba. A trilha sonora do espetáculo é outro trunfo:
assinada pelo percussionista angrense Jorge Moreno Filho, o talentoso “Etiópia”,
ela ajuda a sonorizar o jongo e as danças africanas presentes na peça. <i>A cabaça da existência</i> será apresentada
na quinta-feira, 9 de junho, às 22h, no Teatro Municipal – Sessão Brasfels.
Duração do espetáculo: 60 minutos. Classificação etária: 10 anos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-6l0Bdb0Iv_4/V08Cv274G4I/AAAAAAAABVU/S9RApDD1xqgs-DzZFVDu0Rg65jTg2IhMwCLcB/s1600/A%2Bcaba%25C3%25A7a%2Bda%2Bexist%25C3%25AAncia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="198" src="https://4.bp.blogspot.com/-6l0Bdb0Iv_4/V08Cv274G4I/AAAAAAAABVU/S9RApDD1xqgs-DzZFVDu0Rg65jTg2IhMwCLcB/s320/A%2Bcaba%25C3%25A7a%2Bda%2Bexist%25C3%25AAncia.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A cabaça da existência</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
4 – <i>Contra o vento (Um
musicaos)</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Imagine uma pensão localizada no Rio de Janeiro da década de
60. Normal, certo? Agora, para dar o toque especial, imagine que todo mundo que
veio a ser alguma coisa no cenário cultural da época – músicos, escritores,
jornalistas, compositores, atores etc. – acabou morando por lá. Caetano Veloso
vizinho de Ruy Castro? José Wilker pedindo um pouco de açúcar a Paulo Leminski?
Bem provável. É por este caminho que segue o musical <i>Contra o vento (Um musicaos)</i>, que conta com o texto de Daniela
Pereira de Carvalho e a direção de Felipe Vidal. A história é focada num diário
fictício de uma ex-moradora do Solar da Fossa, a verdadeira morada não apenas
da contracultura carioca, mas da brasileira. Se a peça conseguir oferecer 25%
da emoção que o livro do jornalista Toninho Vaz, “Solar da Fossa – Um
território de liberdade, impertinências, ideias e ousadias”, fornece aos leitores,
estaremos bem na fita. E na Fita. O musical será encenado no sábado, 11 de
junho, às 21h45, na Praia do Anil – Sessão Transpetro. Duração do espetáculo:
130 minutos. Classificação etária: 16 anos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-1VaVjB_0I2Y/V08C21SlB4I/AAAAAAAABVY/Yi9LfvdJqlsuYO9Ql4LA-QJVzc1nc128QCLcB/s1600/Contra%2Bo%2Bvento.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="206" src="https://1.bp.blogspot.com/-1VaVjB_0I2Y/V08C21SlB4I/AAAAAAAABVY/Yi9LfvdJqlsuYO9Ql4LA-QJVzc1nc128QCLcB/s320/Contra%2Bo%2Bvento.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Contra o vento (Um musicaos)</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
5 – <i>O Camareiro</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Grande homenageado da Fita 2016, o ator Tarcísio Meira, 80
anos de idade e seis décadas de dedicação à profissão, promete emocionar não
apenas aqueles que são apaixonados pelo teatro, mas por qualquer tipo de arte. Representando
um ator de saúde debilitada que reúne todas as forças para atuar num espetáculo
baseado na obra de Shakespeare, ele conta apenas com seu fiel camareiro para
atender suas exigências e ouvir suas ideias, reflexões e lembranças. <i>O Camareiro</i> vai entrar em cartaz no
sábado, 18 de junho, às 19h30, na Praia do Anil – Palco Sesc / Mostra de
Sucesso. Duração do espetáculo: 120 minutos. Classificação etária: 12 anos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-Ol_ZwTxTSBY/V08DBhbGTLI/AAAAAAAABVc/OjMhI_QUc9QCAnKa-5lLXnhblpWqBH73ACLcB/s1600/O%2BCamareiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://2.bp.blogspot.com/-Ol_ZwTxTSBY/V08DBhbGTLI/AAAAAAAABVc/OjMhI_QUc9QCAnKa-5lLXnhblpWqBH73ACLcB/s320/O%2BCamareiro.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O camareiro </i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por Hugo Oliveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-16400962171826328622016-05-24T11:30:00.000-07:002016-05-24T11:30:48.625-07:00Julieta Venegas aconteceu para mim<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vez por outra pintam alguns
artistas que cantam em espanhol no meu fone de ouvido. Entendo aqueles com
dificuldades relacionadas ao idioma, mas vale ressaltar que, passada essa fase inicial
de adaptação, o novo mundo musical que se abre oferece discos e canções
inesquecíveis. Caso de <i>Algo Sucede</i>, da
cantora mexicana Julieta Venegas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Lançado em agosto do ano passado,
o álbum oferece 12 canções quase irrepreensíveis. Pop, no bom sentido, até
dizer chega... Ou melhor, <i>repeat</i>. A
sonoridade das músicas acena um pouco à década de 80, mas turbinada por timbres
e levadas que também remetem ao <i>indie pop</i>
deste novo milênio. Tudo isso com o frescor latino-americano de Julieta, que
faz toda a diferença quando as canções começam a aparecer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aliás, a primeira faixa já dá a
medida do que vem pela frente. “Esperaba” bebe na fonte de “Lisztomania”, da
banda francesa Phoenix. Dançante, delicada e com uma letra que homenageia o
cantor e compositor argentino Charly García. “Las canciones de Charly sonando
en tu casa / Me hacían flotar sobre Buenos Aires / Sobre el mundo enterro / Sobre
el universo.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Daí em diante, até a sexta faixa
do disco, nenhuma canção é dispensável. Da baladinha fofa com refrão lindo “Tu
Calor”, passando pelo balançado – e ótimo – primeiro <i>single </i>do disco, “Esse Camino”, e pelo pop cheio de teclas de “Algo
Sucede”, que dá título ao álbum, Julieta bate no peito e chama para si a
responsa de fazer música pop elegante e dançante, mesmo que isso não vá curar
as agruras do mundo. Ao menos, do exterior.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sim, porque música também é
exorcismo. Principalmente, dos nossos demônios interiores. Neste quesito, “Uma Respuesta”
e “Buenas Noches, Desolación” compõe uma dobradinha matadora. Enquanto a
primeira, uma balada agridoce que fala sobre a necessidade de cantar a sua dor
e de entender que para muitas coisas não há explicação – Esa es la vida, la
realidad se impone / Sobre la melodía –, a segunda, parceria entre Julieta, Ale
Sergi e López, oferece uma mensagem tão bonita e positiva que fica difícil não
se emocionar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Buenas noches, desolación / Ya
