Assim como Hugo, também gostei de
À beira do caminho. É um filme que
trata de questões pesadas: perdas, dores, traumas, solidão. E o faz de forma
bela, ainda que pouco original. As semelhanças com Central do Brasil, por exemplo, são por demais evidentes.
O diretor, Breno Silveira, o
mesmo de 2 Filhos de Francisco, na
verdade, evita correr riscos. Mesmo com todo o silêncio e certa lentidão, é um
filme eminentemente popular. Sem surpresas ou grandes viradas narrativas,
entrega exatamente o que o espectador médio espera. O que não chega a ser
problema para quem se deixar levar pela emoção.
O que não é difícil, muito devido
às grandes interpretações de João Miguel - baita ator! -, mais uma vez
excelente; o menino Vinicius Nascimento, com sua simplicidade e carisma, e Dira
Paes, além de talentosa, cada vez mais bonita.
No entanto, mais do que qualquer
coisa, o grande fator sentimental do filme são as canções de Roberto e Erasmo
Carlos. Assim como as frases de caminhão que pontuam momentos importantes da
narrativa refletindo os sentimentos do protagonista João, as histórias
cantadas/escritas por Roberto guiam o espectador pelos caminhos emocionais dos
personagens, sendo grande trunfo narrativo.
Fosse outra trilha sonora, o
filme não falaria tão alto ao coração. Por mais que espumem os detratores,
Roberto Carlos é a verdadeira voz do Brasil, a que mais representa a alma, o
sangue de um povo heterogêneo, mestiço, misturado em tão grande território.
Possível síntese emocional de nossas contradições.
E, no final das contas, À beira do caminho é mais uma prova do
poder destas canções.
Essas recordações me matam Por isso eu venho aqui... |
Por Ricardo Pereira
Boa, Tino! Ótimo texto, cara. E lembrou de uma coisa que eu esqueci de mencionar no meu: as semelhanças que o filme apresenta em relação a outro longa de respeito, "Central do Brasil".
ResponderExcluirValeu, Hugão! E belo filme mesmo!
ResponderExcluirEh estou querendo muito ver esse filme...uma boa pro fds..rs
ResponderExcluirabraços
Henrique Dias