Nos últimos tempos, venho ouvindo
Smashing Pumpkins com uma frequência que não acontecia há um tempo considerável.
Eles são, sem dúvidas, das bandas mais importantes da minha formação, não só
musical, mas talvez pessoal. Hoje percebo que cresci procurando não apenas
apreciar, mas “viver” as canções de minhas bandas preferidas. O que nem sempre
foi bom negócio... A sonoridade da banda e, principalmente, as letras de Billy
Corgan sempre funcionaram como reflexo, espelho sujo, mostrando e refletindo
uma visão melancólica, acinzentada da vida.
Recentemente, adquiri as reedições
dos dois primeiros álbuns – Gish e Siamese Dream -, ambas lindíssimas, com
excelente trabalho de remasterização e tudo que um fã poderia querer: um disco
de extras, dvd com um show da época de lançamento do disco e livreto com
letras, fotos, texto e comentários faixa-a-faixa, ou seja, item indispensável.
Os dois álbuns “envelheceram” muito bem, principalmente Siamese Dream, o primeiro “clássico” da banda. O dvd que acompanha
este disco emociona. É um show de 1993, no Metro, local emblemático para a
banda, em que os Pumpkins parecem estar naquele momento mágico, um passo antes
do reconhecimento, em que teriam suas vidas mudadas e mudariam a vida de tanta
gente.
Apesar de um passado glorioso, já
não esperava mais muita coisa da banda hoje em dia. Billy Corgan
me parecia perdido como único integrante original na formação atual após Zeitgeist, um álbum indigno da
discografia deles – apenas duas faixas destacam-se: “Tarantula” e “7 Shades of
Black”, de resto, irrelevância -, e shows frustrantes. Porém, há duas semanas,
fui surpreendido positivamente com a apresentação deles no Rock in Rio Lisboa.
Um concerto vigoroso, com grande repertório, banda afiada, sem inventar muito. Ao
assistir, pensei que era o tipo de show que gostaria de assistir, além dos
hits, em “X.Y.U.” e “Muzzle”, reconheci no palco a banda que aprendi a amar,
mesmo sentindo falta de James Iha e Jimmy Chamberlin.
E a impressão de que o Smashing
Pumpkins ainda pode ser relevante nos anos 10, ter algo a dizer, foi confirmada
com o lançamento, esta semana, de um novo álbum. Oceania é um disco coeso e retoma as características que permeiam
os melhores momentos da banda. Começa com duas boas canções, “Quasar” e “Panopticon”,
duas porradas rock n’ roll e possui grandes momentos como “Violet Rays”, “Pale
Horse” e “The Chimera”, além da grandiosa faixa título, um épico como os dos
bons tempos. Há certa obsessão por sintetizadores, o que funciona bem em “Pinwheels”
e “Wildflower” e não tão bem em “One Diamond, One Heart”. Mas pode-se afirmar
que mesmo a faixa menos inspirada de Oceania
é melhor do que qualquer coisa do Zeitgeist.
No final das contas, uma
agradável surpresa esta volta à boa forma de Billy Corgan. Por enquanto, fica a
torcida para que a mesma se mantenha, e a ansiedade pelo relançamento de Mellon Collie and the Infinite Sadness
em versão deluxe. Esse sim, clássico maior dos Pumpkins e um dos discos da
minha vida.
Por Ricardo Pereira
Tem alguma musica com a famosa "parada-de-todos-os-instrumentos-no-meio-da-musica-pro-billy-corgan-cantar-sozinho"?
ResponderExcluirhehe Não, nem tem! Mas vale conferir, bom disco!
ExcluirMuito bom!
ResponderExcluirValeu, cara!
ExcluirIha, Chambellin e Melissa,voltem para o Smashing Pumpkins pelo amor de Deeeeeeeeeeeeeeeeeus.
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