no quiero nada contigo, no / Buenas noche y desde hoy / Volveré siguiendo otro caminho
/ En verdad nunca me arrepentí / Todo lo vivido me ha servido / Todo viene y
va, y yo sigo entero aqui / Ya no necesito, de tu compañía”, canta Julieta no
trecho mais belo da canção, que ofereço a todos aqueles que têm passado por problemas
aparentemente irresolúveis, às vezes, em sequência. Um brinde ao sol que vai
nascer logo, logo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Dos Soledades” e “Se Explicará”
vêm em seguida. Apesar de não apresentarem nenhum defeito aparente, não
conseguem manter o nível das faixas anteriores. De qualquer forma, as próximas
canções retomam o bom ritmo do álbum. Movida por cordas e piano, “Porvenir”
mostra a cantora exibindo sua pequena voz, mas muito segura de si; “Parte Mía”
soa um pouco mais eletrônica e pop, com uma batidinha clichê para grudar nos
ouvidos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O disco chega ao fim com duas
ótimas canções: “Explosión” volta à batida das primeiras canções do álbum, com
maestria e alto teor dançante. Em seguida, Julieta desacelera novamente, mas
por um bom motivo. Na balada “Todo Está Aquí”, ela defende mais uma letra curta
e direta, mostrando que a vida, apesar de tudo o que nos atrapalha, é urgente. “Todo
esta aquí / Todo esta aquí / No me hagas pensar en lo que vendrá después.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fui. Vou ali ser feliz e já
volto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/d_Euxg7wP74/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/d_Euxg7wP74?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> Por Hugo Oliveira</o:p></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-74366955785238010392016-05-19T08:26:00.001-07:002016-05-19T08:26:25.641-07:00O adeus das coisas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Numa cena do filme <i>Beleza Americana</i> (1999), o personagem
Ricky Fitts, um adolescente que nas horas vagas gosta de traficar drogas e
filmar o cotidiano com uma câmera, mostra à vizinha, Jane Burnham, a gravação
de uma sacola de plástico flutuando à força do vento. “Foi nesse dia que
percebi haver toda uma vida nas coisas e uma força incrivelmente benéfica que
queria que eu soubesse que não há razão para ter medo. Existe tanta beleza no
mundo que mal consigo me aguentar, e sinto o coração quase arrebentando”, diz o
garoto, emocionado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Medo, vida nas coisas e beleza no
mundo, mesmo com todas as injustiças, tragédias e tristezas: é sobre isso que o
mais novo livro da cantora, escritora e poetisa norte-americana Patti Smith, <i>Linha M</i> (2016), trata. Escrevendo ‘sobre
o nada’, Patti rememora passagens de sua vida e dá prosseguimento à existência,
viajando para ministrar palestras, visitar túmulos de escritores famosos ou
simplesmente assistir a seriados policiais em solitários quartos de hotéis.
Quase sempre movida a café preto, torrada com azeite e emoção.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Solta no mundo e ao mesmo tempo
presa a memórias e objetivos, Patti consegue transmitir ao leitor estranheza e
lirismo. Utilizando-se de detalhes e subtramas aparentemente superficiais em
seus escritos, revela-se mestre na arte de traduzir sentimentos ininteligíveis,
tocando-nos em trechos que, lidos fora do contexto – ou escritos por outra
pessoa –, não significariam muita coisa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não existe uma história linear em
Linha M. O livro é como a vida. Somos jogados de lá para cá, em tormentas e
dias de sol que mais confundem do que explicam. Por mais que tenhamos a
impressão de que estamos aprendendo com o tempo ou adquirindo vasta experiência
no assunto, o volume de Patti Smith nos mostra que tudo vai continuar sendo
como é: misterioso, mágico e dolorido. Vão-se as lágrimas e os sorrisos... Precedendo
o adeus das coisas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-eSR2efOBbvg/Vz3bD-gyD7I/AAAAAAAABU8/i9b9JGHh2xA6-4rfDYCs8hjaHtl39giDgCLcB/s1600/o-LINHA-M-PATTI-SMITH-900.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-eSR2efOBbvg/Vz3bD-gyD7I/AAAAAAAABU8/i9b9JGHh2xA6-4rfDYCs8hjaHtl39giDgCLcB/s320/o-LINHA-M-PATTI-SMITH-900.jpg" width="222" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p>Por Hugo Oliveira </o:p></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-36316065769656335712016-05-17T11:05:00.002-07:002016-05-31T08:51:08.001-07:00Sessões Talk About The Passion apresenta… "Tropicália"<h3 class="post-title entry-title" style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-stretch: normal; font-weight: normal; margin: 0.75em 0px 0px; position: relative;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.48px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: small;">Criado pelo jornalista Hugo Oliveira e pelo professor
Ricardo Pereira, responsáveis pelo blog Talk About The Passion, o “Sessões Talk
About The Passion” é um evento voltado à exibição de documentários e filmes
inseridos no universo da cultura pop, com a realização de um bate-papo após
cada sessão, entre os responsáveis pela iniciativa e o público.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: small;">As sessões acontecem na sala de vídeo do CCTM, em Angra dos
Reis, Rio de Janeiro – no mesmo prédio do Teatro Municipal. O próximo
documentário a ser exibido no “Sessões” será Tropicália (2012), de Marcelo
Machado, sobre o movimento musical que bagunçou o coreto cultural do país no
final dos anos 60. A exibição vai acontecer no sábado, 25 de junho, às 18h. A
Entrada é gratuita, com os ingressos sendo disponibilizados ao público a partir
das 16h. Classificação etária: 12 anos. Duração do filme: 90 minutos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: small;">Sinopse: uma análise sobre o importante movimento musical
homônimo, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil no final dos anos 1960. O
documentário resgata uma fase na história do Brasil em que cena musical
fervilhava e os festivais revelavam vários novos talentos. Ao mesmo tempo, o
Brasil sofria com a ditadura dos generais no poder, o que fez com que Caetano e
