"There's a fear I keep so deep / Knew it name since before I could speak (...) If some night I don't come home / Please don't think I've left you alone"- Keep The Car Running, Arcade Fire

sábado, 16 de junho de 2012

O renascimento do Smashing Pumpkins



Nos últimos tempos, venho ouvindo Smashing Pumpkins com uma frequência que não acontecia há um tempo considerável. Eles são, sem dúvidas, das bandas mais importantes da minha formação, não só musical, mas talvez pessoal. Hoje percebo que cresci procurando não apenas apreciar, mas “viver” as canções de minhas bandas preferidas. O que nem sempre foi bom negócio... A sonoridade da banda e, principalmente, as letras de Billy Corgan sempre funcionaram como reflexo, espelho sujo, mostrando e refletindo uma visão melancólica, acinzentada da vida.

Recentemente, adquiri as reedições dos dois primeiros álbuns – Gish e Siamese Dream -, ambas lindíssimas, com excelente trabalho de remasterização e tudo que um fã poderia querer: um disco de extras, dvd com um show da época de lançamento do disco e livreto com letras, fotos, texto e comentários faixa-a-faixa, ou seja, item indispensável. Os dois álbuns “envelheceram” muito bem, principalmente Siamese Dream, o primeiro “clássico” da banda. O dvd que acompanha este disco emociona. É um show de 1993, no Metro, local emblemático para a banda, em que os Pumpkins parecem estar naquele momento mágico, um passo antes do reconhecimento, em que teriam suas vidas mudadas e mudariam a vida de tanta gente.

Apesar de um passado glorioso, já não esperava mais muita coisa da banda hoje em dia. Billy Corgan me parecia perdido como único integrante original na formação atual após Zeitgeist, um álbum indigno da discografia deles – apenas duas faixas destacam-se: “Tarantula” e “7 Shades of Black”, de resto, irrelevância -, e shows frustrantes. Porém, há duas semanas, fui surpreendido positivamente com a apresentação deles no Rock in Rio Lisboa. Um concerto vigoroso, com grande repertório, banda afiada, sem inventar muito. Ao assistir, pensei que era o tipo de show que gostaria de assistir, além dos hits, em “X.Y.U.” e “Muzzle”, reconheci no palco a banda que aprendi a amar, mesmo sentindo falta de James Iha e Jimmy Chamberlin.

E a impressão de que o Smashing Pumpkins ainda pode ser relevante nos anos 10, ter algo a dizer, foi confirmada com o lançamento, esta semana, de um novo álbum. Oceania é um disco coeso e retoma as características que permeiam os melhores momentos da banda. Começa com duas boas canções, “Quasar” e “Panopticon”, duas porradas rock n’ roll e possui grandes momentos como “Violet Rays”, “Pale Horse” e “The Chimera”, além da grandiosa faixa título, um épico como os dos bons tempos. Há certa obsessão por sintetizadores, o que funciona bem em “Pinwheels” e “Wildflower” e não tão bem em “One Diamond, One Heart”. Mas pode-se afirmar que mesmo a faixa menos inspirada de Oceania é melhor do que qualquer coisa do Zeitgeist.

No final das contas, uma agradável surpresa esta volta à boa forma de Billy Corgan. Por enquanto, fica a torcida para que a mesma se mantenha, e a ansiedade pelo relançamento de Mellon Collie and the Infinite Sadness em versão deluxe. Esse sim, clássico maior dos Pumpkins e um dos discos da minha vida.


Por Ricardo Pereira

5 comentários:

  1. Tem alguma musica com a famosa "parada-de-todos-os-instrumentos-no-meio-da-musica-pro-billy-corgan-cantar-sozinho"?

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  2. Iha, Chambellin e Melissa,voltem para o Smashing Pumpkins pelo amor de Deeeeeeeeeeeeeeeeeus.

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