Gil fossem exilados do país.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-ZxwktFevtX4/VztdQqisElI/AAAAAAAABUs/6jl7-fbBxRkwHR5BTfHzkVYUESayDarQACLcB/s1600/Poster_Tropicalia_PORT.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-ZxwktFevtX4/VztdQqisElI/AAAAAAAABUs/6jl7-fbBxRkwHR5BTfHzkVYUESayDarQACLcB/s320/Poster_Tropicalia_PORT.jpg" width="219" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 18.48px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br />
<span style="font-size: small;">Por Hugo Oliveira</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 22px;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="font-size: 22px;">
<o:p></o:p></div>
</h3>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-45906014868985351592016-05-10T10:21:00.000-07:002016-05-10T10:21:06.058-07:00Janet Malcolm e os outros jornalismos possíveis <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O livro <i>41 Inícios Falsos</i>, da jornalista norte-americana Janet Malcolm, não
é para qualquer um. Lançado no Brasil em
fevereiro deste ano, através da coleção Jornalismo Literário – Companhia das
Letras –, o volume apresenta textos que vão além de reportagens e críticas
sobre personalidades ligadas ao mundo da arte, utilizando-se da erudição e da
criatividade da autora para fazer com que os escritos revelem muito mais do que
o trivial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E numa época em que o jornalismo
abraça a trivialidade ao mesmo tempo em que manda beijos apaixonados para o que
é superficial, ler Janet equivale a medir forças com a ignorância que grassa
não apenas pelo país, mas por todo o mundo. É tarefa difícil, quase impossível para
um “brasileiro médio” como eu, captar suas variadas referências, acompanhar sua
linha de pensamento e entender as nuances que permeiam seu trabalho. Ainda
assim, desistir estava fora de cogitação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Confesso que, apesar de ler com
muita rapidez, fiquei quase três meses voltado ao livro em questão. Os textos
da jornalista são, na verdade, ensaios. Eles estão sempre abertos a formatos e
estranhezas literárias mil, no bom sentido. Janet consegue produzir textos
curtos e certeiros, seja para descrever o método de trabalho do jornalista
Joseph Mitchell ou defender a importância dos cinzeiros na obra do escritor
J.D. Salinger; alonga-se também, com maestria, como no escrito que dá título ao
livro ou na obra-prima <i>A garota do
Zeitgeist</i>, um documento de quase cem páginas onde se cruzam fontes e pontos
de vistas, resultando num texto interessantíssimo, a respeito da editora de uma
famosa revista de arte vanguardista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fui chamado por uma amiga da
cidade onde moro, Angra dos Reis, para falar sobre a minha profissão na escola
onde ela leciona. Será um tipo de feira estudantil voltada à questão
profissional. Vou falar sobre como
entrei na área, os prós e os contras, o mercado de trabalho e os pré-requisitos
que ajudam na escolha do jornalismo como meio de sobrevivência. Além disso,
faço questão de inserir um novo tópico na minha explanação: outros jornalismos
possíveis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-nZbvyyYGqLM/VzIYZ681mtI/AAAAAAAABUc/ivHIeXuUq7M5WS2g7i_ynAKAKeoy04dUQCLcB/s1600/41%2Bjanet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-nZbvyyYGqLM/VzIYZ681mtI/AAAAAAAABUc/ivHIeXuUq7M5WS2g7i_ynAKAKeoy04dUQCLcB/s320/41%2Bjanet.jpg" width="212" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira<o:p></o:p></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-65352300350629327402016-04-12T19:42:00.001-07:002016-04-12T19:42:21.978-07:00Sobrevivendo ao sobreviver<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quem tem de 30 anos para cima
deve se lembrar: ao final de cada episódio do desenho animado <i>Scooby –Doo</i>, onde uma turma de
adolescentes e um simpático cachorro esfomeado desvendavam mistérios
aparentemente sobrenaturais, chegava-se à conclusão do enigma com alguma
revelação bombástica quanto ao real vilão da história. “Eu teria conseguido
manter a farsa se não fossem esses garotos bisbilhoteiros e esse vira-latas
pulguento!”, era geralmente a fala do bandido, ao ser desmascarado e também
preso pela polícia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na semana passada, quando assisti
ao filme <i>Rua Cloverfield, 10</i> (2016),
do diretor Dan Tratchtenberg, tive a impressão que ia rolar um <i>revival </i>do ‘final à <i>Scooby-Doo</i>’, mas não foi isso que aconteceu. Quer dizer, até foi. Mas
às avessas, de uma forma genial e acachapante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O longa apresenta ligação, mesmo
que indireta, com <i>Cloverfield – Monstro</i>
(2008). Os atores e o diretor são outros, mantendo-se apenas o produtor J.J.
Abrams, o cara que ‘apenas’ revolucionou a ficção científica e as séries
televisivas com <i>Lost</i>. Minto. Outras
coisas foram mantidas no filme lançado neste ano. Um monstro que não sabemos o
nome. Ou melhor, monstros. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que oferece mais medo: a
realidade ou a fantasia? Você teme mais as sombras que aparecem quando as luzes
do quarto são apagadas ou o maluco que disse ter atirado numa delas, matando-a?
A ideia do fim do mundo é mais assustadora do que a realidade em que vivemos?
São sobre essas questões que o longa vai brincando com o espectador durante
1h40. Brincadeira não é a palavra certa para descrever... A não ser que
estejamos falando de uma novíssima modalidade, ‘estátua suada na cadeira da
sala de cinema’.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Muitas emoções com um elenco tão reduzido
quanto entrosado. Michelle – Mary Elizabeth Winstead – é uma mulher que, após
brigar com o marido, resolve sair de casa. Para onde ela vai não sabemos, mas
fica claro que a personagem não conseguirá chegar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um acidente entre o veículo de
Michelle e outro carro faz com que a moça perca os sentidos. Ela acorda num
quarto diminuto, sem janelas, acorrentada. Pouco depois de recobrar os
sentidos, Howard – numa interpretação magistral de John Goodman –, que parece
ser o proprietário do local, aparece para dar boas-vindas. Em pouco tempo,
Michelle fica sabendo que está numa espécie de <i>bunker</i>, e que lá em cima, algo estranho aconteceu. Alienígenas?
Ataque terrorista? Catástrofe natural? Ninguém sabe, nem ela, nem Howard e nem
Emmett – John Gallagher Jr. –, o terceiro elemento preso/protegido no abrigo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A vontade de descobrir o que
aconteceu com o mundo e o que está se passando com as pessoas reunidas quase
que por acaso leva o filme e o espectador às profundezas de um suspense de
respeito, que oferece um final surpreendente e, com algumas ressalvas,
brilhante.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Rua Cloverfield, 10</i> subverte o ‘final à <i>Scooby-Doo</i>’. Nele, o monstro real pode usar a máscara do bandido
ou, até mesmo, vestir duas fantasias distintas. Mas disso, nós, brasileiros,
estamos cansados de saber... Principalmente em relação ao nosso cenário
político de hoje e sempre. O que teimamos em desconhecer é a capacidade de
fazer um filme pipoca inteligente e tão aberto a interpretações. Que este sirva
de alento. E exemplo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-Pab18WZZ1qI/Vw2x3yYflMI/AAAAAAAABUM/Jz07Y8uFTkwHI1qMCOrZk-SRT7HQgFgcACLcB/s1600/Rua%2BCloverfield.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://3.bp.blogspot.com/-Pab18WZZ1qI/Vw2x3yYflMI/AAAAAAAABUM/Jz07Y8uFTkwHI1qMCOrZk-SRT7HQgFgcACLcB/s400/Rua%2BCloverfield.jpg" width="270" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira</div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-81743858225155925412016-04-01T09:04:00.001-07:002016-04-01T09:04:59.386-07:00Pequeno recesso no blog... Mas já voltamos!<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Por conta de compromissos pessoais e profissionais, o blog Talk About The Passion entrou num pequeno recesso. De qualquer forma, no dia 11 de abril o diário virtual volta com força total. Aguarde e confie!</span>TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-89013370031640098192016-03-22T12:27:00.001-07:002016-03-22T12:27:57.871-07:00Sessões Talk About The Passion apresenta… “Vinícius”<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;">Criado pelo jornalista Hugo Oliveira e pelo
professor Ricardo Pereira, responsáveis pelo blog Talk About The Passion, o
“Sessões Talk About The Passion” é um evento voltado à exibição de
documentários e filmes inseridos no universo da cultura pop, com a realização
de um bate-papo após cada sessão, entre os responsáveis pela iniciativa e o
público.</span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;">As sessões acontecem na sala de vídeo do CCTM, em
Angra dos Reis, Rio de Janeiro – no mesmo prédio do Teatro Municipal. O próximo
documentário a ser exibido no “Sessões” será <i>Vinícius </i>(2005), de
Miguel Faria Jr., sobre o poeta e letrista Vinícius de Moraes. A exibição vai
acontecer no sábado, 23 de abril, às 18h. A Entrada é gratuita, com os
ingressos sendo disponibilizados ao público a partir das 16h. Classificação
etária: 12 anos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;">Sinopse: Vinícius de Moraes, o sublime poeta do
cotidiano, autor de 400 poesias e 400 letras de músicas, está de volta em filme
dirigido por Miguel Faria Jr. e produzido por Susana de Moraes. Para celebrar a
vida e a obra de um criador multifacetado - autor teatral, poeta, parceiro dos
nomes mais importantes da MPB e, acima de tudo, um iluminado personagem da história
cultural do país -, o diretor Miguel Faria Jr. reuniu um incomparável elenco de
parceiros, intérpretes, amigos e raras imagens de arquivo que relembram a
genial simplicidade de Vinícius com a espontaneidade, humor e liberdade de quem
conversa em uma mesa de bar, exatamente como gostaria o eterno Vinícius.</span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-R8ei17eq0wg/VvGcs4uvWiI/AAAAAAAABT8/1-MBb0Do24k3oJiuu95OniOiHYkhuBRJg/s1600/viniciusdemoraes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://4.bp.blogspot.com/-R8ei17eq0wg/VvGcs4uvWiI/AAAAAAAABT8/1-MBb0Do24k3oJiuu95OniOiHYkhuBRJg/s320/viniciusdemoraes.jpg" width="236" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #141823; font-family: Arial, sans-serif;"><br /></span></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-39819027708515262272016-03-10T08:04:00.001-08:002016-03-10T08:04:49.483-08:00Audições Talk About The Passion<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 18pt; text-align: justify;">Responsáveis pelo blog cultural Talk About The Passion, o jornalista
Hugo Oliveira e o professor Ricardo Pereira vão organizar no domingo, 3 de
abril, na galeria de arte Pro-Cidade, no centro de Angra dos Reis, um evento inovador e
também ambicioso, culturalmente falando: é o </span><i style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 18pt; text-align: justify;">Audições Talk About The Passion</i><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 18pt; text-align: justify;">, que tem como objetivo a
apresentação de um disco clássico de determinado artista, através de histórias,
música ao vivo e discotecagem.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">A intenção é oferecer ao público presente uma imersão profunda
relacionada ao artista e ao disco homenageados. A primeira edição do “Audições”
será dedicada ao disco <i>Grace </i>(1994),
do cantor, compositor e guitarrista americano Jeff Buckley. Grande nome – e
talvez a grande voz – musical da década de 90, a carreira do artista foi
encerrada abruptamente, quando ele morreu afogado em 1997. <i>Grace </i>segue como um disco clássico, influenciando as novas gerações
de músicos e mostrando que o talento de Buckley não foi em vão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">O evento, que será iniciado às 17h, vai funcionar da seguinte forma: a
abertura será feita pelo professor Ricardo Pereira. Bacharel em Letras pela
UFRJ, ele vai apresentar um breve histórico do artista e informações sobre o
processo de gravação de <i>Grace</i>,
finalizando com observações sobre os últimos dias de vida de Buckley. Além
disso, Ricardo também vai efetuar intervenções ao longo de todo o projeto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Em seguida, o músico internacional Miguel Bestard, de Montevidéu, no
Uruguai, vai oferecer uma apresentação musical intimista e exclusiva. Ele
tocará o disco <i>Grace</i> na íntegra, na
ordem como o álbum foi gravado, munido apenas de voz e guitarra. Considerado um
dos maiores guitarristas de seu país, e em processo de ascensão profissional no
Rio de Janeiro, onde vive atualmente, Miguel também vai oferecer seu depoimento
como grande fã do trabalho de Buckley.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Por fim, o jornalista e discotecário Hugo Oliveira, pós-graduado em Jornalismo
Cultural pela Estácio de Sá, finaliza o evento com uma discotecagem especial.
No repertório, canções e bandas que influenciaram Jeff Buckley, além de músicas
de artistas que foram influenciados pelo músico americano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 18pt;">O Pro-Cidade fica localizado na Avenida Júlio Maria, nº 16, no Centro.
No dia do evento, serão comercializados no local bebidas e algumas opções de
lanches. A classificação etária é 18 anos. “Com o ‘Audições’, estendemos ainda
mais a atuação do blog Talk About The Passion, que também já oferece um evento
dedicado à exibição de documentários ligados à cultura pop. E assim, com
ambição intelectual e humildade, vamos tentando transformar a cidade em que
vivemos num lugar melhor, criando um público de arte ainda mais crítico e
informado”, declara o jornalista Hugo Oliveira, um dos criadores do evento.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 18pt;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-jHsl-NepDW8/VuGac9GXXII/AAAAAAAABTs/zmXkk1GQ25U/s1600/Jeff%2BBuckley%2BFoto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://2.bp.blogspot.com/-jHsl-NepDW8/VuGac9GXXII/AAAAAAAABTs/zmXkk1GQ25U/s320/Jeff%2BBuckley%2BFoto.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O álbum Grace, de Jeff Buckley, será o primeiro disco analisado na série de eventos Audições Talk About The Passion</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 18pt; text-align: justify;"><b>Importante</b>: ficou interessado, caro leitor? Entre em contato com a gente! Escreva o seu endereço de e-mail nos comentários desta postagem e receba maiores informações sobre o "Audições" - as vagas são limitadas.</span>TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-17782623083811068212016-03-08T11:46:00.000-08:002016-03-08T11:46:17.713-08:00A natureza é selvagem<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acompanhei com atenção às
notícias relacionadas ao desaparecimento e à busca de Rian Brito, neto de Chico
Anysio. A história começou a se desenrolar no dia 23 de fevereiro, quando o
jovem de 25 anos, ao ser deixado na frente da autoescola que cursava, faltou à
aula e deixou a família em estado de alerta ao não dar mais nenhuma informação
sobre seu paradeiro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A apreensão inicial dos
familiares e amigos se transformou em constatação: Rian havia sumido. Ele
deveria ter ligado para a mãe, Brita Brazil, na intenção de que ela o buscasse
na autoescola, mas não houve ligação – o celular de Rian estava em casa. Após
24 horas de espera, a negativa de um contato sequer partindo do filho fez com
que Brita fosse à 15ª DP. No dia seguinte, Nizo Neto, o pai, procurou uma
delegacia especializada para descrever o problema pelo qual a família passava.
Seguiu-se o drama; formou-se a pergunta. Onde está Rian?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Choveram publicações na internet,
divulgando o desaparecimento do jovem e também buscando quaisquer informações a
respeito da localização dele. O pai, numa gravação veiculada num programa
televisivo de grande audiência, fez um apelo emocionado por pistas que levassem
ao filho. Sobrava esperança, mas faltavam dados concretos. Por pouco tempo...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A imagem de Rian saindo do
Shopping Fashion Mall, em São Conrado, no Rio, para em seguida dar sinal a um
táxi e adentrar o veículo, chegou a mim através de algum telejornal noturno. Na
filmagem, realizada no dia do sumiço, às 13h20, o jovem caminha aparentemente
tranquilo à saída do shopping, sozinho. Em seguida, acena com a mão direita
para o táxi que passa, um Chevrolet Spin. E entra. O destino é desconhecido. Ao
menos, ainda era.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em entrevista ao RJTV, no dia 26
de fevereiro, Nizo falou sobre o desaparecimento do filho. “Tudo indica que não
encaminha para sequestro ou morte. Ele gosta de fazer umas trilhas, gosta de
passar um dia inteiro no mato às vezes, é uma coisa que ele curte. Mas já são
três dias. Mesmo assim, ele foi para a aula, não entrou, sacou algum dinheiro, não
se sabe a hora, mas foi nesse dia, no banco." <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estaria Rian querendo um momento
de tranquilidade, ansiando por ficar longe de tudo –e de todos – por alguns
dias? Acredito que este é um desejo comum a muitas pessoas, principalmente em
determinadas fases e situações da vida. Mas não avisar sobre o paradeiro,
estendendo o momento por mais de uma semana, a ponto de a família procurar pela
polícia e apelar aos meios de comunicação e às redes sociais? Algo estava
errado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vocalista da banda Call It Fornication,
um grupo dedicado ao repertório do conjunto Red Hot Chili Peppers, Roko Souza
falou à imprensa sobre o neto de Chico Anysio, já que o próprio havia integrado
o grupo durante dois anos em meio, como baixista. Em entrevista ao site Ego,
ele afirmou que Rian passou por tratamento psicológico, tendo inclusive sido
internado em uma clínica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
"Nos anos que ele tocava com
a gente, o Rian estava muito feliz. Ele morava no Rio e pegava vários ônibus
para nos encontrar para tocar com a gente nos shows. Nunca demonstrou nenhum problema",
lembrou o vocalista da banda. Rian deixou o conjunto há dois anos, e o contato
entre ele e o grupo foi rareando. Em 2015, a mãe do ex-baixista procurou Roko,
que declarou ao site o que aconteceu a partir disso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Ela pediu para levar o Rian no
nosso show, em São Paulo. Quando eles chegaram, Rian estava irreconhecível.
Trazia uma feição vazia. Parecia estar com depressão. Não assimilava as coisas
em volta, não lembrava das brincadeiras que fazíamos e nem reconheceu o dono do
bar no qual tocamos muitas vezes juntos. Parecia não estar muito bem. A mãe
dele mesmo nos contou que ele havia sido internado para tratamento
psicológico."<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Procurado pelo mesmo veículo de
comunicação, na intenção de oferecer a sua versão do que foi contado pelo
vocalista da Call It Fornication, Nizo Neto esclareceu que o filho era adepto
da terapia, mas que não apresentava nenhum problema psicológico. "Ele
fazia terapia normalmente, como eu faço. Nada demais. Ele estava muito bem.
Fazia faculdade, aula de autoescola. Normal."<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Praia do Paulista, município de Quissamã
– Norte Fluminense. No domingo, 28 de fevereiro, um rapaz caminha pelas areias
da praia quando avista algo à frente. Chegando mais perto, ele vê que se trata de
documentos pessoais, um cartão bancário, uma camisa e um par de chinelos. Ele
leva o que encontrou para casa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dentro de sua residência, resolve
assistir ao televisor. O apresentador de um programa jornalístico fala sobre as
novidades do caso Rian: as imagens das câmeras de segurança da Rodoviária Novo
Rio mostram que ele entrou num ônibus com destino a Quissamã, sozinho, numa data
indeterminada a partir do desaparecimento. O portador dos pertences resolve
verificar a identidade encontrada por ele, e vê as que a imagem do documento
bate com o que ele viu no telejornal. Decide que no outro dia, segunda, irá até
a delegacia mais próxima, para entregar os objetos encontrados à polícia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com fortes indícios de que Rian
poderia estar naquele local, policiais e bombeiros iniciam as buscas no Parque
Nacional da Restinga de Jurubatiba e em pousadas nos arredores. Na
quinta-feira, 3 de março, numa região conhecida como Vala da Lagoa Preta,
dentro do parque, um corpo sem vida é encontrado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O tenente Amaro Garcias,
coordenador de Defesa Civil de Quissamã, foi o primeiro a chegar ao local. “É
ele. O local é distante, com muita areia, mas identificaram por causa da
pulseira e da correntinha que ele estava usando. Pelas características, o corpo
é dele. Com certeza ele morreu no mar", declarou o tenente ao globo.com.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De alguma forma, minhas suspeitas
levavam a um desfecho deste tipo. Assim que li as informações divulgadas na
mídia e assisti aos apelos de familiares e amigos pelas redes sociais, lembrei-me
da história de outro jovem. Chris McCandless, um rapaz de família rica do Leste
americano que largou tudo, viajou para o Alasca e acabou morrendo de inanição.
A tocante – e verdadeira – trajetória de Chris foi contada no ótimo livro <i>Na Natureza Selvagem</i>, de Jon Krakauer.
Além disso, a história também ganhou uma versão cinematográfica em 2007.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para além de teorias exóticas ou
generalizações injustas tanto à família de Rian quanto à memória do jovem, existe
uma forte curiosidade – ao menos de minha parte – àqueles que decidem fugir da “vida
normal” em busca de algo maior, que dê sentido à existência. Parecia-me que se
tratava exatamente disso: um jovem que resolveu se afastar das preocupações
mundanas, em busca do que é realmente essencial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas agora, ao escrever o final deste
texto, leio informações divulgadas pelo jornal Extra em que a mãe de Rian fornece
dados importantes. Ela revela que ele tomava chá de erva alucinógena, do tipo Ayhuasca,
numa seita intitulada Porta do Sol. O texto é longo, e inclui a carta exclusiva
que Brita enviou ao jornal, além da opinião da dirigente-fundadora da seita no
Rio. Sugiro que leia e tire suas conclusões – <a href="http://goo.gl/P8guVz">http://goo.gl/P8guVz</a>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por aqui, permaneço com muitas
dúvidas e algumas constatações. De qualquer forma, a natureza é selvagem, e os
seres humanos, complexos. Dessa mistura, nascem histórias doloridas como a de
Rian, onde não sabemos se existem culpados ou vítimas. Apenas que elas
machucam.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Precisamos falar sobre Rian, mas
não superficialmente. Respeitando a dor da família e dos amigos, assim como toda
e qualquer religião, o caso abre precedentes à discussão sobre a utilização do
chá de Ayahuasca – Santo Daime – para fins religiosos. Não é a primeira vez que
a bebida aparece na mídia ligada a fatos negativos, mas também existem centenas
de relatos alusivos aos benefícios de quem faz uso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Livres para escolher, seguimos
nossos caminhos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esta vida é mesmo estranha.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-t_azoIbO_Rw/Vt8r1GcDhWI/AAAAAAAABTc/zgzqyoP_UoA/s1600/caminhos-diferentes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://4.bp.blogspot.com/-t_azoIbO_Rw/Vt8r1GcDhWI/AAAAAAAABTc/zgzqyoP_UoA/s320/caminhos-diferentes.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> Por Hugo Oliveira</o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-52794744467369168692016-03-01T07:27:00.000-08:002016-03-01T07:27:04.231-08:00Sessões Talk About The Passion apresenta... When You're Strange - A Film About The Doors<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Criado pelo jornalista Hugo Oliveira e pelo professor Ricardo Pereira,
responsáveis pelo blog Talk About The Passion, o “Sessões Talk About The
Passion” é um evento voltado à exibição de documentários e filmes inseridos no
universo da cultura pop, com a realização de um bate-papo após cada sessão, entre
os responsáveis pela iniciativa e o público.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">As sessões acontecem na sala de vídeo do CCTM, em Angra dos Reis, Rio de
Janeiro – no mesmo prédio do Teatro Municipal. O próximo documentário a ser
exibido no “Sessões” será <i>When You're
Strange</i> (2009), de Tom Dicillo, sobre a banda americana The Doors. A exibição
vai acontecer no sábado, 19 de março, às 19h. A Entrada é gratuita, com os
ingressos sendo disponibilizados ao público a partir das 17h. Classificação etária: 16 anos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Sinopse:</span><span style="background: white;"> </span><i><span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">When You’re Strange</span></i><span style="background: white; color: #252525; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"> fornece um olhar sobre a banda The Doors, com
destaque ao vocalista, Jim Morrison (1943-1971), desde a formação do grupo em
1965, quando estrearam no palco e lançaram o primeiro álbum, até a fatídica
morte do cantor, após anos de uso exagerado de álcool e drogas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Ao longo do turbulento percurso, vemos cenas de arquivo com ensaios,
shows e os momentos mais íntimos da banda, incluindo um show em Miami, que
resultou na prisão de Morrison, acusado por obscenidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Seu amor pelos holofotes, o desejo de se tornar um poeta e seu humor
movido a álcool mostram a personalidade do astro, que variava nos altos e
baixos, colecionando sucessos, escândalos e fracassos. A música da banda, que
encantou toda uma geração, até hoje ainda pode ser escutada em todos os lugares
do mundo.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/hMMo3EmIfJw/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/hMMo3EmIfJw?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> Por Hugo Oliveira</o:p></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-59409297897697032302016-02-29T08:06:00.002-08:002016-02-29T08:06:33.959-08:00Top Five: Raul Seixas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Inspirado pela última edição do <i>Sessões Talk About The Passion</i>, evento que visa à exibição de
documentários e filmes ligados à cultura pop, divulgo aqui uma lista pessoal
relacionada ao meu “top five” das músicas de Raul Seixas, cuja trajetória é
contada de forma competente e bela através do documentário <i>Raul: o Início, o Fim e o Meio</i> (2012), de Walter Carvalho. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Eu também vou reclamar” – Canção à Bob Dylan incluída no
disco <i>Há dez mil anos atrás</i> (1976).
Enquanto o instrumental é baseado num <i>Folk
Rock</i> pra lá de animado, a letra expõe questionamentos, lamentações e
observações sobre o cotidiano de Raul, do mundo e de todos nós. “Dois problemas
se misturam / a verdade do universo / a prestação que vai vencer”. Quem nunca?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
"Medo da chuva" – Uma quase balada dolorida sobre separação é
um dos pontos altos de um disco cheio de grandes canções – <i>Gita</i> (1974). “É pena que você pense que eu sou seu escravo /
Dizendo que eu sou seu marido e não posso partir / Como as pedras imóveis na
praia eu fico ao seu lado sem saber / Dos amores que a vida me trouxe e eu não
pude viver”. Raul Seixas dando um papo reto na esposa, dizendo que já estava em
outra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Let me Sing, Let me Sing” – Raul apareceu para o grande público
com esta música, carta de intenções de um compacto que ainda incluía “Teddy
Boy, Rock e Brilhantina” no lado B. Uma mistura improvável de Elvis Presley e
Luiz Gonzaga, Rock e Baião. No mesmo ano de lançamento, 1972, Raul participou
do VII Festival Internacional da Canção, defendendo a faixa. E a história se
fez.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Gita” – Um clássico. Uma letra longa e linda, ancorada num
instrumental grandioso, que aumenta e diminui nos momentos corretos. O dedo, a
mão e todo o resto do hoje escritor de sucesso internacional, Paulo Coelho,
pode ser percebido na história contada, sobre alguém, algo, que é tudo e nada
ao mesmo tempo. “Eu sou a vela que acende / Eu sou a luz que se apaga / Eu sou
a beira do abismo / Eu sou o tudo e o nada.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Ouro de tolo” – Além de ser a grande canção de Raul Seixas,
é também uma das músicas mais bonitas do Brasil. Um questionamento sobre o
sentido da vida e as armadilhas que o conforto e a calmaria podem aprontar para
cima da gente. “É você olhar no espelho, se sentir um grandessíssimo idiota / Saber
que é humano, ridículo, limitado / Que só usa dez por cento de sua cabeça
animal / E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial / Que está
contribuindo com sua parte / Para o nosso belo quadro social”. Perfeito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-o9RL7EfIC0A/VtRsc2f1lSI/AAAAAAAABTM/otZNJOwHrgY/s1600/Raul-seixas%2Btopfive.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-o9RL7EfIC0A/VtRsc2f1lSI/AAAAAAAABTM/otZNJOwHrgY/s320/Raul-seixas%2Btopfive.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-62724153360181345452016-02-28T14:52:00.005-08:002016-03-02T06:42:42.801-08:00Jornalismo como redenção<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O americano David Carr, colunista
do <i>The New York Times</i> por 12 anos, estava
diante de um grande personagem: um jornalista viciado em drogas e álcool, pai
solteiro de filhas gêmeas que, ao tentar se livrar do vício, encontra diversas
dificuldades no meio do caminho, incluindo um câncer. Indo fundo na vida do protagonista
daquele que seria seu primeiro livro, descobre que a história era muito mais surpreendente
– e tenebrosa – do que imaginara na época.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na época em que ele passou por
tudo isso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sim, leitor. David Carr é o próprio
personagem de <i>A noite da arma</i> (2012),
lançado no Brasil pela Editora Record. Mais do que um livro escrito através de
lembranças, que podem ser tanto aterradoras quanto imprecisas, o jornalista
recorre a dezenas de entrevistas gravadas com familiares, amigos,
ex-dependentes químicos e colegas de trabalho, além de registros médicos e
jurídicos, para contar o que se passou na sua vida desde a adolescência até sua
entrada no mais famoso jornal dos Estados Unidos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acompanhamos um homem talentoso
no que diz respeito às letras e às encrencas, que se vê caminhando ao fundo do
poço quando a carreira é vencida pelas carreiras, goles e tragos. O jornalista
promissor dá lugar ao traficante amador e ao drogado profissional. As
oportunidades na mídia começam a rarear; a família, apesar de unida, teme o
pior. E então, no meio de toda a destruição causada pelo vício, ele, que já
tinha outra parceira, encontra Anna. Ela é linda, loira, traficante, usuária de
cocaína e está prestes a entrar nas drogas injetáveis junto com Carr.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O relacionamento dá frutos – a
maioria, podres. Afinal, o que esperar de árvores devastadas por tempestades de
agrotóxicos e contínuo autodesmatamento? O ser humano, felizmente, é um território
fértil. E misterioso. Então, eis que surge no lixão do que resta da humanidade
uma flor tímida, pequena. Ou melhor, duas. Flores prematuras, pesando pouco
mais de um quilo, com menos de 40 centímetros cada. Tu te tornas eternamente
responsável por aquilo que cativas... Mesmo que esteja chapado demais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A luta de Carr pela sobriedade,
por condições mínimas para criar as filhas, é emocionante e dolorida. O
jornalista descreve sua busca pela sanidade de forma corajosa e despida de atos
heroicos ou passagens cheias de lições de moral. É a história de um homem que
não tem escolha. O único caminho a seguir é o da luta, do enfrentamento dos
medos, limites e fraquezas. O que lhe resta é o futuro, e este, tem que ser
construído no agora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A trajetória de Carr contada no
livro guarda surpresas e passagens tocantes aos leitores que se aventurarem por
suas 413 páginas. Ao final, somos presenteados com uma reflexão sobre o impacto
que as vidas das pessoas que nos rodeiam – e as responsabilidades inerentes a
elas – nos causam. As transformações que devemos executar em nós mesmos são
difíceis, mas necessárias. Mudamos para melhor, mesmo que não percebamos que
algo realmente aconteceu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“(...) Eu agora vivo uma vida que
não mereço, mas todos nós caminhamos pela Terra sentindo que somos fraudes. O
truque é ser agradecido e esperar que essa travessura não termine logo.” –
David Carr.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-muOnZ-N1B3w/VtN6E-9hDBI/AAAAAAAABS8/xVGHKPveCzU/s1600/Noite%2Bda%2Barma.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-muOnZ-N1B3w/VtN6E-9hDBI/AAAAAAAABS8/xVGHKPveCzU/s1600/Noite%2Bda%2Barma.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Obs.: assim que terminei o livro,
fui procurar informações sobre o paradeiro atual de Carr. Descobri que ele
participou, em agosto de 2014, da Festa Literária Internacional de Paraty –
Flip, ao lado de outra grande jornalista, Graciela Mochkofsky; fiquei triste ao
saber que ele morreu em fevereiro do ano passado, por complicações ligadas a um
câncer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por Hugo Oliveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-72255243730255683792016-02-25T11:55:00.004-08:002016-02-25T11:55:36.717-08:00Erlendur: assassino, detetive e vítima<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Conheci o trabalho do escritor islandês Arnaldur Indridason através do
livro <i>O segredo do lago</i> (2013), lançado pela Companhia das
Letras. A mesma editora já havia colocado nas livrarias brasileiras dois
volumes do autor, <i>O silêncio do túmulo</i> (2011) e <i>Vozes</i>(2012), mas antes de todos eles, a Record lançou <i>A
cidade dos vidros</i> (2008).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Os quatro livros representam para mim o que há de melhor na atual
literatura policial. Ao menos, naquela que eu venho lendo ao longo dos anos.
Confesso que não sou um expert no assunto, mas tenho minhas predileções.
Destas, Arnaldur e seu detetive, o grande – e deveras humano – Erlendur, estão
em primeiro lugar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-TdoHtSgQIfE/Vs9bzTmfvSI/AAAAAAAABSg/oZg0p30LpLw/s1600/arnaldur%2B1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-TdoHtSgQIfE/Vs9bzTmfvSI/AAAAAAAABSg/oZg0p30LpLw/s1600/arnaldur%2B1.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Não existem exageros ligados a tiros, mortes e cenas de ação nas
aventuras de Erlendur e sua equipe, formada pelos detetives Elínborg e Sigurdur
Óli. O andamento das tramas, apesar de ágil, contempla outras nuances, e talvez
por isso o universo de Indridason seja tão especial. O passado, tanto nos
casos investigados pelo detetive quanto na própria vida de Erlendur, tem total
importância nas histórias, e é de lá que emana a força dos livros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Erlendur tem dois filhos de um casamento fracassado, Eva Lind e Sindri.
Ele abandonou a mulher e as crianças, e estas, ao crescerem, tornaram-se
adultos problemáticos. Eva é usuária de drogas pesadas e vive se metendo em
encrencas; Sindri, um jovem que não fala muito, aparecendo de tempos em tempos
na casa do pai.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-GhMe8-MYTcw/Vs9b4lN3IaI/AAAAAAAABSk/4nU2XwK6bJg/s1600/Arnaldur%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-GhMe8-MYTcw/Vs9b4lN3IaI/AAAAAAAABSk/4nU2XwK6bJg/s1600/Arnaldur%2B2.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Para completar, grande parte dos dramas psicológicos de Erlendur
floresceram por conta do sumiço do irmão, durante uma forte nevasca, quando os
dois ainda eram crianças. Já crescido, o detetive continua sonhando com ele,
culpando-se por se perder do irmão durante o tempo inóspito. Nada de
sobrenatural ou fantástico: apenas fantasmas do destino, assombrando-o
constantemente. A vida normal pode ser mais assustadora e sinistra do que
qualquer caso de polícia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Os questionamentos e as idiossincrasias de Erlendur e das pessoas que o
rodeiam são tão interessantes quanto às histórias que vão sendo contadas ao
longo dos livros. Na verdade, o enredo que se desenrola em aparente segundo
plano nos volumes é o principal motivo de as tramas protagonizadas pelo
detetive apresentarem muito mais do que crimes, investigações, reviravoltas e,
por fim, a solução do caso. Arnaldur Indridason está escrevendo uma narrativa sobre um homem que, em meio a várias tormentas, ainda tem que dar conta do dilúvio de
dor e arrependimento que invadiu sua vida pessoal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-oLjGaxnqYpY/Vs9b8gafN0I/AAAAAAAABSo/rIddB0stViE/s1600/Arnaldur%2B3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-oLjGaxnqYpY/Vs9b8gafN0I/AAAAAAAABSo/rIddB0stViE/s1600/Arnaldur%2B3.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">No olho do furacão, Erlendur se segura como pode. Parece com alguém que
você conhece?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-r-IZTK6iPYg/Vs9cAFxBkyI/AAAAAAAABSs/ZL7yz8IfK34/s1600/arnaldur%2B4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-r-IZTK6iPYg/Vs9cAFxBkyI/AAAAAAAABSs/ZL7yz8IfK34/s1600/arnaldur%2B4.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p>Por Hugo Oliveira </o:p></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5423678837738601047.post-18719654175041887192016-02-24T14:17:00.000-08:002016-02-24T14:25:02.384-08:00Beleza na distância<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">Uma
das peculiaridades de morar em cidades afastadas dos grandes centros
culturais é uma quase necessidade de aproveitar o máximo possível
as oportunidades de entretenimento quando essas se apresentam.
Morando em uma cidade cujo único cinema disponibiliza uma
programação, digamos, conservadora, não foram poucas as vezes em
que assisti a duas ou três sessões seguidas em um mesmo dia de
estadia no Rio de Janeiro – a apenas duas horas de distância, mas
distando séculos de afastamento cultural de Angra dos Reis, cidade
onde hoje resido.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">Justamente
por isso, no último fim de semana, não poderia perder a
oportunidade de presenciar os concertos de dois nomes de estilo e
sonoridades tão distintas que se apresentavam em horários
compatíveis e distância relativamente curta.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">O
primeiro, Cidadão Instigado, é a banda mais importante do Brasil
nos últimos anos. Se em estúdio apresentam trabalhos
extraordinários, ao vivo superam a qualidade das gravações. É
sempre uma satisfação contemplar uma banda cada vez mais afiada,
executando com precisão (sem abrir mão do feeling) os criativos
arranjos e dinâmicas de suas canções. Esse show do álbum
</span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;"><i>Fortaleza</i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">
é um espetáculo de rock n' roll com tamanho nível de qualidade que
não vejo nenhuma outra banda ou artista no Brasil hoje que sequer se
aproxime. Catatau parece cada vez mais inspirado, com uma postura
mais </span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">sólida
e</span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">
segura do que das outras vezes em que </span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">assisti
à banda. </span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">O
show aconteceu no Oi Futuro Ipanema, teatro que me gera sentimentos
conflitantes. Se, por um lado, a acústica é ótima, com qualidade
de som acima da média das casas brasileiras, a presença de cadeiras
e a proibição do consumo de bebidas alcoólicas torna o lugar pouco
afeito a concertos de rock. Nesse especificamente, senti uma energia
represada, que seria mais bem explorada em um lugar como o Circo
Voador ou o Teatro Rival, local onde havia assistido o Cidadão
Instigado anteriormente, em 2011.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;"><br /></span></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-MeFTAIRYwPU/Vs4rWzjUfVI/AAAAAAAABSM/MCAy3gSXT4A/s1600/cidinst.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="https://2.bp.blogspot.com/-MeFTAIRYwPU/Vs4rWzjUfVI/AAAAAAAABSM/MCAy3gSXT4A/s400/cidinst.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">foto: Rogério von Krüger</td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">O
segundo tempo da noite passei em atmosfera bem diferente, Fundo de
Quintal e Zeca Pagodinho, na Fundição Progresso.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">Há
algumas semanas, depois de um tempo afastado do samba, em uma
promoção de CDs, peguei dois discos do Zeca Pagodinho de meados da
década de 1990, um momento interessante da obra do cantor, quando,
com o auxílio do maestro Rildo Hora, os arranjos passam a incorporar
batidas afro ao tradicional partido alto, levando a carreira de Zeca
a outro patamar.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">Familiarizado
novamente, não haveria momento melhor para vê-lo ao vivo. Anos
antes, estive em dois shows: no primeiro, estava “alterado”
demais para curtir o espetáculo e, no segundo, o cantor é que
estava “sem condições” de fazer um bom show. Felizmente, dessa
vez, a conjuntura parecia favorável para ambos.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">Confesso
que assisti de longe à abertura do sempre competente Fundo de
Quintal. Estava acompanhado de uma grande amiga e aproveitamos para
nos atualizar sobre os acontecimentos recentes, visto que pouco
conseguimos nos encontrar pessoalmente. Ainda assim, deu pra sentir a
vibração de clássicos como “Conselho” e “</span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">O
show tem que continuar”.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">Com
relação ao Zeca Pagodinho, o que mais impressiona é a quantidade
de sucessos e a consistência da apresentação. Não há pontos
baixos, é o tipo de show em que se torna difícil escolher a hora de
buscar mais cerveja. Com o que talvez seja a grande voz de samba da
atualidade, representação do melhor da boa malandragem carioca,
Zeca entoa sambas da Velha Guarda, os inevitáveis hits e pequenos
clássicos pessoais de cada pessoa na plateia. É curioso perceber o
público interpretando, cada um a seu modo, os sambas sentimentais,
bem-humorados ou reflexivos do repertório. </span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">Já
assumindo o risco de simplificações vazias, não há como deixar de
notar a diferença de clima e postura entre o público “de rock”
do Cidadão Instigado e a plateia do samba. Enquanto os primeiros são
mais fechados, contidos e circunspectos; no samba há maior
diversidade e um público menos atento, mas mais exultante e
participativo. No final das contas, duas excelentes apresentações
que exemplificam a riqueza e pluralidade da tão subestimada (muitas
vezes, pelos próprios brasileiros) cultura nacional.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;"><br /></span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-jrAsYJRxzeg/Vs4rnp5zeqI/AAAAAAAABSQ/xJmrydcl3KQ/s1600/zecA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="251" src="https://4.bp.blogspot.com/-jrAsYJRxzeg/Vs4rnp5zeqI/AAAAAAAABSQ/xJmrydcl3KQ/s400/zecA.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;"><br /></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif;"><span style="font-size: 9pt;">Por Ricardo Pereira</span></span></span></div>
TATPhttp://www.blogger.com/profile/00580453971508354402noreply@blogger.com0